Na Folha de S.Paulo, que reproduzo abaixo, um alerta para os endividados clubes nacionais de futebol, que resolverem se aventurar a construir estádios pensando em 2014:
19/11/2007 - 09h13
Decadência de arena peruana é alerta a Brasil-2014
PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo, enviado especial
O confronto de domingo, contra o Peru, em Lima, pela terceira rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo-2010, mostrou que uma coisa é construir um estádio moderno, outro é mantê-lo, desafio que o Brasil terá pela frente com o Mundial de 2014.
Passaram-se apenas sete anos desde que o imponente estádio Monumental foi inaugurado, depois de um gasto de US$ 44 milhões apenas com a obra propriamente dita. E o que já foi chamado de "o mais moderno" estádio sul-americano se deteriorou bastante, o que ficou evidente na partida de ontem.
Os banheiros são imundos. Em boa parte deles não há águas nas torneiras, e as descargas não funcionam. Três horas antes da bola rolar, o lixo já se acumulava em frente aos bares e lanchonetes --lixeiras são coisa rara.
O moderno telão, do mesmo tipo do instalado no Maracanã para o Pan, não funciona mais. O relógio gigante colocado ao lado do placar eletrônico também não --marcava o horário com imprecisão.
As paredes nunca receberam uma mão de tinta depois da sua inauguração, em 2000. A rede elétrica cai com freqüência --o único funcionário da empresa de telefonia responsável pela instalação das linhas para a imprensa fazia seu serviço com uma lanterna em uma sala escura e com parte do gesso do teto caindo.
Alguns dos elevadores que servem o Monumental também não funcionaram. Problemas de segurança fizeram o estádio "encolher" em mais de 20 mil lugares. No domingo, um efetivo total de 11 mil homens (com o reforço até de carros blindados, como o "Caveirão" da polícia carioca) trabalhou para garantir a tranqüilidade, o que aconteceu pelo menos dentro de campo --os cerca de 400 brasileiros que acompanharam o jogo, muitos deles vindos do Acre, ficaram misturados com os peruanos e nenhum incidente aconteceu.
Eram vários os orientadores com a missão de indicar os lugares para os torcedores, e alguns deles exigiam uma "caixinha" pelo serviço.
Vários policiais tinham como função checar se dentro dos camarotes havia bebida alcóolica --a ameaça era de acabar com a segurança para esses setores nos próximos jogos se alguém furasse o veto.
Não é sem motivo que uma arena tão nova já pareça tão velha. O modelo adotado para a sua construção, uma parceria entre a iniciativa privada e um clube de futebol (o Universitário), como muitos querem para 2014, mostrou-se um fracasso.
A construtora e o time travaram uma batalha pelo Monumental. O Universitário acumulou uma dívida de US$ 23 milhões com a empresa.
Enquanto isso, ambos não pagavam o imposto predial e o governo de Lima, onde está localizado o campo, quis vetar jogos no local porque a limpeza externa tampouco era realizada pelos administradores. A federação peruana também tem problemas com o Monumental, porque não consegue controlar os mais de 20 mil lugares localizados nos camarotes, também deteriorados.
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