25 de out. de 2007

SENHOR PRESIDENTE, USE UMA MEDIDA PROVISÓRIA!

Muitos jovens deixam a escola logo após o primário.

Uma das razões é que, hoje, a merenda escolar acaba na 4ª ou 8ª série, dependendo do estado ou do município da federação.

É certo que o ideal é que eles fossem à escola primeiro pelo estudo, mas o fato é que há milhões de jovens que vão pela merenda.

É triste, aliás, é trágico! Mas melhor irem à escola pela merenda e assistirem aulas, que simplesmente não irem. Aliás, melhor um estudo deficiente que estudo nenhum. O fato é que se um jovem consegue estudar um pouco que seja, seus horizontes de vida melhoram, e, mais que isso, é sabido que muitos jovens se destacam ou tem potencial de se destacar até mesmo frequentando escolas ruins, dependendo de seus esforços pessoais.

E se é assim, o governo Lula deu uma enorme "bola dentro" ao anunciar o envio ao Congresso Nacional de um projeto de lei para instituir a merenda escolar no ensino médio.

É uma medida que eu aplaudo, e pela qual deixo aqui elogios sinceros ao ministro Fernando Haddad e ao presidente.

Aliás, aplaudo tanto e acho tão relevante e urgente, que defendo sua instauração por Medida Provisória.

Enfim, haverá jovens entre 15 e 19 anos que passarão a frequentar as aulas porque poderão comer ou reforçar sua dieta na escola.

Justo, porque segundo cálculos do governo, custará míseros 350 milhões (ou, um prédio de tribunal federal, cheio de mármore, granitos e louças sanitárias caras) por ano.

Eficiente, porque vai melhorar o desempenho escolar desses jovens e atrair uma boa parcela de extraviados para o ensino médio.

E humano, pura e simplesmente, humano.

Senhor presidente, use o mecanismo da Medida Provisória! Não é possivel que o Congresso rejeite algo assim, alegando não ser relevante e/ou urgente!

Leia AQUI, matéria do portal Terra.

PS: Estudei em escolas públicas e muitas vezes, quando criança, não queria a merenda, que dava de bom grado para qualquer colega que pedisse, sem fazer disso nem brincadeiras típicas de criançada, porque, em casa, aprendi que colegas meus necessitavam daquele alimento, pois vivíamos (e vivemos) num lugar extremamente pobre aqui do Paraná. Algumas das crianças que ficaram com minha quota de merenda, na época pobres, hoje são comerciantes e funcionários qualificados da fábrica de cimento daqui. Sem a merenda, sua probabilidade de sucesso diminuiria muito. Logo, defendo merenda durante todo o ensino obrigatório. É parte do processo de dar oportunidades para as pessoas.

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