13 de jun. de 2010

SUCESSÃO E COPA

Governos com bons números econômicos e sociais geralmente fazem seus sucessores.

José Sarney sequer lançou candidato, tamanho o fracasso de seu governo. Ele foi, em 1989, o referencial dos presidenciáveis - todos buscaram se afastar dele - era condição sine qua non para a eleição, sendo que o povo brasileiro tinha apenas uma exigência: o fim do processo inflacionário e da incompetência demonstrada em sucessivos planos econômicos.

Collor não teve a oportunidade de lançar uma candidatura que lhe representasse, foi cassado. Mas Itamar Franco, que pegou o bonde andando teve a capacidade de lançar o Plano Real e acabou fazendo seu sucessor, Fernando Henrique Cardoso, com relativa facilidade, até porque o país vislumbrava a chance de livrar-se de uma vez por todas de um monstro que lhe assombrou desde o governo Juscelino Kubitschek, a inflação desmedida combatida a caneladas, sendo que o PT de Lula bradava contra o Plano Real.

FHC teve a reeleição mais fácil da história do país basicamente porque seu primeiro governo ainda representou a guerra renhida contra a inflação. Em 1998, o Brasil votou pela manutenção do processo de estabilização. Havia o sentimento geral de que mudanças radicais na condução econômica poderiam por em risco o que se havia ganho até ali: uma economia assolada de problemasm mas onde havia mínima estabilidade de preços.

Em 2002, porém, o discurso da estabilização perdeu força. Entre 1998 e 2002, FHC cometeu tantos erros na condução do país que não adiantava lembrar a estabilidade para o eleitorado. Foram sucessivos saltos para cima nas taxas de juros, aumentos constantes de impostos e escândalos de corrupção sem novidades na área econômica, que não haveria candidato, nem o próprio FHC, capaz de bater Lula por uma terceira vez.

Em 2006 Lula reelegeu-se com alguma dificuldade muito mais em razão da antipatia pelo seu partido que à seu governo. O governo Lula, na eleição de 2006 estava afundado em escândalos de corrupção do PT que até hoje não foram julgados, mas ele, Lula, representou para o povo os frutos da estabilidade econômica. Penso que não foi o bolsa-família que garantiu o segundo mandato do presidente, mas sim o sentimento generalizado de que finalmente a luta contra a inflação trazia alguma vantagem e não mais apenas sacrifícios para as pessoas comuns.

Tenho afirmado aqui no blog que qualquer que fosse o candidato do presidente Lula nas eleições de 2010, ele seria favorito. E a cada dia que passa, me convenço mais disso.

Todo discurso econômico ou governamental se esgota, mas o de Lula aguentou até 2010 porque o país ainda tem potencial de consumo e crescimento, que estavam estancados havia várias décadas. Pode ser que dentro de 4 anos o país efetivamente queira o "mais" que os tucanos tentam requisitar, mas hoje, o brasileiro médio está satisfeito com a forma com que se administra a economia. O brasileiro ainda está embevecido com a capacidade de comprar eletrodomésticos e automóveis, ainda é preciso algum tempo para que comece a exigir saúde, educação e segurança pública, como exigiu no passado o fim da inflação.

José Serra é bom candidato. Ele tem biografia de luta contra a ditadura, de ascensão social, de capacidade administrativa e sólida formação intelectual. Mas Dilma Roussef hoje representa o que FHC foi em 1994 - uma pessoa sem grande carisma, pouco intelegível e até antipática para as massas, mas que engloba uma idéia de algo que está funcionando e dando frutos (no caso, em 1998 o Plano Real e a estabilização econômica e hoje, o acesso da população às facilidades e conquistas de uma economia estável).

Dilma Roussef é favorita. Pode ser que as pesquisas mostrem um empate técnico mas, na hora do voto, o indeciso votará com o sentimento, como o anti-Sarney de 1989, o anti-inflação de 1994 e o anti-estagnação de 2002. Agora o sentimento é o de aproveitar os frutos de um longo processo, sem pensar exatamente nas minúcias.

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Até agora uma Copa de baixíssimo nível técnico ao som irritante das vuvuzelas e em meio ao caos da desorganização do trânsito e dos estádios sul-africanos. Se a África do Sul organizou uma Copa com 5 bilhões de dólares, nada justifica o Brasil orçar a de 2014 em 16 bilhões. Há estádios da Copa da África, piores que o Morumbi ou o Beira Rio... custo a acreditar que a infra-estrutura do Brasil seja tão pior que a sul-africana, que justifique um gasto de 3 vezes o que foi aplicado lá.

8 de jun. de 2010

O PARANÁ QUE QUEREMOS (II)


Infelizmente não pude comparecer à manifestação de hoje às 18:00 na Boca Maldita em Curitiba, mas deixo aqui algumas palavras em apoio ao movimento Novo Paraná.

Há muito é sabido que irregularidades acontecem na Assembléia Legislativa. E elas têm sido no mínimo toleradas pela sociedade paranaense, por deputados estaduais de todos os partidos e mesmo por membros do Executivo e do Judiciário, que não raro se vergaram a interesses excusos partidos da mesa da AL.

Ou seja, toda a sociedade paranaense é responsável, no mínimo por omissão, por este estado de coisas vergonhoso que se descortina nos últimos meses, sendo poucas as pessoas que ousaram no passado remoto ou recente, enfrentar as forças poderosas que construíram o esquema, tão poderosas que cooptavam imprensa, Ministério Público e Judiciário.

E isso porque o Paraná seguidamente elege, especialmente com votos de municípios menores, cujas administrações públicas são precárias e desqualificadas (no sentido intelectual mesmo), deputados estaduais afeitos à prática do curral, ou seja, indivíduos que conseguem 100, 200 votos em um certo lugar distribuindo cargos, cestas básicas e favores, muitos favores! Somando os poucos votos desses municípios, há indivíduos cujos pais ou avôs já eram deputados no mesmo esquema, sem levar progresso nenhum pra cidades miseráveis e pessimamente administradas como Rio Branco do Sul, Itaperuçú, Piraquara, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulisses, Tunas do Paraná, Adrianópolis e outras tantas, em que deputados ruins garantem suas eleições com esses lotes de votos.

Trata-se de uma política de favores e todos nós sabemos que favores em política nunca são pontuais, eles se prorrogam no tempo, viram chantagem e envolvem muito mais que chinelos e cestas básicas para idiotas em troca de votos.

E de certa forma isso acontece em todo o Brasil em maior ou menor grau, e todos os políticos ficam indignados e se acham injustiçados. Hoje, um desses deputados declarou que "não são apenas" o presidente e o secretário da AL os responsáveis pela situação, como quem querendo dizer que as falhas do passado eximem a responsabilidade presente.

Ora, as falhas do passado não impedem a punição dos responsáveis pela presente situação, o que é, em essência, o que se pede, como forma de dar exemplo para que não se repita mais.

Tardou a sociedade paranaense acordar. E mesmo assim, apenas uma pequena (eu diria minúscula) parte dela acordou. Mas melhor que tenha acordado tarde e exija a punição mais severa possível (seja ela cassação, impeachment, negativa à reeleição, inelegibilidade, ação penal ou cível, seja o que for!), do que continue se omitindo em face de um estado de coisas que se não era notório, era comentado à boca pequena especialmente a cada pleito.

5 de jun. de 2010

O PARANÁ QUE QUEREMOS.


A seccional paranaense da OAB e o Jornal Gazeta do Povo, estão promovendo ampla campanha pela moralização do Poder Legislativo do estado.

O Ministério Público está investigando, mas já existem provas fortes de que a Assembléia Legislativa do Paraná contratou centenas de pessoas para cargos públicos por meio de diários secretos, publicações que não circulavam e não eram públicas, mas prestavam-se a gerar documentação que autorizasse o pagamento de salários e proventos.

Mais do que isso, houve a contratação de menores de idade (13 anos), de pessoas que não recebiam nem 1/10 do salário-base e de analfabetos que nada receberam mesmo contratados. Estima-se um rombo de 100 milhões de reais, afora casos correlatos envolvendo licitações em municípios, com participação direta de altos dirigentes da casa de leis.

E o pior: Instada a manifestar-se sobre o(s) caso(s), a mesa diretora da Assembléia Legislativa do Paraná adotou a prática do silêncio, tomando medidas paliativas para dar a impressão de sanar os problemas, usando do conhecido método de declarar não saber do que se trata e dizer que a culpa é de terceiros.

Já houve a prisão de altos funcionários da casa e a sociedade paranaense exige a renúncia da mesa, que, por sua vez, faz-se de vítima, tentando aproveitar-se do esquecimento da população e ganhar tempo, até que consigam sua reeleição em outubro.

Você, oriundo do Paraná ou cidadão que aqui reside, pode participar desta campanha assinando o manifesto eletrônico constante do site http://www.novoparana.com.br/, acompanhando o caso pela Gazeta do Povo pela OAB-PR.

Entidades da sociedade civil, empresas e pessoas físicas estão engajadas na campanha e promovem no próximo dia 08 um ato público em várias cidades do Paraná com a seguinte convocação:

O PARANÁ QUE QUEREMOS.

A SÉRIE DE REPORTAGENS "DIÁRIOS SECRETOS" REVELOU UMA GRAVÍSSIMA, EXTENSA E PROFUNDA CRISE NO PODER LEGISLATIVO PARANAENSE.

A OAB-PR (ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, SEÇÃO PARANÁ), EM REAÇÃO A ESSE ESCÂNDALO POLÍTICO SEM PRECEDENTES NA HISTÓRIA DE NOSSO ESTADO, LANÇOU UMA CAMPANHA E UM VIGOROSO MANIFESTO CONTRA A IMPUNIDADE E A CORRUPÇÃO, QUANDO FEZ A SEGUINTE PERGUNTA:
AFINAL, QUE PARANÁ QUEREMOS?

AS ENTIDADES, EMPRESAS E PESSOAS FÍSICAS ABAIXO, CIENTES DE DUA RESPONSABILIDADE CIDADÃ E DA JUSTA CONVOCAÇÃO RECEBIDA, SENTEM-SE NO DEVER DE RESPONDER:

QUEREMOS UM PARANÁ ÉTICO, HONESTO, TRANSPARENTE E TRABALHADOR. UM PARANÁ À ALTURA DA DIGNIDADE DO NOSSO POVO.

MANIFESTAMOS AQUI NOSSO APOIO INCONDICIONAL AO MOVIMENTO LANÇADO PELA OAB-PR E O NOSSO COMPROMISSO DE LUTAR POR ESTA CAUSA.

JUNTE-SE A NÓS.

(Segue lista das entidades, empresas e pessoas físicas em caderno especial da Gazeta do Povo)

2 de jun. de 2010

MARINA SILVA, EXEMPLO DE CORAGEM NA POLÍTICA


Marina Silva sabe que não tem chances de ser eleita. Ela não tem máquina partidária nem os acordos espúrios e anti-programáticos aceitos pelo PT e pelo PSDB. Ela não terá palanques "fortes" nos estados. Os candidatos que apoiar aos governos, com raras exceções também serão coadjuvantes na disputa que se dará entre o PT e o PSDB e seus respectivos apoiadores, com o PMDB apoiando ora um, ora outro.

Mas o fato é que sua presença na campanha presidencial levanta a discussão sobre o meio-ambiente e o desenvolvimento sustentável, o que é uma novidade em um país onde as discussões políticas são sempre as mesmas: reforma tributária que todo mundo defende e ninguém quer fazer, programas sociais que viciam o eleitor, gastos públicos, dívida externa e taxas de juros.

Pela primeira vez na história do Brasil, uma candidata relevante vai levantar a discussão sobre os temas afeitos ao mundo moderno, tais como o papel do homem perante o meio-ambiente e a modificação de práticas danosas à ele e que impõem sacrifícios a TODOS, independentemente de sua situação social. A sustentabilidade deixará de ser tema de congressos e seminários empresariais e técnicos, para entrar na agenda e na discussão política. Quem sabe, já a partir de 2012, candidatos a prefeitos e vereadores também entrem no assunto e levem para as cidades, especialmente as menores (onde a devastação ambiental é tolerada pelo poder público municipal de regra corrupto a atender ladrões de galinha) e a discussão ganhe se alastre de modo sadio.

Só a coragem e a força de um ideal faz uma pessoa deixar a posição cômoda de ser reeleita senadora da república por mais 8 anos, para candidatar-se a um cargo que sabe que não vai alcançar apenas e tão somente para trazer à baila uma discussão importante para o mundo em que vivemos.

Não sei se votarei nela. Não estou cabalando votos para ela e boa parte das idéias que ela e seu partido defendem, como um socialismo retrógrado, não me agradam.

Porém, deixo minha admiração por esta senhora de modos serenos e cuja história de vida é admirável: Nasceu pobre em um grotão da amazônia. Extremamente doente e analfabeta, a partir dos 15 anos estudou e adquiriu formação superior. Virou professora e sindicalista. Adentrou à politica e foi vereadora, deputada estadual, senadora da república por duas vezes e uma ministra do meio-ambiente intransigente com o "jeitinho" e os acertos usados para burlar a Lei. Quando deixou de ser ministra, teve novamente a coragem de deixar um governo extremamente popular e fazer-lhe oposição centrada e coerente.

Marina Silva é a novidade do processo político de 2010, aliando ideologia, opinião, história de vida, ascensão social, cultura e discernimento. Uma política brasileira de quem se orgulhar, independentemente de concordar ou não com suas idéias.

31 de mai. de 2010

PATRIOTISMO DE OCASIÃO

A cada 4 anos é a mesma coisa. Bandeiras nacionais nas casas, nos carros, nas janelas dos prédios e nos estabelecimentos comerciais. Ruas enfeitadas em verde-amarelo irradiando ufanismo, gente declarando amor eterno ao país. Músicas em homenagem ao jeito brasileiro alegre e descontraído, propagandas de TV em verde-amarelo exaltando a seriedade da "nação de guerreiros" dispostos a lutar contra tudo e contra todos em busca dos objetivos.

E ao mesmo tempo, a indignação dos justos. A discussão sisuda sobre a não convocação de alguém, a crítica raivosa ao técnico da seleção (seja ele quem for), cujos atos são esquadrinhados e as frases são dissecadas nos mínimos detalhes, porque ele é o vilão nacional, o indivíduo sobre o qual repousa a responsabilidade de atender aos anseios brasileiros de vencer a Copa do Mundo sem perder um único ponto, goleando todos os adversários por no mínimo 3 tentos, sem tomar gols e apresentando futebol-arte.

Eu gostaria que o brasileiro fosse tão inquisidor com nossos políticos quanto é com o técnico da seleção e seus convocados. Gostaria que o brasileiro cobrasse dos políticos por educação, saúde, cultura e segurança pública quanto cobra do Dunga pelo futebol arte.

Eu quero um dia chegar a ver os brasileiros discutindo nas esquinas das ruas, nos bares, nas praças e nas rodas de amigos, as decisões de Luis Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Dilma Roussef, José Serra ou qualquer outro político, tal como discute as do Dunga. Eu gostaria de ver gente indignada, chorando de raiva e prostrada de indignação perante os casos escabrosos de corrupção, como vi nas viúvas de Neymar e Ganso. Eu gostaria de ver esta festa cívica colorida e bonita que se arma a cada 4 anos nas datas pátrias, como o 7 de setembro, o 15 de novembro ou o 21 de abril, e não aquelas crianças com cara de tédio por terem de cantar o hino nacional na marra no pátio do colégio.

Esse patriotismo de ocasião me enoja.

A maioria dos brasileiros não se importa com o país onde vive por quase 1000 dias, e de repente, às portas de uma Copa do Mundo, quer demonstrar algo que não sente no tempo certo, ou seja, sempre!

Pintar ruas de verde-amarelo e pendurar bandeirinhas é fácil. Rir de comerciais sobre futebol, decorar a musiquinha da copa, aprender a dança idiota da copa ou falar algumas palavras no idioma da copa... tudo isso é fácil, muito fácil!

Difícil é votar direito e acabar com a carreira de políticos ladrões sem necessitar da nossa (péssima) Justiça, ou seja, simplesmente não reelegê-los a despeito de seus recursos infindáveis para driblar a legislação eleitoral. Difícil é ser guerreiro para combater a disseminação criminosa de álcool entre crianças e adolescentes, para ajudar com ações cívicas na melhoria do ensino, para denunciar os abusos contra os direitos civis, para peitar os prevalecidos que dizem "você sabe com quem está falando?". Difícil é esquadrinhar a vida de candidatos a cargos públicos, entender sua trajetória política, suas realizações, seus erros, suas propostas, suas boas e más intenções. Dífícil é perguntar com quem eles andam e o que pretendem fazer. Difícil é se perguntar e analisar para onde vai o dinheiro dos impostos extorsivos que todos pagamos. Difícil é entender que um prefeitinho ou vereador de m... semi-analfabeto e miserável não pode enriquecer da noite para o dia ao assumir o cargo sem roubar dinheiro público.

Seria bom para o Brasil se a Copa do Mundo tivesse 365 dias e a escalação da seleção dependesse dos senhores políticos. Quem sabe o brasileiro aprendesse o mal que eles fazem quando ficam livres dessa fiscalização cívica que se vê a cada 4 anos contra a CBF e seus contratados.

Eu adoro futebol, eu torço pela seleção como torço pelo Coxa. Mas é apenas futebol, chorar e indigar-se por uma derrota em campo é irrelevante, chorar, indignar-se e exigir providências pela falta de recursos para a saúde e a educação, isso sim é patriótico.

Mas o brasileiro, via de regra, só chora pelo país na desclassificação de alguma copa, ou na efêmera comemoração de uma vitória.

26 de mai. de 2010

ALCOOL ENTRE ADOLESCENTES

No portal UOL, hoje:

Jovens entre 14 e 17 anos consomem 6% de todo o álcool no país.

Eu sempre escrevo aqui e repito: A sociedade brasileira é leniente demais com o consumo de álcool entre jovens, e isso está criando gerações sucessivas de alcoólatras, aumentando cada vez mais a violência (brigas, acidentes de trânsito, problemas familiares) e alimentando outro vício ainda pior, o das drogas.

6% pode parecer um número pequeno considerando que a faixa etária de 14 a 17 anos é relevante no quadro demográfico brasileiro. O problema é que, pela Lei, menores não podem consumir álcool, ou seja, 6% da bebida alcoólica vendida no país é consumida de modo ilegal e criminoso!

Estou cansado de ver na praça em frente de casa, em altas madrugadas, jovens de 12 a 17 anos consumindo álcool e drogas, sendo que não são coibidos pela Polícia Militar (que no Paraná sequer atende o 190), nem pelo Conselho Tutelar, muito menos pelos pais idiotas que dão graças aos céus por não terem os filhos chatos em casa!

E o mais irritante disso, é ver o eterno "rame-rame" das autoridades, falando em "diáologo" com os jovens, mas vendo os índices de segurança pública deteriorarem por absoluta inépcia em combater esse estado de coisas.

Seria algo simples: indivíduo está com som alto e o porta-malas do carro cheio de cerveja enchendo o saco da vizinhança. Se ele entregou uma latinha para um menor de idade qualquer, apreende o carro, manda o dono para a delegacia e o menor para o juizado competente, para que os pais sejam punidos. Comerciante que vende álcool para menor perde o alvará, tem o estabelecimento lacrado e responde pelo crime correspondente. Pai que entrega álcool para filho menor perde o pátrio-poder e responde por crime.

Será que é tão difícil assim cumprir a Lei?

MINISTÉRIO DE QUEM?

Abro o jornal e leio que o governador do Paraná, Orlando Pessutti, tem audiência em Brasília com o presidente Lula.

Na pauta, a tentativa de viabilizar a candidatura do senador Osmar Dias ao governo do estado, para concorrer com Beto Richa do PSDB, que nos últimos dias tem demonstrado força tanto nas pesquisas quanto no fechamento de alianças.

Osmar Dias está bem nas pesquisas, mas suas conversas com o PT não evoluem e que não há acerto visível com o PMDB do estado, dividido entre a candidatura de Pessutti ao Palácio Iguaçú ao mesmo tempo em que pressionado pela ala Requianista, que pretende sabotar o atual governador e facilitar a candidatura do ex-governador ao Senado.

O problema é que, no Paraná, falta palanque para Dilma. Embora não tão relevante do ponto de vista o número de votos, o Paraná preocupa o PT porque geralmente vota em massa. Collor fez 1 milhão de votos a mais que Lula por aqui, e na última eleição, o Paraná votou predominantemente em Alckmin mesmo elegendo o então aliado de Lula, Requião. Assim, acertar um palanque para a candidata do governo é necessário talvez não para vencer no estado, mas para perder por pouca diferença.

Pois bem, a Tribuna do Paraná especula que o presidente vai oferecer ao governador o cargo de presidente de Itaipu Binacional ou um ministério ligado às obras da Copa do Mundo, para que ele desista da candidatura ao Palácio Iguaçú e abra caminho para Osmar, e, claro, palanque forte para Dilma, porque isso facilitaria a candidatura da petista Gleisi Hoffmann ao Senado, com a chance de eleger-se, pois são duas vagas e presume-se que Roberto Requião já é dono de uma. Gleisi não quer ser vice de Osmar, mas com ele na disputa pelo Senado, suas chances diminuem drasticamente.

O problema é que se assim for, o presidente Lula estaria montando o ministério de Dilma Roussef. É certo que ela sabe disso e mesmo que ratifica as decisões do presidente, que está trabalhando como o (forte) coordenador de fato de sua campanha. O problema é que isso aumenta substancialmente a influência do presidente sobre um eventual governo Dilma, que se verá pressionado desde o primeiro dia por uma comparação natural com um antecessor popular e com inegável sucesso econômico.

Penso que o presidente pode apoiar sua candidata e até fazer campanha (desde que dentro dos prazos legais, o que não tem sido o caso). O que não pode é montar seu ministério, fazendo isso, deixa a impressão que a candidata não tem opiniões próprias e cede a pressões.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...