26 de jan. de 2008

IMAGENS DE CURITIBA - 6

Não tem jeito. É eu pegar a câmera e dizer que vou fotografar para o blog o tempo fecha a a garoa começa. Mesmo assim, IMAGENS DE CURITIBA está de volta.

Hoje trago fotos do parque mais bonito da cidade.

Encravado na divisa entre os municípios de Curitiba e Almirante Tamandaré, o parque foi inaugurado na gestão do prefeito Raphael Greca de Macedo (ótimo prefeito, pena que de anos para cá bandeou pro lado do Requião, cuja gestão à frente de Curitiba foi de ruim para desastrosa).

É a área de uma antiga mineradora da família Gava, complexo de extração de pedras do qual também faziam parte os terrenos da Pedreira Paulo Leminski e da Ópera de Arame.

Segundo consta foi doado justamente para virar espaço público.

Na época, Greca era discípulo de Jaime Lerner, de quem herdou o gosto por monumentos bem cuidados e arquitetura inovadora, de modo que o parque conta com um mirante, essa estrutura do fundo dos chafarizes na primeira foto, de onde se pode avistar o lago artificial criado com a vazão do Rio Barigui. Á água do rio é bombeada para o sistema dos chafarizes no alto de um morro e depois devolvida ao rio, por uma lindíssima queda d'água, que fica cintilante nos dias de sol, e pode ser vista de baixo, porque abriram uma passagem na pedra e um mirante inferior dentro da água.

Dentro do mirante, uma pequena cachoeira artificial, um bistrô e uma loja de souvenires.

Vamos às fotos, tirei em formato bem grande, clique sobre elas para ampliar.

A 1ª, uma vista dos chafarizes e do mirante, na entrada no parque.









2ª, foto lateral, para mostrar o complexo de chafarizes. Procurei mostrar os três.

















3ª, a visão do lado contrário ao do mirante.


















4ª, a visão do lago, a partir do mirante.
















5ª, a visão do lago, e do paredão de pedra sobre o qual está o mirante.
















6ª, panorâmica do mirante, e do paredão de pedra.
















7ª, a queda d'água. Não dá a impressão que ela sobe?

22 de jan. de 2008

A APOSTA AÉREA!

Foto: O Globo

Ontem o ministro da defesa, Nelson Jobim, anunciou que Congonhas, aeroporto onde no ano passado aconteceu a maior tragédia da aviação brasileira, voltará a receber escalas, conexões e vôos charter.

Eu lembro ao leitor, que logo após a tragédia, Congonhas teve suas operações limitadas, como que reconhecendo-se que sua pista curta e antiquada, e sua localização central na cidade de São Paulo causavam um risco demasiado aos usuários.

Lembro também que as companhias aéreas reclamaram sobremaneira da decisão de limitar as operações lá, porque isso diminuiria seus lucros (leia aqui, aqui e aqui), a ponto de, antes da tragédia, haver negociações no sentido de aumentar ainda mais o movimento naquele aeroporto, conforme o Estadão noticiou em 17/07/2007 (leia aqui)

A quantidade de "slots" (pousos e decolagens) que foi diminuída para de 38 para 33 depois do acidente, era para ser de 44 segundo o plano das companhias aéreas discutido com a ANAC, antes da tragédia.

Em outras palavras, o governo cedeu ao colossal lobby aéreo e definitivamente encostou a barriga no problema, para empurrá-lo torcendo para que o azar não mate ninguém em mais algum acidente antes das eleições de 2010.

Isso nada mais é que uma aposta sinistra, mesmo que a retomada de tais procedimentos não aumente o número atual de "slots".

As vezes me pergunto se a operação deste aeroporto é suspensa quando chove ou ainda se as obras de "grooving" que faltavam no momento da tregédia foram efetivamente encerradas.

Até ontem eu imaginava que o governo tratava de diminuir gradualmente as operações lá e por fim limitar ao máximo o uso do local, tirando Congonhas da malha aérea, mesmo contrariando os interesses do duopólio da aviação comercial brasileira.

Porém, descobri que desde julho passado, o governo falou muito e não fez nada.

Uma medida que o governo poderia tomar sem custo, senão o político, seria de iniciar os processos de reintegração de posse da área contígua a Cumbica, onde deveria ser construída uma nova pista. A área foi invadida e lá se deixou criar uma favela em detrimento dos interesses econômicos maiores do país. Nem isso, que é simples, o governo fez, que dizer obras e principalmente, a contenção dos interesses comerciais das companhias aéreas, que pretendem Congonhas congestionado ainda por muito tempo.

Deus nos ajude para que não aconteça nenhum novo acidente com tanta irresponsabilidade no ar.

Mais sobre o assunto na Folha de S.Paulo/Defesanet, aqui.

21 de jan. de 2008

JUSTIÇA?

Curitiba, acredite o leitor, não tem um fórum. O que existe para atender o público são vários prédios em lugares diferentes da cidade, todos improvisados e acanhados, sem contar que o número de varas cíveis e criminais da capital é o mesmo há 30 anos. Há uma promessa de criar no bairro do Ahú, no lugar da antiga penitenciária, um Centro Judiciário. Mas as obras que eram para iniciar em 2007, ainda não saíram do discurso vazio e dos lindíssimos "banners" de publicidade oficial.

Rio Branco do Sul/PR, tem um fórum em construção cujas obras estão paradas há 6 meses por falta de verbas para comprar móveis e fazer o acabamento. Enquanto isso, trabalha-se num prédio improvisado e inseguro. As audiências são feitas em uma sala menor que canil aqui de casa e os júris, julgamentos de crimes contra a vida, são feitos na sala de sessão da Câmara Municipal da cidade.

O município de Almirante Tamandaré/PR doou um terreno para a construção de um fórum, o que só é lembrado pela placa de bronze que puseram no local. O fórum funciona numa antiga escola improvisada, com corredores estreitos e boa parte da construção em madeira, a ponto do escrivão da vara cível ter alugado uma casa próxima para instalar sua serventia, que fica há 300 metros da sede do judiciário do local.

Faltam verbas para o TJPR atender o público?

Claro que não! Há cerca de 3 anos, o TJ inaugurou um anexo suntuoso ao seu prédio original, que custou em torno de 70 milhões de reais, e é decorado com muito mármore e granito, contando com nada menos que 8 elevadores, e espaços para barbeiros, cabeleireiros, chaveiros e engraxates. Na época do projeto, especulou-se em fazer 5 andares adicionais no prédio original, mas isso foi afastado porque, segundo o noticiário, era preciso estudar melhor os aspectos estruturais.

Eis que ontem, na Gazeta do Povo de Curitiba, a notícia de que, por módicos 97,5 milhões de reais, o prédio original do TJ receberá 5 novos andares (?) e uma reforma completa!

É a tal coisa, no Palácio da Justiça o afluxo de público é 1/10 do que ocorre nas varas cíveis, criminais e de pequenas causas de Curitiba. Mas lá, os corredores são amplos, as salas de espera idem e tudo é muito bem cuidado. Onde transita o povão, porém, é tudo apertadinho e improvisado em prédios alugados que vivem mudando de lugar. Para o deleite dos senhores desembargadores, sempre há verbas. Para melhorar o acesso do povão ao Judiciário, dá-lhe alegar problemas com licitação e falta de dinheiro.

20 de jan. de 2008

CADERNOS DE VIAGEM - 2

Chovia a cântaros!

Para o leitor ter uma idéia, a viagem de volta entre Joinvile e Curitiba, levou 3 horas para um trecho de 120 km, tanta chuva que caía.

Mas ontem, mesmo com chuva, fui novamente visitar Santa Catarina, mais especialmente, Jaraguá do Sul, terra de empresas gigantes como a Marisol, a WEG, a Duas Rodas e especialmente,a Malwee, que além de patrocinar o time campeão nacional e sul-americano de futebol de salão, mantém o Parque Malwee, uma lindíssima área verde que a empresa preserva, com áreas de lazer, lago, e espécies nativas de vegetação.

Um lugar sensacional mesmo com chuva.

Vamos às fotos (clique sobre elas para ampliar):

Há dois ótimos restaurantes dentro do parque, onde o turista come iguarias alemãs, como joelho de porco defumado (eisbein). As duas fotos que seguem, são a fachada do restaurante menor e o seu interior:
















Para o leitor ter uma pequena idéia da exuberante vegetação e mesmo do cuidado extremo com o parque:

1. Labirinto de cercas-vivas:

2. Carreiro (pavimentado) sob bambuzais:













E também uma visão geral do lago, bem como uma amostra das vitórias-régia que crescem nos lagos menores do parque.





O Parque Malwee fica em Jaraguá do Sul/SC, junto à fábrica matriz da Malwee Malharias, e é aberto de terças a domingo. Os restaurantes funcionam das 11:00 às 14:30. No local, que é de acesso livre, ainda há churrasqueiras, pista de bicicross e um museu, que conta a história a empresa e da cidade.

18 de jan. de 2008

E AINDA QUEREM A CPMF?

A Receita Federal do Brasil divulgou ontem o resultado da arrecadação tributária de 2007, que foi de R$ 602,79 bilhões, que corresponde a um acrescimo, no ano, de R$ 79,43 bilhões.

Descontando a inflação, o acréscimo real de receita em 2007 foi de R$ 61,37 bilhões, ou uma CPMF e meia, crescendo 11,09%, o dobro do crescimento do PIB, que foi de 5,2%.

E ainda tem deputado desonesto, de baixo clero, querendo recriar a CPMF na marra, mesmo quando o próprio governo admite que o aumento de arrecadação seria suficiente para compensar a extinção da contribuição. É a tal coisa, se o governo não criasse tantos ministérios e contratasse tanta gente inútil em cargos de comissão, até sobraria dinheiro para a saúde.

Mas deixar de apadrinhar puxas-sacos de políticos, nem pensar!

15 de jan. de 2008

QUANDO SÃO PAULO FICA IGUALZINHA A RIO BRANCO DO SUL/PR.

UOL/Agestado:
Alencar estuda ajuda a Kassab para enfrentar chuvas em São Paulo



Todos os anos, em meados de janeiro, é a mesma coisa. São Paulo alagada, as TV(s) fazendo alarde e entrevistando gente aos prantos informando que perdeu tudo, políticos em polvorosa com pires na mão pedindo dinheiro e uns até exigindo a criação de impostos para atacar o problema (já ouvi gente dizendo que enchente é problema de saúde, e a panacéia para isso é, claro, CPMF).

E fica o tititi por uns dias até que chega o carnaval, daí o assunto é esquecido até janeiro do ano seguinte.

O engraçado disso, é que todo o ano é a mesma coisa aqui em Rio Branco do Sul, no Paraná.

A demagogia come solta. Tanto em Rio Branco do Sul quanto em São Paulo as prefeituras preferem fazer obras caríssimas (com padrões proporcionais, bem dito) do que, por exemplo, exigir dos habitantes, mediante multa e processo criminal se necessário for, que façam coisas simples como não jogar lixo nos rios e não construir a mais do que o permitido em lei para cada área de zoneamento, preservando a permeabilidade do solo e diminuindo o risco de enchentes.

É a tal coisa, não haverá solução para o problema de ambas as cidades, se não se atacar o fator humano envolvido na questão, com reintegração de posse, demolição completa e preservação permanente de áreas de ribeirinhas invadidas por favelas, além, claro, de fiscalização severa sobre pseudo-cidadãos que não observam a necessidade de prevervar jardins ou de gerenciar melhor o seu lixo para evitar que toda uma comunidade (no caso de São Paulo, uma mega-hiper comunidade!) seja prejudicada.

Tanto em São Paulo, quanto em Rio Branco do Sul, os políticos evitam fazer coisas que impliquem fazer o povão se coçar, como impedir que ele construa e invada o que bem entenda, e jogue lixo onde quiser, porque quem faz as coisas desse jeito é justamente quem vende seu voto em troca de chinelo e cesta básica.

Eu até consigo entender que isso aconteça aqui em Rio Branco do Sul, onde o primeiro requisito para um político ter sucesso é não saber nem falar, que dizer escrever.

Mas em São Paulo? A maior cidade da América do Sul, o centro econômico, financeiro e cultural de um continente inteiro, terceiro orçamento do país, terra natal de pelo menos meia dúzia de ex-presidentes da república?

O fato é que São Paulo é administrada absolutamente do mesmo jeito que uma cidadezinha de políticos analfabetos, distante 30 km de Curitiba.

Os políticos de São Paulo precisam compreender a grandeza e a importância da cidade, e tratar de transmitir isso a seus eleitores.

Sem isso, todos os anos, pela eternidade, haverá enchentes... e isso só faz felizes os diretores dos jornais da Rede Globo, que sabem que captar lágrimas de desgraçados aumenta a audiência!

12 de jan. de 2008

QUEREM A CABEÇA DA DILMA

O leitor têm acompanhado a discussão acerca da nomeação do novo ministro de Minas e Energia?

O nome, Edison Lobão, é indicação do ex-presidente José Sarney (aquele que o PT abominava tempos atrás), mas existe um "quid pro quo" acerca da entrega da pasta ao PMDB de "porteira fechada" ou não, porque o partido está incomodado com o excesso de poder da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, no governo.

A idéia é assumir o ministério em questão e trocar todas as suas secretarias e cargos decisórios por gente do PMDB.

Claro que Dilma, que ocupou a pasta, não concorda, até porque tem muitos petistas indicados por ela ocupando cargos no ministério e deferindo estrutura de poder a uma pessoa que, eu, pelo menos, reputo como a ministra mais competente deste governo, tanto do ponto de vista administrativo quanto político.

Dilma administra o PAC (e o PAC tem muita relação com o ministério objeto da demanda) e isso incomoda o PMDB, cujo sonho era lançar Nelson Jobim candidato a presidente com o apoio de Lula.

Nelson Jobim desapareceu da mídia e hoje, no governo, apenas o presidente Lula e Dilma têm visibilidade. Se Lula não tentar o terceiro mandato, é Dilma na cabeça, e isso têm preocupado a direção do PMDB que teme encolher nas eleições de 2010 e ficar sem a estrutura de poder que mantém o partido vivo.

O fato é que o PMDB está aumentando exigências para auxiliar o governo, porque o entendimento geral é que, na situação de hoje, o presidente Lula, se não reeleito, elege quem quiser para ser seu sucessor.

Prevejo que o PMDB vai causar mais incômodos e barganhar por mais cargos e ministérios daqui até 2010. E não o fará de modo sutil.

Leia mais:

Folha de S.Paulo
PMDB quer controlar Minas e Energia e enfraquecer Dilma
Estado de S.Paulo
Dilma veta 'porteira fechada' no ministério de Lobão

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...