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22 de jan. de 2008

A APOSTA AÉREA!

Foto: O Globo

Ontem o ministro da defesa, Nelson Jobim, anunciou que Congonhas, aeroporto onde no ano passado aconteceu a maior tragédia da aviação brasileira, voltará a receber escalas, conexões e vôos charter.

Eu lembro ao leitor, que logo após a tragédia, Congonhas teve suas operações limitadas, como que reconhecendo-se que sua pista curta e antiquada, e sua localização central na cidade de São Paulo causavam um risco demasiado aos usuários.

Lembro também que as companhias aéreas reclamaram sobremaneira da decisão de limitar as operações lá, porque isso diminuiria seus lucros (leia aqui, aqui e aqui), a ponto de, antes da tragédia, haver negociações no sentido de aumentar ainda mais o movimento naquele aeroporto, conforme o Estadão noticiou em 17/07/2007 (leia aqui)

A quantidade de "slots" (pousos e decolagens) que foi diminuída para de 38 para 33 depois do acidente, era para ser de 44 segundo o plano das companhias aéreas discutido com a ANAC, antes da tragédia.

Em outras palavras, o governo cedeu ao colossal lobby aéreo e definitivamente encostou a barriga no problema, para empurrá-lo torcendo para que o azar não mate ninguém em mais algum acidente antes das eleições de 2010.

Isso nada mais é que uma aposta sinistra, mesmo que a retomada de tais procedimentos não aumente o número atual de "slots".

As vezes me pergunto se a operação deste aeroporto é suspensa quando chove ou ainda se as obras de "grooving" que faltavam no momento da tregédia foram efetivamente encerradas.

Até ontem eu imaginava que o governo tratava de diminuir gradualmente as operações lá e por fim limitar ao máximo o uso do local, tirando Congonhas da malha aérea, mesmo contrariando os interesses do duopólio da aviação comercial brasileira.

Porém, descobri que desde julho passado, o governo falou muito e não fez nada.

Uma medida que o governo poderia tomar sem custo, senão o político, seria de iniciar os processos de reintegração de posse da área contígua a Cumbica, onde deveria ser construída uma nova pista. A área foi invadida e lá se deixou criar uma favela em detrimento dos interesses econômicos maiores do país. Nem isso, que é simples, o governo fez, que dizer obras e principalmente, a contenção dos interesses comerciais das companhias aéreas, que pretendem Congonhas congestionado ainda por muito tempo.

Deus nos ajude para que não aconteça nenhum novo acidente com tanta irresponsabilidade no ar.

Mais sobre o assunto na Folha de S.Paulo/Defesanet, aqui.

27 de jul. de 2007

SER ÉTICO É CHATO, MAS... É O ÚNICO CAMINHO

Texto de Fernando Gouveia, que já foi publicado no blog da Saramar e que reproduzo:

Meu nome é Fernando Gouveia e o n. do meu CREA-MG é 53538/D e desafio qualquer técnico ou perito a contradizer minha exposição, óbvia, dos fatos. Se eu estiver errado, rasgo minha carteira do CREA. Desafio qualquer político, rato, FDP, que se sinta prejudicado pela realidade que aqui relato, a me processar. Estou dando meu número do CREA (que não é falso) e meu e-mail. Não precisa fazer esforço pra me achar.

Agora, caso vc não seja um dos pestilentos responsáveis pela desgraça que se abate sobre nós, dia após dia, então não seja um "Zé Ninguém". Pare alguns minutos do seu precioso trabalho, leia o texto abaixo, com atenção, e, caso concorde, pulverize para todos da sua caixa postal. Não se omita. Se não concorda, responda-me, argumente, "defenda" sua posição, mas não seja mais um covarde, mais um egoísta, mais um bundão. Essa coisa tem que acabar, para que nossos netos e filhos tenham condições de viver sem vergonha de serem bem sucedidos e sem medo de usufruir com liberdade das suas próprias conquistas (...).

Minha única irmã estará, na próxima semana, nesse mesmo vôo, também pela TAM e espero que o avião não caia, mas minhas palavras transcendem minha preocupação pessoal com uma pessoa que amo, seja minha irmã, esposa, filhas, amigos, seja quem for. Morrer é o caminho de todos nós e isso, que soa como a questão principal, na verdade, não passa de um detalhe, sórdido, mas subliminar.

Vejam os números: Imaginemos 200 vítimas fatais, cada uma com uma média de 10 parentes e 10 amigos, então teremos 20.000 pessoas indignadas por terem sido atingidas diretamente. No que interessa aos políticos, o voto, esse número é ínfimo. Divida 20.000 indignados por 100.000.000 de eleitores e você verá que foram perdidos "apenas" 0,02% do eleitorado, ou seja, 2% dividido por cem (para os que se confundem com números). E daí? Agora veja quantas pessoas transitam, passeiam, relaxando e gozando, felizes, ou passando raiva, no aeroporto de Congonhas, TODOS OS DIAS. E é a essa "china" humana, de transeuntes, vivos e capazes de votar, que os políticos preferem atender. Por isso que a verba para a reforma, digamos, "antropodinâmica" (que garante conforto, estética, luxo, etc.) saiu primeiro que a verba para os serviços técnicos de pista. Essa é a sordidez da mente nefasta dos nossos políticos: "Que diferença faz uma meia dúzia de 20.000 que se estrepam dali, se outros milhões se alegram de cá".

Fui engenheiro responsável por várias obras de porte que prestei para a INFRAERO, inclusive nas pistas e sou testemunha viva da capacidade técnica desse órgão. Os departamentos de engenharia beiram a perfeição, tanto em recursos humanos quanto físicos. O pessoal da segurança treina até o mais reles peão, um mero carregador de sacos. Todos os trabalhadores, peões ou engenheiros são checados pela segurança, que só depois desta conferência libera os crachás com as indicações de acesso, ou seja, as permissões para transitar nessa ou naquela parte.

Tive um fiscal da INFRAERO que tinha sido meu aluno na Faculdade de Engenharia da FUMEC e, por coincidência, já engenheiro formado, acabou designado para fiscalizar minha obra. O sujeito não relaxou, ao contrário, dobrou a rigorosidade, que já não era pouca. Resumindo, os técnicos e o pessoal da segurança da INFRAERO são sérios, são técnicos e não políticos, sabiam que a pista não estava plenamente segura e não fizeram nada, porque não puderam fazer nada, porque pra nossa infelicidade os Diretores e Presidentes das "INFRAERO da vida", mesmo que tenham sido técnicos um dia, deixaram de sê-lo e hoje vivem da e para a política.

O que se viu ali foi crime, mas não apenas contra meia dúzia de 20.000 vítimas diretas, mas sim contra todos os brasileiros. Os números não assustam e a comoção é uma questão de mídia. Um único feriado mata três vezes a quantidade de pessoas que morreram ontem, só em acidentes de estradas, sem falar na violência desenfreada e na fome.

Se a rede Globo dedicasse o tempo de UM ÚNICO capítulo da sua mega educativa novela, "Os Sete Pecados", para explicar, em linguagem simplificada, para 50 milhões de brasileiros grudados na TV, o que realmente ocorreu naquele acidente, teríamos uma revolução. Só que não interessa a ela, como não interessou mostrar, com detalhes, a vaia que o Lula recebeu no Pan. Cala-se e continua passando seu absurdo folhetim que glamouriza a ruindade de espírito e fica anunciando e repetindo a balela dos interessados em ganhar tempo, com essa conversa mole de "aguardar a perícia". É disso que vivem nossos políticos. De aguardar. De esperar a poeira abaixar, como abaixará mais essa e mais outras tantas.

Não tem papo de perícia: Sou perito formado pelo antigo Instituto Mineiro de Avaliação e Perícias, hoje Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias - Sucursal MG, fui professor da Faculdade de Engenharia da Universidade FUMEC por 11 anos e afirmo, taxativamente, que, nesse caso, não precisa "esperar" o resultado da perícia. Trata-se de um evento óbvio, derivado de um vício construtivo, fruto da irresponsabilidade dos que priorizaram as obras valorizando a plástica e relegando a segurança ao segundo plano.

Toda pista de rolamento precisa de drenagem, o que ocorre um pouco pela permeabilidade dos materiais e a maior parte por um sistema de drenagem básico, jogando a água do centro da pista para as laterais, com recursos primários de inclinação e coleta perimetral. Em locais de maior necessidade de aderência, como em algumas curvas de ruas, avenidas e estradas e também em pontos de pistas de pouso, pontes e viadutos inclinados ou em curva, pátios, enfim, onde se pretenda aumentar o atrito da roda com o piso, são feitas ranhuras, que além de melhorarem o atrito favorecem a drenagem radial. Uma dessas situações é o caso de Congonhas, que tem a chamada "pista curta".

Alguém pode alegar que a pista do Santos Dumont também é curta e também não tem ranhuras, mas existe a questão do ar. Lembrem-se dos jogos de futebol do Brasil, nos países muito altos, onde o ar é rarefeito: O goleiro cobra um tiro de meta e a bola sai do outro lado do campo. Pois é; O Santos Dumont está ao nível do mar e São Paulo a 860 metros acima do nível do mar. Com altitude maior, o ar fica mais rarefeito, o que exige mais pista ou então mais recursos de frenagem para a aeronave. Engenharia é isso, muda tudo e tudo depende de um tanto de coisa e foi pra isso que a engenharia surgiu como ciência.

Especula-se: FOI FALHA TÉCNICA? A equipe técnica da INFRAERO sabe que 2+2=4. Falha técnica seria, se eles não soubessem disso. Mas tenham certeza, eles sabiam. Não fizeram nada porque são mandados por pessoas hierarquicamente superiores, que vão cobrindo a técnica com uma espessa camada de política.

FALHA DO PILOTO? É bom lembrar sempre que ele também estava no avião e ele também morreu. Arremeter é o procedimento indicado em qualquer situação anormal que ocorra entre o momento de início dos trabalhos para aterrisagem até a parada completa da aeronave em solo. O piloto fez o que pôde. FALHA DA AERONAVE? Alegar excesso de tecnologia, ou falha de equipamentos é ridículo. É mais fácil uma arara azul fugir da Amazônia e fazer cocô na sua cabeça do que uma aeronave como essa dar problema.

Sabe qual o nome do ÚNICO VERDADEIRO CAUSADOR DESSA TRAGÉDIA? Eleições 2010. É a ânsia pelo poder... E a culpa nem é do Lula, que não passa de um gerente encantado e lambuzado (quem nuca comeu melado, quando come se lambuza), mas inócuo. O problema é nosso, da classe alta e privilegiada, que muitas vezes nos omitimos, ou nos escondemos atrás dos nossos próprios interesses. Esperem o povão dopado pela ignorância resolver o problema e as coisas só vão piorar. Cada Projeto Shangrilá, cada Urbanização de Aglomerado (nome chique e conveniente dados às favelas), irá comprar a alma e a mente dos pobres. E nós? Vamos vender nossa alma em troca de um aeroporto confortável, de uma vida confortável na base do "foda-se do mundo que não me chamo Raimundo"?

Precisamos entender o mundo com o olho do outro e principalmente, saber se queremos a polícia e a política igual para todos. Porque se for assim, nós, os abastados, teremos que socializar nossas riquezas e teremos que sentar no banco da escola pra estudar ética, pra parar de fechar o cruzamento, de estacionar em lugar errado, de chamar as pessoas usando a buzina, de fechar as ruas pra comemorar jogo de futebol, de trocar de celular de mês em mês "encostando" um aparelho feito pra durar 10 anos e se esquecendo que aquilo vira lixo, etc.

Ser ético é "chato", mas é o único caminho. Eu estou nessa. E você? Se estiver também, comece a exercitar sua ética disparando esse e-mail para o maior número possível de pessoas.

24 de jul. de 2007

SILÊNCIO ENSURDECEDOR

Nelson Rodrigues, de quem eu nunca fui fã, teria dito algo como esse título, um silêncio ensurdecedor, ao constatar a reação das autoridades nacionais depois do acidente em Congonhas.

Mas é realmente ensurdecedor o silêncio do governo.

Ensurdecedor porque os áulicos, os puxa-sacos, os bolivarianos de carteirinha e os jornalistas devidamente calçados fazem enorme barulho para evitar que respingue responsabilidade no senhor presidente, mas especialmente para que não rolem cabeças de companheiros que, por falta de qualificação, não arranjariam empregos tão bem remunerados como os cargos em comissão deferidos pelo aparelho partidário no governo.

O problema é que não está adiantando muito e as manifestações singelas acontecem pelo país afora, não para responsabilizar o presidente, mas para alertá-lo da incompetência visceral de seu governo, começando pela verborragia irremediável de dois ministros (Turismo e Fazenda), o sono pungente de um terceiro ministro, o da Defesa, e passando pelos atos tresloucados de assessores extremamente próximos do presidente, como o senhor Marco Aurélio Garcia, que despacha há poucos metros do gabinete de Sua Excelência.

Mas o presidente recolhe-se.

É óbvio que o presidente também está comovido com a tragédia, mas seus atos denodam total falta de controle sobre seu governo porque, passada uma semana do acidente, não foi capaz de uma medida sequer tendente a amenizar e buscar soluções para o cáos aéreo, apenas reuniões e palavras ao vento, sem demitir pelo menos uma parte dos comissionados que deram causa ao problema (o ministro da Defesa e a diretoria da INFRAERO, por exemplo), ao nada fazerem durante o primeiro mandato, e especialmente desde o acidente com o avião da Gol.

Fica difícil para um usuário do sistema aéreo, ele deve pensar: durma-se como, com um silêncio desses?

PS: Hoje, 25/07, a presidência da república informou a troca do ministro da defesa, saindo o atual, entrando Nelson Jobim, ex-ministro do governo FHC (ora, quem diria?), ministro sposentado do STF. Também especula-se que haverá mudança na cúpula da INFRAERO... não o ideal, mas, em verdade, um começo. Sinal de que nem todos os protestos são ignorados por Brasília.

18 de jul. de 2007

TRAGÉDIA II

Houve quem tenha dito via e-mail para este blogueiro que faço política rasteira ao vincular o acidente ao governo, basicamente porque sou "direitista".

Mas os fatos estão aí:

A BAND relatou os problemas na pista durante a transmissão ontem, justamente a BAND, a emissora mais próxima do governo Lula.

É o governo Lula que manobra no Congresso para evitar que a INFRAERO seja investigada.

Dona Marta Suplicy, do "relaxa e goza" é ministra do governo Lula, e demonstrou bem a forma com que encara o problema aéreo.

Senhor Waldir Pires, ministro do governo Lula, afirmou dias atrás que a solução para o apagão aéreo não sairia antes de 1 ano, dada a burocracia, a mesma que inexiste, quando o assunto é criar cargos em comissão.

Previsão de mais de 200 mortos. Enquanto o governo se mantém em paralisia constante, sem tomar medidas efetivas, tentando culpar controladores de vôo ou mesmo transferir a imagem da culpa para a Força Aérea Brasileira, pessoas inocentes morrem.

Uma coisa são fatalidades, acidentes aéreos podem, efetivamente, acontecer. Porém, é o segundo acidente grave em menos de 1 ano e não há na história do Brasil uma sequência tão sinistra de fatos, o que denota que há algum problema no controle do tráfego aéreo, apesar do próprio ministro Guido Mantegna dizer que se trata da consequência do crescimento do país.

Por óbvio eu não publiquei o comentário do detrator, até porque ele não publicaria um comentário meu em seu blog feito para "rir dos direitistas".

Mas a opinião dele é esta: meu comentário foi aproveitamento rasteiro da tragédia.

Não concordo. Estou indignado, justamente eu que em várias ocasiões defendi parte da política econômica do governo Lula e mesmo me manifestei contra as vaias que ele levou na abertura do Pan.

O leitor confunde indignação com "direitismo", talvez porque, quem tenha tanto apreço por ditadores como Fidel Castro e Hugo Chaves, não tenha muito apreço pela vida.

17 de jul. de 2007

TRAGÉDIA

Os leitores já estão cientes de que há uma hora, aconteceu um acidente com um avião da TAM, no aeroporto de Congonhas/SP.

As últimas informações são de que o avião teria derrapado na nova pista de Congonhas(aliás, mais um avião que derrapou lá), e colidido com o hangar da própria companhia, carregando 170 passageiros.

Estou chocado!

Não bastasse 150 mortos em setembro do ano passado, agora, mais 170 para o inventário sinistro da incompetência da INFRAERO, do Ministério da Defesa e deste governo, que criou 20 mil cargos em comissão para apadrinhados inúteis, mas não consegue comprar equipamentos aeronáuticos, contratar controladores de vôo e reformar a contento os aeroportos brasileiros.

Quantos inocentes ainda terão de morrer senhor presidente Lula?

Quantos inocentes ainda terão que morrer senhor Waldir Pires?

PS: Comentários insistentes de que a reforma na pista foi mal executada e faltam ranhuras na pista, que acabam levando a derrapagens e acidentes. Ou seja, aceleraram as obras ao máximo para amenizar o apagão que este governo de incompetentes causou, e mataram 170 inocentes.

PS2: Quase duas horas após o acidente, NENHUMA autoridade foi capaz de pronunciar-se.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...