Quem acompanhou o noticiário da Copa das Confederações, constatou que os estádios e a infra-estrutura da África do Sul não são exatamente dentro daquilo que se convencionou chamar padrão FIFA, referindo-se ao famoso caderno de encargos, que em teoria deve ser observado pelo país que queira sediar uma Copa do Mundo.
No estádio onde foi jogada a final, os lugares não são 100% cobertos e nem de longe, segundo a imprensa brasileira, nenhum dos locais de jogos sequer chega perto do Allianz Arena ou do Estádio Olímpico de Berlin, usados na Copa da Alemanha, que foi considerada a melhor de todos os tempos em organização.
Guardemos o fato de que a Alemanha é um país (muito) rico e tem a organização em sua cultura, coisa que não acontece nem na África do Sul, muito menos no Brasil.
Mas o que ficou claro, é que a FIFA é flexível em relação ao cumprimento de tais metas do caderno de encargos, até porque ela não pode exigir que todos os países-sede tenham o mesmo poder de investimento que a Alemanha.
Porém eu tenho notado uma verdadeira febre brasileira em adotar o padrão FIFA como uma espécie de mandamento divino que deve ser cumprido à risca, apresentando-se projetos mirabolantes e milionários, de tal forma que o intuito é construir doze estádios praticamente novos, nem que para isso (óbvio) os governos tenham que assumir a tarefa em situação emergencial, tal qual o que aconteceu nos Jogos Panamericanos de 2007.
A impressão que ficou da Copa das Confederações é que o Brasil não precisa fazer loucuras como cobrir o Morumbi e o Mineirão, alterar a arquitetura tombada do Maracanã, muito menos construir um estádio novo em Recife, onde há pelo menos dois em plenas condições de receber reformas para sediar o evento.
Bastaria adequar a estrutura interna dos estádios, arrumar a circulação em volta deles e garantir plenas condições de trabalho para a imprensa, higiene e conforto para os usuários.
Mais do que isso, Johanesburgo terá dois estádios na Copa 2010, o que significa que, por medida de economia, cidades como o Rio de Janeiro (que já tem um estádio em plenas condições de sediar o evento), São Paulo e Porto Alegre poderiam assumir duas sedes, concentrando investimentos e fazendo economia.
Tenho a impressão que todo o lobby para impor 12 sub-sedes e erguer arenas caríssimas tem por finalidade assaltar os cofres públicos, não é exatamente uma exigência da FIFA.
2 de jul. de 2009
29 de jun. de 2009
NÃO VOU PERDER MEU TEMPO
Com todo o respeito e mesmo admiração por quem já está pedindo a cabeça do senador Sarney e mesmo por quem irá às ruas manifestar-se por isso, não vou entrar na campanha.
E não o farei por não acreditar nos resultados dela.
Se o senador Renan Calheiros, infinitamente menos poderoso e influente que José Sarney não foi cassado nem renunciou ao cargo, porque o ícone maranhense seria ou faria isto?
Mais do que isso, na improvável hipótese do Senado ensaiar cassá-lo, ele ainda teria a possibilidade de renunciar, voltando em 2010 nos braços do povo do Maranhão ou do Amapá, que certamente garantiriam sua reeleição. E na mais remota hipótese ainda, de ser cassado e condenado a 3 anos de inelegibilidade, ele voltaria em 2014, isso se não eleger um filho, sobrinho ou neto para seu lugar em 2010.
Ou seja, toda e qualquer indignação esbarra na incapacidade do povão em separar o joio do trigo e extirpar essas figuras da política.
Collor bateu nada mais, nada menos que a senadora Heloísa Helena e voltou à cena política, mesmo cassado com perda de 8 anos de direitos políticos. Maluf voltou mesmo após uma temporada na cadeia. Antonio Carlos Magalhães voltou e mesmo morto, deixou seu filho no lugar. E seu desafeto Jáder Barbalho também retornou ao Congresso, assim como Severino Cavalcanti deverá fazê-lo em 2010, após 3 anos como prefeito da cidade natal, eleito inclusive com a presença do presidente Lula na campanha.
Aqui no Paraná, o deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho trafegava com um carro blindado em excesso de velocidade e, segundo as informações preliminares do inquérito, alcoolizado. Matou duas pessoas e dias depois renunciou ao cargo, sabendo que por ser de família tradicional, filho do prefeito de Guarapuava, voltará à Assembléia em 2010 se quiser.
Enfim, exemplos são inúmeros.
Para o presidente Lula e o PT, Sarney era um vilão irrecuperável enquanto presidente da república ou aliado de FHC et caterva. Hoje, o presidente Lula e o PT não só tecem loas ao cacique maranhense, como o defendem inclusive com a solidariedade velada da histriônica senadora Idelli Salvatti, de tantos discursos radicalóides, ultra-esquerdistas e pregadores de uma falsa ética que uma vez alcançado o poder, foi esquecida.
Enfim, para quê gastar saliva, tempo e paciência para investir em algo inútil?
Que me desculpem esses corajosos engajados na causa, mas a acho perdida e enterrada desde já.
Mesmo assim, boa sorte!
Mas em última análise, é o povão que ratifica os atos dessa gente. É o povão que os reconduz à cena política a cada vez que uma parte pequena da sociedade consegue uma cassação por meio dos meios legais cabíveis, inclusive com o auxílio da imprensa livre.
E não o farei por não acreditar nos resultados dela.
Se o senador Renan Calheiros, infinitamente menos poderoso e influente que José Sarney não foi cassado nem renunciou ao cargo, porque o ícone maranhense seria ou faria isto?
Mais do que isso, na improvável hipótese do Senado ensaiar cassá-lo, ele ainda teria a possibilidade de renunciar, voltando em 2010 nos braços do povo do Maranhão ou do Amapá, que certamente garantiriam sua reeleição. E na mais remota hipótese ainda, de ser cassado e condenado a 3 anos de inelegibilidade, ele voltaria em 2014, isso se não eleger um filho, sobrinho ou neto para seu lugar em 2010.
Ou seja, toda e qualquer indignação esbarra na incapacidade do povão em separar o joio do trigo e extirpar essas figuras da política.
Collor bateu nada mais, nada menos que a senadora Heloísa Helena e voltou à cena política, mesmo cassado com perda de 8 anos de direitos políticos. Maluf voltou mesmo após uma temporada na cadeia. Antonio Carlos Magalhães voltou e mesmo morto, deixou seu filho no lugar. E seu desafeto Jáder Barbalho também retornou ao Congresso, assim como Severino Cavalcanti deverá fazê-lo em 2010, após 3 anos como prefeito da cidade natal, eleito inclusive com a presença do presidente Lula na campanha.
Aqui no Paraná, o deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho trafegava com um carro blindado em excesso de velocidade e, segundo as informações preliminares do inquérito, alcoolizado. Matou duas pessoas e dias depois renunciou ao cargo, sabendo que por ser de família tradicional, filho do prefeito de Guarapuava, voltará à Assembléia em 2010 se quiser.
Enfim, exemplos são inúmeros.
Para o presidente Lula e o PT, Sarney era um vilão irrecuperável enquanto presidente da república ou aliado de FHC et caterva. Hoje, o presidente Lula e o PT não só tecem loas ao cacique maranhense, como o defendem inclusive com a solidariedade velada da histriônica senadora Idelli Salvatti, de tantos discursos radicalóides, ultra-esquerdistas e pregadores de uma falsa ética que uma vez alcançado o poder, foi esquecida.
Enfim, para quê gastar saliva, tempo e paciência para investir em algo inútil?
Que me desculpem esses corajosos engajados na causa, mas a acho perdida e enterrada desde já.
Mesmo assim, boa sorte!
Mas em última análise, é o povão que ratifica os atos dessa gente. É o povão que os reconduz à cena política a cada vez que uma parte pequena da sociedade consegue uma cassação por meio dos meios legais cabíveis, inclusive com o auxílio da imprensa livre.
26 de jun. de 2009
MAIS UM GÊNIO QUE SE VAI...
Michael Jackson marcou toda uma geração.
No momento em que o Rei Elvis se foi para o Olimpo musical, Michael assumiu o posto com competência incomum, e menos de 5 anos depois, cravou com "Thriller" o álbum mais vendido da história, enchendo seu protagonista de prêmios Grammy, de dinheiro e de fãs pelo mundo afora.
Não vou lembrar de Michael Jackson pelas suas esquisitices, pelas acusações de pedofilia e nem mesmo pela cor inconstante de sua pele.
Se em certo momento ele ficou branco, continuou até o fim da vida com a belíssima voz negra e aquele ritmo sensacional que só as pessoas diferentes, de uma classe superior de imortais são capazes de deixar como legado para a humanidade.
Do garoto prodígio do Jackson Five a superstar global, o que lembrarei dele para sempre é da genialidade de quem cantou "Ben", "I'll Be There", "Beat it", "Billie Jean", "Black or White", "Thriller" e tantas outras composições, algumas tocantes e outras chocantes, mas sempre com a marca da genialidade de um ser humano incomum que venceu a barreira do racismo e tornou-se ícone de brancos, pardos, amarelos ou vermelhos.
E lembraremos também de quem inventou um novo jeito de dançar e se expressar, que valorizou a cultura soul e a música negra.
E igualmente, de alguém que mudou completamente a história do video-clipe e que por conta disso alavancou a popularidade de canais de TV a cabo, fortalecendo assim uma nova forma de mídia.
E por fim, de alguém que foi capaz de reunir estrelas para combater a fome no mundo, compondo a música mais tocada da história recente da humanidade, "Whe Are The World".
Ontem, o Olimpo musical recebeu um novo hóspede. Provavelmente ele foi recebido por uma comissão de gênios como Mozart, Beethoven, Liszt, Verdi, Elvis, Sinatra, Pavarotti e tantos outros que em maior ou menor escala deixaram um legado parecido: mudaram o nosso jeito de perceber o mundo... e para (muito) melhor!
18 de jun. de 2009
A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NÃO TEM PREÇO NEM DIPLOMA
Na prática, o STF reiterou ontem o princípio de liberdade de expressão consagrado na Constituição Federal, cláusula pétrea que independe de regulamentação e que é pilar da própria existência do Estado brasileiro.
Se o diploma passasse a ser obrigatório à toda atividade jornalística, a partir da decisão este blog teria que sair do ar basicamente porque ele leva informação e opinião aos seus leitores, por mais que eu jamais tenha me arvorado na condição de jornalista, algo que efetivamente não sou.
Mais do que isso, uma interpretação ao pé da letra de uma obrigatoriedade assim poderia ser utilizada para impedir a expressão de opinião especialmente contra a classe política, tão atacada ao mesmo tempo em que é tão protegida pelo Judiciário brasileiro, que é sempre rápido em defender mediante liminares os direitos (ou supostos direitos) dos senhores representantes do povo, quanto lerdo em puni-los nas suas falhas.
Notícia falsa ou opinião expressada de tal modo a ofender alguém, não precisa de lei específica, e não será coibida exigindo-se diploma de jornalista, do exato mesmo modo que o diploma de bacharel em direito não faz um advogado honesto e competente.
Trata-se difamação ou calúnia, punível na esfera criminal em conformidade com o código específico, e na esfera cível a título de dano moral, sem aquela absurda tarifação que existia na revogada Lei de Imprensa, que ainda incluía regras muito mais de interesse do regime de exceção que a outorgou, do que da sociedade brasileira, em especial a classe dos jornalistas, com ou sem diploma.
E se persistisse a exigência do diploma, os não-jornalistas passariam a caluniar e difamar por meios não oficiais, tão comuns no nosso dia a dia.
Penso que faculdades de jornalismo são importantíssimas no mundo em que vivemos, cuja mídia é preponderantemente eletrônica, ao contrário de um passado remoto, onde a comunicação era feita quase que exclusivamente por meio impresso.
Hoje em dia, é preciso ter capacitação técnica para colocar a notícia no ar numa rede de TV ou rádio e mesmo num site da internet. Os órgãos de comunicação continuarão a buscar os talentos com formação específica até porque terão que ter quadros técnicos para manter sua atividade, porque se a apuração da notícia é uma exigência de talento, a divulgação dela exige um quadro técnico que considere diversos fatores, cuja administração se aprende nos bancos das faculdades de jornalismo, tais como o tempo de exposição ou o uso de expressões adequadas ao meio em voga para que seja bem assimilada.
O mercado para jornalistas diplomados só tende a crescer e não será essa não-obrigatoriedade de diploma que vai desempregar gente qualificada. Aliás, o desqualificado pode ter quantos diplomas puder que ainda sim não arranjará lugar de trabalho, isso em qualquer área do conhecimento.
Mas não se podem perder talentos da expressão de idéias e opiniões por que eles não tem diploma de jornalista ou mesmo diploma algum. Seria como exigir diploma de nível superior para um político ser presidente da república. Se é verdade que político não pode ser analfabeto, por outro lado, é público e notório que estadistas e mesmo políticos comuns não podem ter carreiras limitadas pela exigência de um diploma. Na liberdade de expressão, isso funciona do mesmo jeito, porque o talento de uma pessoa em expressar suas opiniões em favor de toda a sociedade, não pode ser limitado por uma exigência material.
O STF reafirmou ontem a fé na democracia e ao contrário do que muitos possam afirmar, valorizou a profissão de jornalista profissional e diplomado ao deixar claro que neste mercado, é a capacitação e a qualidade do profissional que vale, muito antes do diploma que ostenta na parede do seu escritório.
Se o diploma passasse a ser obrigatório à toda atividade jornalística, a partir da decisão este blog teria que sair do ar basicamente porque ele leva informação e opinião aos seus leitores, por mais que eu jamais tenha me arvorado na condição de jornalista, algo que efetivamente não sou.
Mais do que isso, uma interpretação ao pé da letra de uma obrigatoriedade assim poderia ser utilizada para impedir a expressão de opinião especialmente contra a classe política, tão atacada ao mesmo tempo em que é tão protegida pelo Judiciário brasileiro, que é sempre rápido em defender mediante liminares os direitos (ou supostos direitos) dos senhores representantes do povo, quanto lerdo em puni-los nas suas falhas.
Notícia falsa ou opinião expressada de tal modo a ofender alguém, não precisa de lei específica, e não será coibida exigindo-se diploma de jornalista, do exato mesmo modo que o diploma de bacharel em direito não faz um advogado honesto e competente.
Trata-se difamação ou calúnia, punível na esfera criminal em conformidade com o código específico, e na esfera cível a título de dano moral, sem aquela absurda tarifação que existia na revogada Lei de Imprensa, que ainda incluía regras muito mais de interesse do regime de exceção que a outorgou, do que da sociedade brasileira, em especial a classe dos jornalistas, com ou sem diploma.
E se persistisse a exigência do diploma, os não-jornalistas passariam a caluniar e difamar por meios não oficiais, tão comuns no nosso dia a dia.
Penso que faculdades de jornalismo são importantíssimas no mundo em que vivemos, cuja mídia é preponderantemente eletrônica, ao contrário de um passado remoto, onde a comunicação era feita quase que exclusivamente por meio impresso.
Hoje em dia, é preciso ter capacitação técnica para colocar a notícia no ar numa rede de TV ou rádio e mesmo num site da internet. Os órgãos de comunicação continuarão a buscar os talentos com formação específica até porque terão que ter quadros técnicos para manter sua atividade, porque se a apuração da notícia é uma exigência de talento, a divulgação dela exige um quadro técnico que considere diversos fatores, cuja administração se aprende nos bancos das faculdades de jornalismo, tais como o tempo de exposição ou o uso de expressões adequadas ao meio em voga para que seja bem assimilada.
O mercado para jornalistas diplomados só tende a crescer e não será essa não-obrigatoriedade de diploma que vai desempregar gente qualificada. Aliás, o desqualificado pode ter quantos diplomas puder que ainda sim não arranjará lugar de trabalho, isso em qualquer área do conhecimento.
Mas não se podem perder talentos da expressão de idéias e opiniões por que eles não tem diploma de jornalista ou mesmo diploma algum. Seria como exigir diploma de nível superior para um político ser presidente da república. Se é verdade que político não pode ser analfabeto, por outro lado, é público e notório que estadistas e mesmo políticos comuns não podem ter carreiras limitadas pela exigência de um diploma. Na liberdade de expressão, isso funciona do mesmo jeito, porque o talento de uma pessoa em expressar suas opiniões em favor de toda a sociedade, não pode ser limitado por uma exigência material.
O STF reafirmou ontem a fé na democracia e ao contrário do que muitos possam afirmar, valorizou a profissão de jornalista profissional e diplomado ao deixar claro que neste mercado, é a capacitação e a qualidade do profissional que vale, muito antes do diploma que ostenta na parede do seu escritório.
16 de jun. de 2009
SARNEY E OS ATOS SECRETOS
16/06/2009 - 16h38
Sarney diz que crise é do Senado e que não sabe o que é ato secreto
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Penso que para um ato político ser considerado secreto, basta que sua publicação seja feita de modo a potencialmente não chegar ao conhecimento da opinião pública, em especial da imprensa.
O senador Sarney alegou hoje que os atos ditos "secretos" em verdade foram publicados na intranet do Senado, o que significa que só estiveram à disposição dos funcionários e parlamentares da casa, o que pelo menos para mim, é longe de ser considerado público, a teor da melhor interpretação do artigo 37 da Constituição Federal.
No Brasil é comum que se criem leis com redação dúbia ou insuficiente, para deixar ao arbítrio do administrador a criação de certas condições fáticas da sua aplicação. É por essa razão que, por exemplo, os regulamentos tributários inventam alíquotas absurdas e procedimentos destituídos de lógica apenas com fins arrecadatórios de multas e cominações legais.
Mas daí a atos publicados intranet serem considerados públicos há uma grande distância, porque a criação e nomeação nessas circunstâncias tão favoráveis às famílias dos senhores senadores, quando não de seus amantes ou protegidos, tudo sob uma manto de uma publicidade cuja audiência (funcionários e os próprios senadores) jamais contestaria a nomeação irregular de gente com sobrenome poderoso, soa como piada, por mais que o senador Sarney tente demonstrar que efetivamente não sabia de tais fatos.
Ora, o senador Sarney é notoriamente influente e poderoso. Ele preza tanto sua história familiar, que aceita que no Maranhão existam escolas, fóruns, prédios públicos, pontes e ruas com nomes de sua família, muitas vezes de pessoas ainda vivas como ele próprio. Será que ele não sabia mesmo que seu neto e suas sobrinhas trabalhavam no Senado?
O problema é que se ele alegar não saber está aberta a porta para que se diga que estas pessoas jamais compareciam ao trabalho, embora com o salário pago religiosamente em dia, o que é ainda mais grave que a própria nomeação de modo espúrio, pois denota a contraprestação com dinheiro público, por um trabalho que jamais foi prestado.
Independentemente da responsabilidade política do senhor Sarney, esse fato lamentável denota que no Brasil, princípios de administração pública como o da moralidade e o da publicidade são relativos, eles valem para pessoas como eu e você, caro leitor, mas não para netos e sobrinhos de políticos, a ponto de uma intranet qualquer substituir um Diário Oficial para dizer (e apenas dizer mesmo) que se cumpre o imperativo que decorre de uma Constituição mais conspurcada que funcionária de bordel.
15 de jun. de 2009
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA: O CAOS COMPLETO NO PAGAMENTO DOS TRIBUTOS
Substituição tributária é uma forma do governo adiantar o recebimento de tributos e ao mesmo tempo substituir a pessoa obrigada ao recolhimento, com vias a diminuir o número de empresas a serem fiscalizadas.
Ela impõe que, por exemplo, todos os impostos sobre combustíveis sejam cobrados ainda na refinaria, onde se faz uma estimativa (óbvio, sempre para mais) do valor do produto quando chegar ao consumo final.
Até que a idéia não é ruim se aplicada em casos específicos, onde o substituto tributário seja uma grande empresa como a Petrobrás, capaz de aguentar a burocracia e os custos administrativos que a prática impõe.
No entanto, como sempre ocorre quando o assunto é impostos no Brasil, está sendo deturpada, de tal maneira que hoje, MILHARES de pequenas e micro empresas estão sendo obrigadas a praticar a dita substituição, piorando o já absurdamente caótico sistema tributário.
O intuito dos governos federal e estaduais é bem claro: criar um verdadeiro big brother fiscal, fazendo com que todo mundo seja duplamente responsável, seja pelo imposto próprio, seja pelo imposto de seu cliente e mesmo vice-versa, visto que o sistema confere responsabilidade solidária em caso de não retenção.
Mais do que isso, torna o sistema tributário tão caótico que abre espaço para que toda e qualquer empresa seja multada por descumprimento de obrigação acessória e fique à mercê de agentes fiscais corruptos e mesmo do aumento exponencial de custos.
O que no passado recente era limitado a combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e telecomunicações, hoje foi extendido para materiais de construção, aparelhos eletrônicos, e alimentos, e milhares de outros itens, de uma tal maneira que o benefício fiscalizatório de diminuir o número de empresas a serem visitadas virou fumaça.
Além disso, dada a inconclusividade das regras tributárias, que não seguem uma sistemática com mínimo de lógica, há o aumento bárbaro da carga tributária, pois o contribuinte sempre acaba optando por reter o imposto pela regra que pareça mais favorável ao fisco, ao mesmo tempo em que este usa do caos que ele mesmo criou para multar indiscriminadamente por descumprimento de obrigações acessórias.
Com o advento do Super Simples, milhares de empresas simplesmente não sabem como agir, obrigadas a fazer a substituição tributária. E as autoridades se omitem. As secretarias estaduais de fazenda criam interpretações que tornam impossivel o recolhimento correto do tributo pelo sistema simplificado, impondo que ele seja pago como contribuinte pelo regime normal, e o Comitê Gestor nada soluciona.
Graças ao conjunto Substituição Tributária + SPED + Super Simples, programas tributários em aplicação no país sem qualquer tipo de preocupação tanto dos agentes fazendários quanto dos legisladores em compatibilizá-los, o sistema tributário está próximo de um colapso que levará os contribuintes a impetrarem uma quantidade colossal de medidas judiciais, capazes de colocar em xeque toda a atividade arrecadatória dos governos e a sanidade fiscal das empresas, o resultado desse caos armado pela ganância dos políticos em arrecadar cada vez mais punindo justamente quem paga seus impostos em dia e facilitando a vida dos sonegadores é incerto, pode até implicar em paralisia econômica do país inteiro.
Ela impõe que, por exemplo, todos os impostos sobre combustíveis sejam cobrados ainda na refinaria, onde se faz uma estimativa (óbvio, sempre para mais) do valor do produto quando chegar ao consumo final.
Até que a idéia não é ruim se aplicada em casos específicos, onde o substituto tributário seja uma grande empresa como a Petrobrás, capaz de aguentar a burocracia e os custos administrativos que a prática impõe.
No entanto, como sempre ocorre quando o assunto é impostos no Brasil, está sendo deturpada, de tal maneira que hoje, MILHARES de pequenas e micro empresas estão sendo obrigadas a praticar a dita substituição, piorando o já absurdamente caótico sistema tributário.
O intuito dos governos federal e estaduais é bem claro: criar um verdadeiro big brother fiscal, fazendo com que todo mundo seja duplamente responsável, seja pelo imposto próprio, seja pelo imposto de seu cliente e mesmo vice-versa, visto que o sistema confere responsabilidade solidária em caso de não retenção.
Mais do que isso, torna o sistema tributário tão caótico que abre espaço para que toda e qualquer empresa seja multada por descumprimento de obrigação acessória e fique à mercê de agentes fiscais corruptos e mesmo do aumento exponencial de custos.
O que no passado recente era limitado a combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e telecomunicações, hoje foi extendido para materiais de construção, aparelhos eletrônicos, e alimentos, e milhares de outros itens, de uma tal maneira que o benefício fiscalizatório de diminuir o número de empresas a serem visitadas virou fumaça.
Além disso, dada a inconclusividade das regras tributárias, que não seguem uma sistemática com mínimo de lógica, há o aumento bárbaro da carga tributária, pois o contribuinte sempre acaba optando por reter o imposto pela regra que pareça mais favorável ao fisco, ao mesmo tempo em que este usa do caos que ele mesmo criou para multar indiscriminadamente por descumprimento de obrigações acessórias.
Com o advento do Super Simples, milhares de empresas simplesmente não sabem como agir, obrigadas a fazer a substituição tributária. E as autoridades se omitem. As secretarias estaduais de fazenda criam interpretações que tornam impossivel o recolhimento correto do tributo pelo sistema simplificado, impondo que ele seja pago como contribuinte pelo regime normal, e o Comitê Gestor nada soluciona.
Graças ao conjunto Substituição Tributária + SPED + Super Simples, programas tributários em aplicação no país sem qualquer tipo de preocupação tanto dos agentes fazendários quanto dos legisladores em compatibilizá-los, o sistema tributário está próximo de um colapso que levará os contribuintes a impetrarem uma quantidade colossal de medidas judiciais, capazes de colocar em xeque toda a atividade arrecadatória dos governos e a sanidade fiscal das empresas, o resultado desse caos armado pela ganância dos políticos em arrecadar cada vez mais punindo justamente quem paga seus impostos em dia e facilitando a vida dos sonegadores é incerto, pode até implicar em paralisia econômica do país inteiro.
12 de jun. de 2009
IMAGENS DE CURITIBA - 18
Curitiba conta com inúmeras praças muito bem cuidadas, como a do Expedicionário, cujas imagens inauguraram esta série aqui do blog, e que você pode rever aqui.
Na verdade, existe um departamento específico da municipalidade para cuidar do assunto, de modo que em todos os bairros as praças recebem trato contínuo, embora o vandalismo seja inclemente por aqui também, fruto da falta de cultura que é geral em todo o Brasil e que leva alguns indivíduos a destruirem o patrimônio de todos protestando contra sua própria desonestidade.
A primeira foto é da praça que existe em frente à base aérea do Bacacheri, onde está sediado o CINDACTA, e na qual está exposto um exemplar do F-8 Gloster Meteor, primeiro avião a jato da FAB, e caça de uma beleza incomum, que os amantes da aviação bem reconhecem.
As duas fotos que seguem, são da Praça do Japão, situada no endereço mais valorizado da capital parana- ense no bairro do Batel. Esta praça foi recentemente revitalizada e nela situa-se o Memorial da Imigração Japonesa, homenagem a mais uma das raças que fizeram de Curitiba uma cidade de muitas culturas.
Uma vista da Praça Nossa Senhora da Salete, que eu já mostrei aqui, e onde situa-se a sede dos 3 poderes do estado do Paraná, além da prefeitura municipal e o fórum com o tribunal do júri.
Nas fotos que seguem, vemos a Praça 19 de Dezembro, popular- mente conhecida como Praça do Homem Nú. Originalmente, o obelisco e as esculturas da foto foram instalados em frente ao Palácio Iguaçú, que foi construído com eles em comemoração ao centenário da emancipação política do estado do Paraná. Mas os tempos eram outros e a feliz escolha do então governador Bento Munhoz da Rocha Neto, que fez questão de estátuas com traços de um casal negro, gerou uma polêmica numa terra então predominantemente branca, mas que com o tempo aprendeu o valor desta raça que também compõe a cultura da cidade. O obelisco e as estátuas foram transferidos de lugar e ganharam ao seu lado um chafariz com um painel do mais curitibano dos artistas, o pintor e escultor Poty Lazarotto. Outra curiosidade sobre essa praça é que o homem nú é Coxa-Branca, e a cada vez que o germânico Coritiba Foot Ball Club é campeão, ele veste a faixa comemorativa.
Por fim, o chafariz da Praça Santos Andrade. Esta praça é o marco do início do calçadão da Rua XV. De um lado dela encontra-se o prédio histórico da UFPR, que tantas boas lembranças traz a este que vos escreve. De outro, o Teatro Guaíra. Uma curiosidade é que, quando passei no vestibular, fui obrigado a tomar banho neste chafariz... coisas de garoto!
No dia 09 de junho de 2007 inaugurei a série Imagens de Curitiba. Portanto, estou comemorando dois anos, 18 postagens, mais de 90 fotos, mais de 300 comentários e milhares de visitas. Piá curitibano e bicho do Paraná, aprendi a amar com devoção esta terra que de tanto acolher muitas raças e culturas nos ensina que os seres humanos são irmãos de mesmo sangue, muitas vezes injustamente separados pelas fronteiras do preconceito e do racismo. Curitiba me ensinou tanto, e me proporcionou tantas conquistas que nunca cansarei de homenageá-la, de modo que esta série continuará indefinidamente a mostrar suas belezas. Agradeço a audiência de todos que passaram aqui para conhecer um pedacinho da minha cidade, convidando-os a visitar este pequeno pedaço da terra brasileira, obrigado e voltem sempre!
- CLIQUE SOBRE AS FOTOS PARA AMPLIÁ-LAS.
- TODAS AS FOTOS SÃO DE MINHA AUTORIA, O USO NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE.
Na verdade, existe um departamento específico da municipalidade para cuidar do assunto, de modo que em todos os bairros as praças recebem trato contínuo, embora o vandalismo seja inclemente por aqui também, fruto da falta de cultura que é geral em todo o Brasil e que leva alguns indivíduos a destruirem o patrimônio de todos protestando contra sua própria desonestidade.
A primeira foto é da praça que existe em frente à base aérea do Bacacheri, onde está sediado o CINDACTA, e na qual está exposto um exemplar do F-8 Gloster Meteor, primeiro avião a jato da FAB, e caça de uma beleza incomum, que os amantes da aviação bem reconhecem.
As duas fotos que seguem, são da Praça do Japão, situada no endereço mais valorizado da capital parana- ense no bairro do Batel. Esta praça foi recentemente revitalizada e nela situa-se o Memorial da Imigração Japonesa, homenagem a mais uma das raças que fizeram de Curitiba uma cidade de muitas culturas.
Uma vista da Praça Nossa Senhora da Salete, que eu já mostrei aqui, e onde situa-se a sede dos 3 poderes do estado do Paraná, além da prefeitura municipal e o fórum com o tribunal do júri.
Nas fotos que seguem, vemos a Praça 19 de Dezembro, popular- mente conhecida como Praça do Homem Nú. Originalmente, o obelisco e as esculturas da foto foram instalados em frente ao Palácio Iguaçú, que foi construído com eles em comemoração ao centenário da emancipação política do estado do Paraná. Mas os tempos eram outros e a feliz escolha do então governador Bento Munhoz da Rocha Neto, que fez questão de estátuas com traços de um casal negro, gerou uma polêmica numa terra então predominantemente branca, mas que com o tempo aprendeu o valor desta raça que também compõe a cultura da cidade. O obelisco e as estátuas foram transferidos de lugar e ganharam ao seu lado um chafariz com um painel do mais curitibano dos artistas, o pintor e escultor Poty Lazarotto. Outra curiosidade sobre essa praça é que o homem nú é Coxa-Branca, e a cada vez que o germânico Coritiba Foot Ball Club é campeão, ele veste a faixa comemorativa.
Por fim, o chafariz da Praça Santos Andrade. Esta praça é o marco do início do calçadão da Rua XV. De um lado dela encontra-se o prédio histórico da UFPR, que tantas boas lembranças traz a este que vos escreve. De outro, o Teatro Guaíra. Uma curiosidade é que, quando passei no vestibular, fui obrigado a tomar banho neste chafariz... coisas de garoto!
No dia 09 de junho de 2007 inaugurei a série Imagens de Curitiba. Portanto, estou comemorando dois anos, 18 postagens, mais de 90 fotos, mais de 300 comentários e milhares de visitas. Piá curitibano e bicho do Paraná, aprendi a amar com devoção esta terra que de tanto acolher muitas raças e culturas nos ensina que os seres humanos são irmãos de mesmo sangue, muitas vezes injustamente separados pelas fronteiras do preconceito e do racismo. Curitiba me ensinou tanto, e me proporcionou tantas conquistas que nunca cansarei de homenageá-la, de modo que esta série continuará indefinidamente a mostrar suas belezas. Agradeço a audiência de todos que passaram aqui para conhecer um pedacinho da minha cidade, convidando-os a visitar este pequeno pedaço da terra brasileira, obrigado e voltem sempre!
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- TODAS AS FOTOS SÃO DE MINHA AUTORIA, O USO NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE.
9 de jun. de 2009
O PREÇO DA GASOLINA E DO DIESEL NÃO VAI CAIR
Que o leitor não se anime, os preços da gasolina e do óleo diesel não vão cair.
Acontece que ano passado, quando o barril do petróleo batia o recorde de quotação (US$ 140) a Petrobrás aumentou o preço na refinaria e o governo compensou isso diminuindo a CIDE - Contribuição Social por Intervenção no Domínio Econômico, o que deixou o preço estável na bomba.
Ontem, a Petrobrás anunciou que uma baixa de mais ou menos 9% no preço da refinaria, o que corresponde a dizer que ela já compensou as supostas perdas ocorridas quando o barril estava supervalorizado. Mas quando anunciou isto, imediatamente o governo tratou de compensar, aumentando a alíquota da CIDE, que é variável.
Há aspectos bons e ruins nisso tudo.
O aspecto bom é o país experimentar algo que era impensável em esferas governamentais no passado, a política tributária. Política tributária, em termos práticos, significa administrar alíquotas variáveis com vias a resultados que não apenas o da arrecadação. Assim, a CIDE foi usada para evitar o aumento do preço dos combustíveis na bomba, como a queda do IPI foi utilizada para alavancar as vendas de veículos e eletrodomésticos nestes 6 primeiros meses de 2009, evitando uma retração econômica maior por conta da crise econômica mundial.
Outro aspecto interessante é o da estabilidade de preços dos combustíveis. É claro que o consumidor quer gasolina e óleo diesel baratos, até porque o preço destes, determina o preço final do álcool na bomba também. Mas a estabilidade de preços é boa para toda a economia, no sentido de que impede variação excessiva de custos, a partir de um insumo universal, o combustível.
O aspecto ruim é a constatação de que os combustíveis brasileiros encontram-se entre os mais caros do mundo porque são pesadamente tributados. Algo em torno de 60% do preço pago na bomba, para álcool, gasolina, óleo diesel e GNV, são impostos. Há estados em que o preço da gasolina na bomba é em torno de R$ 2,55, mas o ICMS é cobrado sobre R$ 2,82. Em outros, como o Paraná, a substituição tributária é feita com alíquota de até 129%, o que significa que, sobre o preço da refinaria, soma-se 129%, aplica-se a alíquota e cobra-se com antecipação. E a situação é exatamente îgual para os demais combustíveis e lubrificantes.
Outro aspecto ruim é o do monopólio de fato que a Petrobrás detém sobre o refino e a importação de combustíveis, que na prática torna impossível que uma distribuidora se aventure a concorrer com ela, mesmo em mercados localizados. Se a Petrobrás não tivesse esse monopólio, a possibilidade de preços menores para combustíveis seria bem maior, porque abriria a possibilidade do preço básico eventualmente ser menor, chegando à bomba com alguma diferença em favor do consumidor.
Acontece que ano passado, quando o barril do petróleo batia o recorde de quotação (US$ 140) a Petrobrás aumentou o preço na refinaria e o governo compensou isso diminuindo a CIDE - Contribuição Social por Intervenção no Domínio Econômico, o que deixou o preço estável na bomba.
Ontem, a Petrobrás anunciou que uma baixa de mais ou menos 9% no preço da refinaria, o que corresponde a dizer que ela já compensou as supostas perdas ocorridas quando o barril estava supervalorizado. Mas quando anunciou isto, imediatamente o governo tratou de compensar, aumentando a alíquota da CIDE, que é variável.
Há aspectos bons e ruins nisso tudo.
O aspecto bom é o país experimentar algo que era impensável em esferas governamentais no passado, a política tributária. Política tributária, em termos práticos, significa administrar alíquotas variáveis com vias a resultados que não apenas o da arrecadação. Assim, a CIDE foi usada para evitar o aumento do preço dos combustíveis na bomba, como a queda do IPI foi utilizada para alavancar as vendas de veículos e eletrodomésticos nestes 6 primeiros meses de 2009, evitando uma retração econômica maior por conta da crise econômica mundial.
Outro aspecto interessante é o da estabilidade de preços dos combustíveis. É claro que o consumidor quer gasolina e óleo diesel baratos, até porque o preço destes, determina o preço final do álcool na bomba também. Mas a estabilidade de preços é boa para toda a economia, no sentido de que impede variação excessiva de custos, a partir de um insumo universal, o combustível.
O aspecto ruim é a constatação de que os combustíveis brasileiros encontram-se entre os mais caros do mundo porque são pesadamente tributados. Algo em torno de 60% do preço pago na bomba, para álcool, gasolina, óleo diesel e GNV, são impostos. Há estados em que o preço da gasolina na bomba é em torno de R$ 2,55, mas o ICMS é cobrado sobre R$ 2,82. Em outros, como o Paraná, a substituição tributária é feita com alíquota de até 129%, o que significa que, sobre o preço da refinaria, soma-se 129%, aplica-se a alíquota e cobra-se com antecipação. E a situação é exatamente îgual para os demais combustíveis e lubrificantes.
Outro aspecto ruim é o do monopólio de fato que a Petrobrás detém sobre o refino e a importação de combustíveis, que na prática torna impossível que uma distribuidora se aventure a concorrer com ela, mesmo em mercados localizados. Se a Petrobrás não tivesse esse monopólio, a possibilidade de preços menores para combustíveis seria bem maior, porque abriria a possibilidade do preço básico eventualmente ser menor, chegando à bomba com alguma diferença em favor do consumidor.
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5 de jun. de 2009
PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA - PONTA GROSSA/PR
No município de Ponta Grossa, distante 110 Km de Curitiba, no segundo planalto do estado, região conhecida como os "Campos Gerais", situa-se uma das belezas naturais mais importantes do Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha.
Administrado pelo Instituto Ambiental do Paraná, Vila Velha encontra-se em processo de recuperação. A devastação da mata e da flora à sua volta puseram em risco os próprios arenitos, que são pedras desgastadas pela ação dos ventos. Além disso, ocorre ali uma infestação de javalis, animais que não fazem parte do ecossistema original, destruindo plantas nativas e impedindo a proliferação dos animais silvestres.
Quando criança visitei o local e lembro que as lojas de suvenires e lanchonetes ficavam grudadas às pedras, onde era livre para qualquer um subir e mesmo vandalizar, o que explica as muitas pixações que ainda se encontram no local.
O governo do estado interveio e o parque foi fechado. A partir disso, criou-se longe dos arenitos, uma instalação de apoio ao turista. A partir dela, a visitação depende do pagamento de uma taxa e as pessoas são levadas de ônibus, em número limitado até os arenitos onde se estipularam trilhas das quais o turista não pode sair, até que se decida se é viável ou não a visitação em todas as formações rochosas, muitas delas tão danificadas pela ação turística predatória, que teme-se pelo seu desabamento.
Quando criança conheci o parque na sua inteireza, subi no platô de pedra, do qual há uma vista espetacular dos Campos Gerais, mas penso que o governo está certo. Fui lá novamente há uns tempos, e constatei respeito por um monumento que representa o próprio estado, tanto quanto as Araucárias e as belezas urbanísticas de Curitiba.
Os leitores que vierem ao Paraná, não deixem de visitá-lo. Além das formações rochosas, há um lago,uma cachoeira e um complexo de furnas, cujas fotos deixarei para outra ocasião. Mas pelas imagens a seguir, podem notar que é um patrimônio natural inestimável.
Esta é uma vista geral do complexo dos arenitos.
O bico do papagaio.
A garrafa de Coca-Cola.
A bota.
Um dos símbolos do estado do Paraná, talvez a formação mais famosa do lugar. A taça.
Notem a fragilidade da formação rochosa e a beleza multicolorida. Muitas destas pedras, esfarelam ao toque, daí a necessidade do cuidado.
Hoje é dia do meio-ambiente e este post é de alerta para que preservemos nossas belezas naturais. Mas ao mesmo tempo, é uma comemoração pela obra de Deus, que foi generoso com a minha terra, da qual lhes mostro um pequeno pedaço.
- TODAS AS FOTOS SÃO DE MINHA AUTORIA.
- O USO DAS IMAGENS NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE.
- CLIQUE SOBRE AS FOTOS PARA AMPLIAR.
Administrado pelo Instituto Ambiental do Paraná, Vila Velha encontra-se em processo de recuperação. A devastação da mata e da flora à sua volta puseram em risco os próprios arenitos, que são pedras desgastadas pela ação dos ventos. Além disso, ocorre ali uma infestação de javalis, animais que não fazem parte do ecossistema original, destruindo plantas nativas e impedindo a proliferação dos animais silvestres.
Quando criança visitei o local e lembro que as lojas de suvenires e lanchonetes ficavam grudadas às pedras, onde era livre para qualquer um subir e mesmo vandalizar, o que explica as muitas pixações que ainda se encontram no local.
O governo do estado interveio e o parque foi fechado. A partir disso, criou-se longe dos arenitos, uma instalação de apoio ao turista. A partir dela, a visitação depende do pagamento de uma taxa e as pessoas são levadas de ônibus, em número limitado até os arenitos onde se estipularam trilhas das quais o turista não pode sair, até que se decida se é viável ou não a visitação em todas as formações rochosas, muitas delas tão danificadas pela ação turística predatória, que teme-se pelo seu desabamento.
Quando criança conheci o parque na sua inteireza, subi no platô de pedra, do qual há uma vista espetacular dos Campos Gerais, mas penso que o governo está certo. Fui lá novamente há uns tempos, e constatei respeito por um monumento que representa o próprio estado, tanto quanto as Araucárias e as belezas urbanísticas de Curitiba.
Os leitores que vierem ao Paraná, não deixem de visitá-lo. Além das formações rochosas, há um lago,uma cachoeira e um complexo de furnas, cujas fotos deixarei para outra ocasião. Mas pelas imagens a seguir, podem notar que é um patrimônio natural inestimável.
Esta é uma vista geral do complexo dos arenitos.
O bico do papagaio.
A garrafa de Coca-Cola.
A bota.
Um dos símbolos do estado do Paraná, talvez a formação mais famosa do lugar. A taça.
Notem a fragilidade da formação rochosa e a beleza multicolorida. Muitas destas pedras, esfarelam ao toque, daí a necessidade do cuidado.
Hoje é dia do meio-ambiente e este post é de alerta para que preservemos nossas belezas naturais. Mas ao mesmo tempo, é uma comemoração pela obra de Deus, que foi generoso com a minha terra, da qual lhes mostro um pequeno pedaço.
- TODAS AS FOTOS SÃO DE MINHA AUTORIA.
- O USO DAS IMAGENS NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE.
- CLIQUE SOBRE AS FOTOS PARA AMPLIAR.
4 de jun. de 2009
"IMORRÍVEL"
Renan Calheiros voltou triunfante para o centro da arena política, presidindo a CPI da Petrobrás.
Está cada dia mais claro que esta CPI não foi criada pela oposição.
A dita oposição só serviu de laranja para os interesses do PMDB, cujas assinaturas garantiram a CPI tanto quanto impuseram um comando supostamente "governista" à ela, mas que na prática será instrumento de pressão contra o PT e especialmente contra o presidente Lula, na busca por fortalecer o partido numa chapa liderada pela ministra Dilma Roussef no ano que vem.
A dita oposição é inconsistente, no exato momento em que nada faz por si mesma, e ao mesmo tempo fortalece as guerras de interesses internos do governo e de sua "base aliada".
Me convenço que o PMDB quer a vice-presidência em 2010, e não me surpreenderia se ela for ocupada por Renan Calheiros, Roseana Sarney ou Michel Temer.
Mais do que isso, o PMDB quer o comando da Petrobrás e de ministérios agraciados com verbas do PAC.
Isso está cristalino pela forma de atuação do partido, que é sempre alijado nas discussões sobre chapas para a presidência, mas que mantém firme e forte o seu poder, a ponto de constranger o governo desse jeito, mesmo quando faz a cena de que atende os interesses do Planalto, controlando uma CPI que de efeito prático para a sociedade nada mostrará, embora de grande valia para o partido.
A oposição teria sido mais eficiente se ficasse calada. A criação dessa CPI teve dois efeitos:
a) Fortaleceu Dilma eleitoralmente, vez que levará o PMDB a apoiá-la;
b) Enfraqueceu Dilma institucionalmente, vez que, uma vez presidente, terá que compor em termos generosos com o PMDB, com as consequências que qualquer brasileiro conhece.
Ou seja, a oposição nada ganhou... mas o país perdeu!
Está cada dia mais claro que esta CPI não foi criada pela oposição.
A dita oposição só serviu de laranja para os interesses do PMDB, cujas assinaturas garantiram a CPI tanto quanto impuseram um comando supostamente "governista" à ela, mas que na prática será instrumento de pressão contra o PT e especialmente contra o presidente Lula, na busca por fortalecer o partido numa chapa liderada pela ministra Dilma Roussef no ano que vem.
A dita oposição é inconsistente, no exato momento em que nada faz por si mesma, e ao mesmo tempo fortalece as guerras de interesses internos do governo e de sua "base aliada".
Me convenço que o PMDB quer a vice-presidência em 2010, e não me surpreenderia se ela for ocupada por Renan Calheiros, Roseana Sarney ou Michel Temer.
Mais do que isso, o PMDB quer o comando da Petrobrás e de ministérios agraciados com verbas do PAC.
Isso está cristalino pela forma de atuação do partido, que é sempre alijado nas discussões sobre chapas para a presidência, mas que mantém firme e forte o seu poder, a ponto de constranger o governo desse jeito, mesmo quando faz a cena de que atende os interesses do Planalto, controlando uma CPI que de efeito prático para a sociedade nada mostrará, embora de grande valia para o partido.
A oposição teria sido mais eficiente se ficasse calada. A criação dessa CPI teve dois efeitos:
a) Fortaleceu Dilma eleitoralmente, vez que levará o PMDB a apoiá-la;
b) Enfraqueceu Dilma institucionalmente, vez que, uma vez presidente, terá que compor em termos generosos com o PMDB, com as consequências que qualquer brasileiro conhece.
Ou seja, a oposição nada ganhou... mas o país perdeu!
3 de jun. de 2009
INSISTINDO NA CHATICE...
Eu vou continuar a ser chato com os leitores e falar das cidades para a Copa, porque a decisão da CBF (a FIFA não decide isso, ela apenas avaliza) baseia-se demais em critérios políticos e de menos em praticidade.
Pensemos bem: o que cidades como Natal, Manaus, Brasília e Cuiabá farão com estádios padrão FIFA depois da Copa?
Estas cidades sequer tem times na série A do campeonato brasileiro e mesmo que consigam alçar um clube à divisão principal, é improvável que ele se mantenha lá por muito tempo. A tendência do futebol brasileiro atual é que a série A do brasileirão seja composta de muitos clubes paulistas e um ou outro de fora. Hoje, São Paulo já detém 7 das 20 vagas, e no ano que vem, é provável que sejam 8!
Portanto, se a escolha fosse técnica, estas cidades seriam desclassificadas da disputa que ao meu ver, de uma pessoa contrária à copa no Brasil, deveria limitar-se a Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza, quando muito, Goiânia, cidades que têm clubes tradicionais do futebol brasileiro.
Aliás, seria aconselhável até que cidades como o Rio, São Paulo e Porto Alegre fossem autorizadas a ceder dois estádios para o evento, diminuindo os custos e aumentando a possibilidade de conseguir investidores (O Engenhão, que custou 350 milhões, não será usado na Copa, embora seja o único estádio brasileiro em condições de recebê-la atualmente).
Pior que isso, estádios padrão FIFA, não servem para práticas de outras modalidades, porque não têm pistas de atletismo, a proximidade do campo com as arquibancadas é requisitada pela entidade que cuida do futebol, o que, aliás, é argumento para detonar o uso do Morumbi em São Paulo, buscando forçar a cidade a construir outro estádio grande a um custo estratosférico.
Na década de 70, ergueram-se vários estádios enormes pelo país afora, quase todos eles sub-utilizados ou abandonados desde então: Machadão (Natal), Pinheirão (Curitiba), Rei Pelé (Maceió), Castelão (São Luiz), Fonte Nova (Salvador), Albertão (Teresina), Almeidão (João Pessoa). Vamos repetir o mesmo erro construindo arenas luxuosas para a Copa do Mundo, destinadas a virarem cemitérios de dinheiro?
E ainda há outro aspecto.
Fora Rio, São Paulo e quanto muito Belo Horizonte e Porto Alegre, duvido que haverá investidores privados em estádios. O meu time, o Coritiba, aventou construir um novo estádio, em parceria com a empresa que levantará a nova Arena do Palmeiras. Mas a empresa só topou condicionando a construção de um centro anexo ao estádio, com hipermercado, hotel, shopping-center, estacionamento e centro de convenções. O resultado é que a prefeitura de Curitiba vetou, porque um monstro assim tornaria o trânsito caótico na região do Alto da Glória, bairro que sedia o clube. E a empresa caiu fora do negócio e os diretores do meu Coxa estão agora com cara de b... tentando se justificar para a torcida, pela expectativa falsa que promoveram.
Tenho todo o respeito por Natal, cidade que adoro. E também por Manaus, Cuiabá e Brasília, mas sinceramente, vão jogar dinheiro fora, e, pior, dinheiro público, porque nenhum investidor privado aparecerá para levantar esses novos estádios.
Pensemos bem: o que cidades como Natal, Manaus, Brasília e Cuiabá farão com estádios padrão FIFA depois da Copa?
Estas cidades sequer tem times na série A do campeonato brasileiro e mesmo que consigam alçar um clube à divisão principal, é improvável que ele se mantenha lá por muito tempo. A tendência do futebol brasileiro atual é que a série A do brasileirão seja composta de muitos clubes paulistas e um ou outro de fora. Hoje, São Paulo já detém 7 das 20 vagas, e no ano que vem, é provável que sejam 8!
Portanto, se a escolha fosse técnica, estas cidades seriam desclassificadas da disputa que ao meu ver, de uma pessoa contrária à copa no Brasil, deveria limitar-se a Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza, quando muito, Goiânia, cidades que têm clubes tradicionais do futebol brasileiro.
Aliás, seria aconselhável até que cidades como o Rio, São Paulo e Porto Alegre fossem autorizadas a ceder dois estádios para o evento, diminuindo os custos e aumentando a possibilidade de conseguir investidores (O Engenhão, que custou 350 milhões, não será usado na Copa, embora seja o único estádio brasileiro em condições de recebê-la atualmente).
Pior que isso, estádios padrão FIFA, não servem para práticas de outras modalidades, porque não têm pistas de atletismo, a proximidade do campo com as arquibancadas é requisitada pela entidade que cuida do futebol, o que, aliás, é argumento para detonar o uso do Morumbi em São Paulo, buscando forçar a cidade a construir outro estádio grande a um custo estratosférico.
Na década de 70, ergueram-se vários estádios enormes pelo país afora, quase todos eles sub-utilizados ou abandonados desde então: Machadão (Natal), Pinheirão (Curitiba), Rei Pelé (Maceió), Castelão (São Luiz), Fonte Nova (Salvador), Albertão (Teresina), Almeidão (João Pessoa). Vamos repetir o mesmo erro construindo arenas luxuosas para a Copa do Mundo, destinadas a virarem cemitérios de dinheiro?
E ainda há outro aspecto.
Fora Rio, São Paulo e quanto muito Belo Horizonte e Porto Alegre, duvido que haverá investidores privados em estádios. O meu time, o Coritiba, aventou construir um novo estádio, em parceria com a empresa que levantará a nova Arena do Palmeiras. Mas a empresa só topou condicionando a construção de um centro anexo ao estádio, com hipermercado, hotel, shopping-center, estacionamento e centro de convenções. O resultado é que a prefeitura de Curitiba vetou, porque um monstro assim tornaria o trânsito caótico na região do Alto da Glória, bairro que sedia o clube. E a empresa caiu fora do negócio e os diretores do meu Coxa estão agora com cara de b... tentando se justificar para a torcida, pela expectativa falsa que promoveram.
Tenho todo o respeito por Natal, cidade que adoro. E também por Manaus, Cuiabá e Brasília, mas sinceramente, vão jogar dinheiro fora, e, pior, dinheiro público, porque nenhum investidor privado aparecerá para levantar esses novos estádios.
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É sintomático. Quando em campo as coisas não vão bem aparecem propostas de construir um novo estádio ou de reformar o Couto Pereira, ...
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