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2 de dez. de 2007

A MÍSTICA DO JOGO

O bom futebol, aquele que é jogado em campo, prega peças em nós torcedores.

E isso porque o futebol não é uma ciência, e muito menos é exato. Ele envolve coisas estranhas como fé, sorte, azar e mística.

Na semana passada, no apagar das luzes de um jogo dramático eu vivi uma das mais arrebatadoras emoções da vida, uma explosão de alegria que ficará na retina pelo resto da minha vida.

Hoje, no entanto, vi uma verdadeira religião chorar e fiquei triste, porque um time aqui de Curitiba, pelo qual nutro simpatia fora de campo, o Paraná Clube, também caiu.

Mas penso que o Paraná caiu pela falta de mística, enquanto o Corinthians, pelo excesso dela.

Queira ou não queira, mesmo quem não tem a mínima simpatia pelo Corinthians (meu caso), é triste ver milhões de pessoas decepcionadas porque faltou apenas um gol, um gol de nada e ao mesmo tempo de tudo, para que a tragédia não ocorresse. Se bem que esse gol teria que ser feito em um time tão grande, importante e tão místico quanto o alvi-negro, o imortal tricolor gaúcho de tantas batalhas.

O problema é que o Corinthians que foi rebaixado hoje não é o alvi-negro do bom futebol e da mística, a mesma mística que faltou ao Paraná Clube que perdeu do Santos uma partida que vencia até os 28 do segundo tempo.

Pelo contrário, o Corinthians que caiu hoje, é o de Duailib, de Kia, da MSI, e do suspeito Berezovski, às voltas com a Policia Federal e com ligações com uma coisa ainda mais má, a política. O Corinthians que caiu hoje é o da vergonha de gente que enriqueceu e se aproveitou daquela massa retumbante que lota estádios por onde o time joga, e que por vezes, de modo incauto e irresponsável, chegou a gritar coisas como "el, el, el" Kia é da Fiel!".

O Corinthians de hoje, de mística não tem nada, porque ela, a mística, no esporte acompanha quem compete, não quem compra.

A mística do Corinthians é a do clube sofredor, dos craques formados em casa, do time empurrado pela massa. Esse Corinthians que víamos há alguns anos, não era o verdadeiro. Era um Corinthians moldado pela força de um dinheiro maldito e não o time do povão paulista. A mística do futebol manda avisar que pode até ser deixada de lado, mas um dia cobra a conta disso.

Porque o Corinthians de verdade, o do bom futebol e da mística, até poderia cair, como cairam Grêmio, Sport, Náutico, Palmeiras, Fluminense, Coritiba e Atlético Mineiro, com a certeza de que voltaria um dia, como todos voltaram, sem que isso seja vergonha, nem desgraça, muito menos o fim de tudo.

A mística no futebol tem disso, presente, ela não deixa seu apadrinhado se apequenar.

O Paraná Clube, por não ter mística, ou ter pouca, se apequenou e caiu, o Corinthians, abandonou a sua e acreditou no conto de fadas da riqueza instantânea,
e não há nada que a mística odeie mais que ser trocada por algo fugaz, porque ela tem vocação de eternidade.

O futebol cobra a taxa da mística. Grandes clubes não podem se afastar dela porque se o fazem, se apequenam.

O que seria do Grêmio sem sua mística de lutador?

Ou do Coxa sem a sua, a do sofredor que precisa acreditar até o último minuto?

Ou ainda, a do São Paulo, para quem a organização é a mistica?

O Paraná voltará à Série A e um dia, daqui há muitos anos, terá a mística a lhe acompanhar.

Já o Corinthians, terá de fazer as pazes com a sua, e voltar a ser o time do povo, embalado pela galera, não o time dos executivos engravatados a prometer milhões de dólares para quem só se contenta com troféus e glórias.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...