2 de ago. de 2010

JOSÉ SERRA É FRANCO-ATIRADOR

José Serra esteve no segundo turno em 2002, foi quotado como o favorito entre os tucanos para as eleições em 2006 e agora, em 2010, encontra-se em segundo lugar, com algo entre 30 e 39% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas.

É hoje, o que Lula foi na década de 90, um candidato forte nas pesquisas mas não necessariamente vencedor nas eleições. A diferença é que Lula jamais abdicou da candidatura à presidência (até porque o PT não tinha outro candidato para isso) e Serra preferiu garantir-se como governador de São Paulo em 2006.

Em 2010 Serra é franco-atirador.

Em vista dos índices de popularidade do presidente, já se sabia que o quadro das pesquisas antes do lançamento da candidatura da situação era irreal, e que qualquer pessoa apoiada por Lula facilmente seria favorita na disputa, o que está acontecendo.

Mesmo assim, José Serra resolveu enfrentar o lulismo e abdicar de uma reeleição tranquila em São Paulo.

Ele padece da péssima lembrança que os brasileiros têm do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, onde as altas taxas de juros, a paralisia econômica e as privatizações feitas na marra e ao custo de aumentos constantes de tarifas deixaram impressões amargas no eleitorado.

Mesmo assim conseguiu manter aspectos favoráveis em vista de sua boa atuação como ministro, especialmente da saúde.

E depois foi bom governador de São Paulo, estado que naturalmente garante a maior parte do seu eleitorado cativo.

É inegável que é mais preparado política e administrativamente para o cargo do que sua principal adversária, embora ela também tenha sido boa ministra e não seja o monstro radical pintado por alguns.

A questão é que sua preparação deu-se a ferro e fogo, dentro de um governo impopular e depois abdicando da prefeitura de São Paulo para disputar o governo do estado, em um contexto em que faltavam candidatos a tanto para o PSDB.

É bom candidato. Mas não se surpreenda o leitor se não estiver novamente na urna eletrônica em 2014, tentando novamente. Em 2010 esta díficil, embora só com a campanha de TV o quadro vá se estabilizar.

30 de jul. de 2010

QUEM CORTOU RELAÇÕES COM A COLÔMBIA: AS FARC OU A VENEZUELA?

Fico admirado com a demagogia em torno desse caso criado por Hugo Chaves com a Colômbia.

A Venezuela teve seu território violado por forças armadas irregulares e seu presidente nada fez sobre isso, não mandou um pelotão de soldados sequer para fazer reconhecimento da situação, embora admita que os inimigos estão lá...

Daí, numa visita oficial do Maradona(?), Chaves corta relações com a Colômbia.

E ao invés das discussões da UNASUL se darem em termos de reatar as relações, preferem discutir o que a Colômbia deve fazer em relação às FARC?

Oras, a Colômbia gasta bilhões de dólares por ano para combater as FARC, que matam, sequestram e traficam por suposta ideologia, mas na prática, apenas para tomar o poder e instalar uma ditadura a beneficiar apenas seus líderes e a Colômbia deve transigir para agradar ideólogos como Chaves, Corrêa e Lula, que não sabem como é viver em cativeiro?

Porque não perguntam para Ingrid Betancourt como era agradável viver com as FARC?

Álvaro Uribe coberto de razão ao criticar a postura do presidente Lula, que tratou da questão em tom de bravata, com se as FARC fossem um partido político banido de seu país e não um grupo cujos atentados já mataram milhares de pessoas inocentes, e cuja atuação renegou outros milhões à pobreza extrema que apenas o combate franco e sem tréguas à elas amenizou nos últimos 8 anos.

Essa questão deveria ser tratada de modo pontual:

A Venezuela certamente não quer as FARC em seu território. A Colômbia às quer presas. Logo, a Venezuela força as FARC para voltarem à Colômbia e na Colômbia, continua o combate à elas. Simples! E as relações entre os dois países voltam à normalidade sem necessidade de reforçar polícia de aduanas, porque o inimigo comum está embrenhado na floresta.

27 de jul. de 2010

URIBE ESTÁ CERTO

Antes leia AQUI.
De repente a Venezuela corta relações com a Colômbia e um monte de gente acorre à UNASUL para tratar de um "acordo de paz".

Mas ao invés de tratar de termos para o reatamento de relações entre os dois países, sugere-se para a Colômbia afrouxar suas relações com os terroristas das FARC.

Isso porque a Venezuela cortou relações unilateralmente negando abrigar os terroristas em seu território, mesmo admitindo que eles estão lá e nada fazendo garantir sua soberania, afinal, as FARC são forças armadas irregulares! Pois bem. Chaves foi rápido ao fechar fronteiras e colocar de prontidão suas tropas por entender que a Colômbia quer violar sua soberania. Mas as FARC violaram a soberania da Venezuela e ele não foi capaz de mandar um pelotão de soldados para tratar disso.

A Colômbia jamais atacaria a Venezuela, salvo nos delírios de Hugo Chaves.

Mas as FARC são uma ameaça à Colômbia e agora, se preparam para ameaçar também a Venezuela.

Uribe está certo. Nada de afrouxar a corda para terroristas, eles tem mais é que serem combatidos, presos e julgados. E se assim não quiserem, que sejam mortos!

26 de jul. de 2010



Demorou mas achei!

Uma pequena homenagem à Espanha, campeã mundial de futebol. E ao mesmo tempo um agrado para as garotas leitoras do blog. De goleiro do Real Madrid a astro da música popular.

NO PAÍS DO VOLEIBOL

A foto é do portal UOL.

Quer dizer que o Mano Menezes é o novo técnico da seleção brasileira?

Bem, em algum tempo, provavelmente no fim desta tarde, será chamado de burro por convocar "a" ou não convocar "b". No esquema tático dele sempre faltará alguma coisa e, se vencer todos os torneios que disputar daqui até 2014, o será apenas por sorte, porque, afinal, técnico da seleção é burro e ponto final.

E se não for campeão da Copa em 2014, de burro passa a ser vilão nacional, com direito a entrar no rol dos inimigos da pátria que se veste de verde amarelo para celebrar o evento máximo da FIFA, mas que não se lembra de fazer o mesmo em 7 de setembro, muito menos de votar direito nas eleições que existem a cada dois anos.

Mas o burro é o técnico, e ponto final!

O engraçado é que ninguém sai às ruas de bandeira em punho, pintado de verde-amarelo e dizendo que "ama" o Brasil quando a seleção nacional de volei enfileira adversários e ganha nada mais, nada menos, que sua nona Liga Mundial, a oitava em 10 anos!

Esse grupo comandado pelo técnico Bernardinho já venceu 8 Ligas Mundiais, duas Copas do Mundo (2007 e 2003), uma Olimpíada (2004), 5 Campeonatos Sul-Americanos, e 1 Pan-Americano, sem contar os ótimos (e muitos) 2º e 3º lugares.

Começo a pensar que no dia em que o volei tiver seu mérito reconhecido, o técnico da seleção(de volei) passará a ser o burro oficial da nação onde ser segundo lugar é desonroso e na qual patriotismo só existe enquanto o país não é eliminado da Copa do Mundo.

22 de jul. de 2010

DILMA É BOA CANDIDATA?

Eu já disse a vários petistas que, se o seu partido estivesse representado por outra pessoa na peleja presidencial, como José Dirceu, provavelmente já estaria com dianteira muito folgada nas pesquisas e tratando de assegurar vitória em primeiro turno.

Isso porque teria o conjunto da popularidade do presidente Lula e o candidato bom de palanque, capaz de sensibilizar as massas pela imagem e inflamá-las pelo discurso vívido e direto que sempre marcou as campanhas do PT (e Lula) à presidência.

Dilma não tem a qualidade de candidata.

Não estou dizendo que ela não tem qualidades para ser presidente, nem que ela não tem competência, muito menos que ela não é honesta.

Todas estes requisitos são importantes e, com eu já escrevi aqui, tanto ela quanto seus adversários possuem tudo isso. Nem ela é o leviatã estatista pintado por uns, nem seu adversário direto é o monstro neoliberal pixado por outros.

No entanto, em política, não são apenas as qualidades morais e técnicas de uma pessoa que decidem sua eleição.

Está bem claro, e mesmo os petistas não negam, que Dilma Roussef depende muito da imagem do presidente Lula, que por sua vez aventa até pedir licença do cargo para alavancar a candidata que ele mesmo escolheu.

Dilma não têm traquejo de palanque e de embate eleitoral porque sempre foi um quadro técnico ou do PDT (no grupo político de Alceu Collares) ou do PT (cuja ligação sempre foi direta com o presidente Lula). Ela nunca foi candidata a nada, o que explica sua dificuldade em tratar com a imprensa e o zêlo com que é preparada a cada vez que aceita participar de uma entrevista de TV ou rádio, sendo que o comando de sua campanha tenta limitar sua aparição em debates.

Repito que não estou discutindo aqui as qualidades dela como administradora pública, muito menos comparando tais qualidades com as dos demais candidatos.

Mas a maioria do povo brasileiro não analisa as qualidades técnicas do candidato em que vota, limita-se a ouvir seu discurso e sentir-se sensibilizado ou não, e isso pode ser prejudicial à candidata do PT.

Neste fim de semana, divulgam-se novas pesquisas. Se Dilma estiver na frente, é sinal claro de que o potencial de transferência de votos do presidente Lula é grande e isso tranquiliza o comando de campanha. Se continuar o empate técnico, já haverá gente no Palácio do Planalto preparando a licença do presidente para que ele supra as deficiências de Dilma enquanto candidata (não como administradora). E se ela cair, o que é improvável, acende a luz vermelha no diretório do PT.(*)

Lembram do Lula candidato? Ele era incrivelmente diferente do que foi o Lula presidente. Quando candidato, partia para a briga, debatia abertamente, falava com quem quisesse ouvi-lo e não tinha medo de cara feia. Quando presidente, virou um conciliador completamente diferente. As figuras do candidato e da pessoa nunca se confundiram.

Hoje, o PT tem uma técnica a disputar a presidência, mas não uma candidata no sentido de pessoa acostumada aos palanques.
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(*) No caso do outro lado, do PSDB, as pesquisas mostrarão um caminho a tomar. Se Dilma abrir dianteira nas pesquisas, vão acirrar a disputa nem que tenham que baixar muito mais o nivel. Se empatados, vão insistir em chamar Dilma para o debate. Se estiverem na frente, voltarão à campanha propositiva, de falso "fair play".

PS.: Eu já tracei aqui um perfil (opinião pessoal minha) de Marina Silva. Este post é um perfil de Dilma Roussef, complementado por este post aqui, que trata dela e de José Serra. Em mais alguns dias, traçarei um perfil específico do candidato do PSDB.


21 de jul. de 2010

QUAL O CUSTO DE UMA COPA DO MUNDO?

Nos países desenvolvidos é moleza sediar um evento como Copa ou Olimpíada. Lá, tudo ou quase tudo está pronto: os aeroportos estão adequados à demanda, há linhas de metrô, corredores de trânsito, ciclovias, hotéis, terminais portuários de passageiros, etc...

O fato de Alemanha, Japão e Coréia terem construído vários estádios para as copas que sediaram só reflete sua pujança econômica, mas não as exigências do caderno de encargos da FIFA ou do COI, que eles excederam com louvor por já terem condições pré-estabelecidas que facilitavam a tarefa.

Em 1998 a França só construiu um estádio para a Copa, reformando outros datados das décadas de 20 e 30 e o evento foi um sucesso. Fato parecido aconteceu na Itália em 1990 e em 1994, a Copa nos EUA não recebeu nenhum centavo de dinheiro público, foi tocada exclusivamente por investidores privados, que escolheram cidades-sede já adequadas ao evento.

Nas Olimpíadas de 2012, o Estádio Olímpico será erguido com estruturas móveis que serão desmontadas logo após, o mesmo acontecendo com várias outras arenas para as demais modalidades, por contenção de custos.

Não estou dizendo que os países ricos não cometem exageros. Em Atlanta, o estádio olímpico foi demolido logo após o evento (se bem que lá, foi erguido sem dinheiro público) e Japão e Coréia acabaram com estádios abandonados após sua Copa.

Esou dizendo que para eles, é muito mais fácil ostentar estádios moderníssimos e reluzentes, que aparecem nas TV(s) do mundo afora, porque sua necessidade de gastarem na infra-estrutura (portos, hotéis, metrôs, trânsito) é muito menor.

O Brasil está incorrendo em um erro grave. Quer entregar para a Copa 2014 estádios tão ou mais suntuosos que os da África do Sul em 2010, da Alemanha em 2006 e de Japão-Coréia em 2002. Isso a um custo colossal que não leva em consideração outro custo igualmente extraordinário que é o de adequar minimamente as cidades-sede para o fluxo de turistas do evento.

Se em Recife e Salvador eles se justificam, estádios novos em Cuiabá, Natal, Manaus e Brasília são um atestado de desperdício, porque ficarão inúteis após o evento. E também não é aceitável que o estádio mais moderno do país, o Engenhão, fique de fora do evento, o Rio de Janeiro, como Johanesburgo, poderia ter dois estádios, sendo que em São Paulo, a reforma do Morumbi ou do Pacaembú seriam suficientes.

E ao mesmo tempo, o Brasil está negligenciando as obras de mobilidade urbana. O trem-bala que foi prometido não sairá para a Copa, como dificilmente sairá a linha do metrô de Curitiba e como estão parados todos os projetos sobre isso em todas as cidades-sede, enleados em burocracia licitatória e interesses paroquiais.

Que o Brasil vai sediar a Copa e que o evento será um sucesso eu não duvido. Mas a que custo, nessa toada?

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...