Um indivíduo entra numa escola armado até os dentes, mata 11 crianças indefesas e ainda fere outras tantas e deixa uma carta testamento sem pé nem cabeça se dizendo islâmico, destilando frustrações e se fazendo de vítima do mundo.
Ato contínuo, a sociedade brasileira HIPÓCRITA e desconectada da realidade começa a discutir novamente o desarmamento, como se as armas usadas pelo psicopata não fossem irregulares e adquiridas na clandestinidade.
A velha mania brasileira de confundir alhos com bugalhos faz com que não se atente para o fato de que psicopata é psicopata, bandido é bandido. Meliantes com problemas mentais ou não, conseguem armas na clandestinidade, armas estas não registradas, roubadas, contrabandeadas. O meliante vai conseguir arma independentemente da Lei proibir seu porte ou sua comercialização, ele vai usá-la independentemente de setores da sociedade em que vive pregarem a paz e o desarmamento dos cidadãos de bem. O meliante que quer incidir no crime seja por interesse econômico, seja por frustrações psicológicas, não vai preocupar-se com a legalidade da arma que portar e se não consegui-la por meios normais, vai roubá-la ou contrabandeá-la. É simples, o meliante é meliante porque não observa a Lei, e não adianta fazer Leis que tiram direitos dos cidadãos de bem mas não afetam a vida dos meliantes.
No Brasil, quando se fala em desarmamento existe sempre o esquecimento conveniente de que bandidos não seguem a Lei. Muitos políticos demagogos e mesmo pessoas bem intencionadas que não atinam para o mundo em que vivem, defendem a proibição da comercialização mas esquecem da precariedade absurda da segurança pública do país, onde a regra é ninguém atender o telefone 190 e, se atender, nada fazer mesmo nas situação de maior risco, que dizer nas situações de "desordem social" que um policial me disse com todas as letras certa feita, que tinha ordem para não atender.
Muita gente tem armas pela necessidade de suprir a segurança que o Estado brasileiro não dá, embora cobre os impostos mais altos do mundo para dizer que dá. Tirar dos cidadãos de bem suas armas, até pode ter algum efeito nos índices de segurança pública, mas em última análise, vai mais é deixar os meliantes mais fortes para fazer o que melhor entenderem, em um contexto em que a polícia vai continuar inexistindo e o Estado vai continuar dizendo que se preocupa com segurança, mesmo fazendo pouco ou nada por ela.
Novamente, ante uma tragédia, o Brasil escolhe o debate errado e pior que isso, escolhe punir as vítimas da violência, e não seus protagonistas.