29 de mar. de 2011

SIMBOLISMOS NÃO RESOLVEM PROBLEMAS

É um saco cumprimentar pessoas e ser instado a tomar certas atitudes apenas por simbolismos, que na prática nada resolvem e nada mudam a sociedade. Eu já passei daquela fase lúdica da juventude, de acreditar que passeata, dia internacional disso ou daquilo, hora disso ou daquilo resolva alguma coisa e/ou gere algum tipo de conscientização para as massas ou para quem quer que seja. Esses dias, experimentamos a "hora do planeta", que se propunha a fazer com que por uma hora, as pessoas desligassem todos seus aparelhos elétricos da tomada. Sinceramente, alguém acredita mesmo que se 1/40 avos da humanidade tomasse essa atitude (e o número de adeptos certamente foi muito, mas muito inferior a esse) mudaria alguma coisa no planeta? Não adianta absolutamente nada a pessoa sair de casa para manter seus eletrodomésticos desligados, e ir ao shoppping comprar um novo modelo de telefone celular. Assim como não adianta as prefeituras aderirem ao "dia sem carro", fechando algumas vias da cidade para forçar as pessoas a usarem outros meios de transporte. Aqui, em Curitiba, o último "dia sem carro" foi um fiasco tão grande, que as 3 da tarde os fiscais de trânsito liberaram o uso das vias em face do supercongestionamento no resto da cidade. Como também é inútil celebrar o "dia do contador" quando o governo federal atulha os profissionais desta área com obrigações estúpidas e trabalhosas como nota fiscal eletrônica, SPED, escrituração fiscal eletrônica e quetais, aumentando a carga de trabalho deles, sem mexer, claro, na remuneração de ninguém e sem a menor preocupação com o aumento exponencial, dramático e anti-desenvolvimentista da burocracia brasileira, que normalmente sempre foi insana, mas anda batendo recordes de imbecilidade. A burocracia brasileira é tão grande que atravanca o crescimento econômico, e não é com cumprimentos elogiosos a um bravo contador (como este que vos escreve) que isso melhora! E por fim, de que adianta celebrar o "dia internacional da mulher" para ver reportagens melosas e irreais no Jornal Nacional ou homenagens mentirosas e pouco sinceras de qualquer natureza? Me fio no exemplo de uma cabeileireira de Minas Gerais, que foi à delegacia pedir proteção contra o ex-marido que lhe ameaçava de morte. Ela ia à delegacia e além de não receber proteção, fazia um BO, que é simbolo nacional de hipocrisia, um atestado de que o Estado tá se lixando para os perigos que lhe rondam ou para as afrontas sofridas ao seu patrimônio ou sua pessoa. Pois bem, o "dia internacional" não a salvou. Além de sofrer todo tipo de violência física e emocional, foi assassinada a tiros na frente de uma câmera de segurança, com um monte de testemunhas, à luz do dia... e arrisca algum juiz não condenar o homicida por ser primário e de bons antecedentes ou por alegar insanidade temporária ou coisa assim, fato que já aconteceu no Brasil várias vezes, independentemente da celebração anual da homenagem (merecida, diga-se de passagem) às mulheres. Simbolismo não melhora a situação dramática do meio ambiente, nem a condição profissional de ninguém, muito menos a condição feminina em lugar algum. O que muda a sociedade é praticidade, com aplicação plena da Lei, nem que ela seja rigorosíssima. Se o indivíduo desmata área de preservação, tem que ir preso, tem que perder a propriedade e responder financeiramente pelo dano que causou, e não ficar discutindo autos de infração nas 4 esferas da justiça. Se o machista mata a ex-esposa, deve sofrer agravante na pena e mofar na prisão por 30 anos. Se alguém joga lixo nos boeiros e entope escoamento de águas, multa pesada e pena alternativa. Enfim, se não multar, se não prender, se não confiscar, se não impuser a Lei com todo o rigor dela com velocidade e efetividade, pode-se comemorar o dia internacional de tudo ou a hora de tudo que nada muda em lugar nenhum do mundo, comemorações como estas, só geram benefício para quem às promove.


PS: O blogspot pirou de vez! Agora, não aceita mais parágrafo... por isso, o texto sai assim, perdão aos leitores!

4 comentários:

  1. E você acredita na lei quando um membro da mais alta corte da justiça no Brasil dá declarações públicas à jornais e revistas de que eles "não são justiceiros", como a que foi feita por Marco Aurélio Mello sobre o caso da Ficha Limpa?

    Ora, se ele não são os justiceiros então quem são? Eu? você?

    É o fim da picada não é? - e deve ser ppr isso que tem muita gente fazendo justiça com as próprias mãos por aí...

    Além dessas homenagens toscas citadas por você aí que só conseguem prover dinheiro para o comércio e os comerciantes, ainda temos as tais leis (ou "letras da lei" como dizem agora) que não servem pra fazer justiça social neste país, e juízes (sim, eu estou falando dos eruditões lá do STF) que, pura e simplesmente, dizem ao povo e à opinião pública que o 'prolema não é deles".

    Dá pra acreditar nisso?
    Dá pra acredita no Brasil quando só há justiça social para quem tem muito (mas muuuuuuuuuuuito!!!!) dinheiro?

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  2. Neto,

    Justiça social se faz quando a lei é para todos doa a quem doer, e quando a interpretação da lei não é elitista, como é no Brasil de um STF preocupado demais com o formalismo das interpretação e de menos com os anseios da população honesta.

    Fora isso, dia disso e daquilo, hora disso e daquilo só serve para promoções pessoais...

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  3. Olá, tudo bem? Esse dia passou por mim sem nenhum a mudança.. Eu sempre apago as luzes quando vejo uma sala vazia, o banheiro vazio..Tenho essa preocupação desde os tempos do apagão.. Ficou essa marca em mim. Abraços, Fabio www.fabiotv.zip.net

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  4. Estes dias são para fazer os bestuntos pensarem.Mas como não pensam, fica por isso mesmo.

    Fábio. Venho cá e me perco em tantos símbolos.Fico como barata tonta.

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