4 de mar. de 2009
NA RABEIRA DOS BRICS, NA CORRIDA TECNOLÓGICA
Praticamente uma vez por semana eu tomo conhecimento de que Rússia, Índia e China colocam em andamento projetos de tecnologia ligados ou não às suas forças armadas, mas sempre a partir da premissa do investimento em pesquisa e capacitação nacional.
Sejam satélites de comunicação ou monitoramento, sejam projetos nas áreas naval e aeronáutica, sejam programas militares que ao fim do processo sempre implicam em aplicações civis dos resultados.
Já no Brasil, o que se constata é que o Programa Espacial está parado por falta de verbas e, quando estas aparecem, por burocracia, pois até áreas quilombolas viraram desculpa para que ele não saia do papel. A Embraer, por sua vez, não dá um impulso definitivo no projeto de um moderno avião militar de carga, porque até agora o governo brasileiro não deixou claro se vai adquiri-lo ou não, e isso com o Tesouro Nacional detendo goldes shares da empresa. E já há impasse sobre os novos estaleiros que, conforme o acordo com a França, devem ser construídos para colocar em prática o programa de novos meios submarinos na Marinha.
O Brasil negligencia projetos que, militares ou não, levem à capacitação de nossa indústria.
Rússia, Índia e China são países que, como o Brasil, têm grandes extensões territoriais e, portanto, muitos recursos naturais. Mas por miopia política, falta de visão global e de futuro ou mesmo a prevalência de interesses pessoais sobre os nacionais por parte de nossa classe governante, o Brasil se contenta em exportar produtos primários enquanto os demais membros do BRIC reforçam seus parques industriais agregando valor aos seus produtos e potencializando suas vantagens naturais.
Sem contar que o Brasil talvez seja um caso único no mundo, pois tributa pesadamente atividades de pesquisa ao considerá-las investimento no cálculo do lucro das empresas. Ou seja, o empresário que pretenda substituir a inépcia governamental lança as despesas de suas pesquisas numa conta ativa do balanço que, portanto, contribui para o aumento do resultado positivo do exercício, que por sua vez é pesadamente tributada pelo IR e pela CSLL, quando não por PIS, COFINS e ICMS, vez que não é todo investimento pode ser abatido destes três últimos impostos citados.
Sem contar que, ao empreender qualquer atividade que envolva profissionais (como geólogos, químicos e físicos) não raro é exigido que as empresas paguem anuidades para os respectivos conselhos profissionais que pouco ou nada fazem pelo progresso do país.
Pode ser uma percepção errada da minha parte. Talvez seja até reflexo da minha birra contra a burocracia insana, contra a mania cartorial, a irresponsabilidade política e a falta de foco do Brasil em questões importantes, especialmente ligadas ao desenvolvimento.
Mas minha impressão é de uma situação grave. Ao invés de investir para gerar empregos qualificados na indústria, o Brasil prefere gerar empregos braçais na lavoura ou na mineração. Ao invés de vender produtos com valor agregado e ganhar mais sobre suas riquezas naturais, o Brasil prefere vender produtos in natura desvalorizando as riquezas que Deus lhe deu.
O crescimento econômico consistente dos últimos anos não deve mascarar o fato de que o país ainda cresce muito menos que os demais membros do BRIC, que encaminha um número ínfimo de patentes e que têm alguns dos piores índices do G-20 no que tange a investimentos em pesquisa tecnológica e qualidade da educação.
Nossa classe política não valoriza as potencialidades de nosso país. Vende a imagem de um país rico, mesmo que sua riqueza esteja apenas em pedras e vegetais. Enquanto os russos, chineses e indianos saem pelo mundo vendendo aviões, navios e sistemas de informática, o Brasil oferece carne, soja e pedra, embora, claro, haja exceções, como os produtos da já citada Embraer, cujo índice de nacionalização, porém, é baixo.
Não que carne, soja e pedra não tenham valor, mas o fato é que, toneladas de um certo vegetal as vezes não pagam uma unidade de um produto manufaturado.
2 de mar. de 2009
NÃO SE DEVE TORCER PELA CRISE
Esta crise econômica global põe à nu o fato de que nos últimos anos, viveu-se demais de aparências e de menos em realidade no mundo em que vivemos.
Enquanto executivos americanos viravam pop-stars com seus livros chinfrins de auto-ajuda vendendo o sucesso a qualquer preço, as pessoas comuns entraram na onda adquirindo casas, refinanciando-as para comprar carros luxuosos e opulentos e refinanciando-as de novo para fazer viagens internacionais.
O que importava não era efetivamente ter sucesso, mas escancará-lo, mostrar ser alguém no mundo e eventualmente dizer que aprendeu tudo aquilo num livro miraculoso.
Para os executivos pop-stars era o melhor dos mundos. Além de ganharem fortunas das corporações que dirigiam, ganhavam outras vendendo livros ruins para uma patuléia crédula de que regras pré-estabelecidas levam ao sucesso, enganadas por uma ciranda de crédito fácil e irresponsável patrocinado geralmente pelos mesmos chairmen que estampam as capas de livros que de ajuda não têm nada, feitos muito mais para afagar os egos já inchados de indivíduos que chegaram ao topo de carreiras executivas e precisavam mostrar isso ao mundo.
No Brasil não foi muito diferente. A questão é que a farra chegou aqui bem depois. Nossos yuppies têm no máximo uns 10 anos de carreira e, em verdade, a bonança econômica global só chegou por aqui em meados de 2005. Mesmo assim, os políticos aproveitaram para vender a imagem de sucesso do país, que passou a andar de 4 rodas ao invés dos desgastados pés no chão do passado.
E dá-lhe vender carros como se fossem eletrodomésticos, aproveitando a falta de instrução financeira da população, mas auferindo os muitos dividendos políticos,à guisa de realizar os sonhos honestos das pessoas, igualmente influenciadas pela cultura do sucesso material a qualquer preço, o sucesso exteriorizado e comprovado por acúmulo de bens.
Alguém duvida que a enxurrada de votos favoráveis ao governo, tanto no Congresso quanto nos Executivos, em 2006 e 2008 não têm relação com isso?
Eu não. Não me iludo, acho que este governo é muito melhor que o anterior (de FHC) mas boa parte de seu sucesso nas urnas deve-se à realização de sonhos de consumo das pessoas. Ninguém fica feliz com justiça social e distribuição de renda, as pessoas só se contentam com um carro novo, um DVD moderno, um celular ou uma TV de plasma.
Mas de qualquer maneira, o que eu quero escrever é que não se deve torcer por crise econômica, nem no Brasil, muito menos fora dele.
Tenho visto algumas pessoas exultantes, seja porque a marola virou onda, seja porque o Tio Sam está prostrado, revendo uma prática capitalista de 80 anos e diminuindo o seu poder global. Aqueles acreditam que a crise impede a continuidade do PT no poder, estes, que ela é o inicio do fim do imperialismo americano.
Confundem política com economia e, pior, ideologia rasteira com questões de Estado.
Eu não torço pela crise em hipótese alguma. Se em alguns comentários eu critiquei o governo e as instituições financeiras do mundo afora, é porque entendo que é momento de corrigir certas atitudes erradas e erros estruturais do sistema econômico.
Ensinar as pessoas a administrarem suas finanças é um aspecto importante no Brasil. Já nos EUA, seria mais importante que os bancos passem a ter uma regulamentação bem mais rígida na concessão de créditos, como a que existe no Brasil e que mesmo assim, as vezes falha, seja pelas inúmeras carências sociais tupiniquins, seja por interesses eleitoreiros.
De qualquer maneira, eu torço para que a economia vá sempre bem. E não me importa se isso elege Dilma presidente ou se faz os EUA ainda mais poderosos e interventores no mundo afora.
A questão é que a crise deve ensinar o mundo (e o Brasil) a tomar mais cuidado com certas coisas. É preciso sair dela, melhor e mais preparado do que quando entrou.
26 de fev. de 2009
ESTOUROU A BOLHA AUTOMOBILÍSTICA
A Folha de S.Paulo informa que os bancos retomaram 100 mil veículos em virtude da inadimplência.
Eu já comentei sobre isso aqui, mas vou repetir.
Penso que esse fato, a retomada de veículos pelos bancos, ocorreria independentemente da crise. O carro não é um bem cujo valor da aquisição se esvai na compra ou no pagamento da última parcela, como ocorre com uma TV. Ele gera despesas constantes de combustíveis, manutenção, impostos, seguros, multas e estacionamentos.
Carro não é para quem quer, é para quem pode.
Eu conheci algumas pessoas que inventaram de comprar carro. Entendo o sonho de consumo delas, é natural que numa sociedade que cultive a idéia de sucesso pela aquisição de bens materiais queiram adquirir um veículo.
Porém, muita gente pensa no carro como se ele fosse uma TV. Daí vai na loja, analisa se a prestação cabe no orçamento e acaba comprando, sem atinar exatamente para os efeitos disto.
O orçamento doméstico de quem adquire um carro, por mais apertado que seja, aguenta alguns tempos mantendo-o, mas chega um momento em que estoura.
No início do sonho, a manutenção do carro é paga à vista. Depois, em cheque ou em débito. Quando o saldo do cheque especial não autoriza mais o pagamento das despesas da casa mais as automotivas, as despesas do carro passam a ser pagas com cartão de crédito e um dia se alcança o limite dele. Depois disso, os juros pelo não pagamento integral da fatura mês a mês vão corroendo as contas da familia, já prejudicadas pelo pagamento de juros no cheque especial ou nas faturas atrasadas.
Muita gente experimentou esse processo. As lojas de automóveis venderam o carro como se ele fosse um eletrodoméstico comum e muitas pessoas com orçamentos apertados embarcaram na canoa furada do sonho, deixando de analisar exatamente a despesa extra, que neste caso não tem um carnê para ser controlada.
A bolha estourou. 100 mil veículos é um número impressionante, mas ao contrário do que dizem os bancos, não lhes arranha a lucratividade porque muita gente que devolveu o carro perdeu tudo o que pagou e ainda ficou devendo uns quebrados.
E muitas outras receberam de volta valores bem inferiores aos que deram de entrada no negócio. Os bancos faturaram com a taxa de juros e ainda ficaram com os veículos que podem revender no mercado, mesmo esperando algum tempo.
Se o leitor quer um conselho, eu penso que, se não puder manter o veículo ou sua prestação, deve mais é devolvê-lo ao banco, negociando o ato nas melhores bases possíveis.
Se conseguir, troque o veículo por outro de menor valor, que implique uma prestação menor ou zerada. Os bancos estão com veículos em estoque e podem fazer isso por meio de agências de automóveis com que trabalham.
Se financiou o valor integral do carro, não adianta, vai perder dinheiro, mas tente diluir o eventual saldo o máximo que puder, de tal maneira à prestação disso ser inferior à que se pagava pelo veículo.
E se o número de parcelas pagas lhe autoriza receber alguma devolução de valor, faça os cálculos e busque receber o máximo possível, não caia na primeira oferta do banco, tente negociar.
De qualquer modo, esse estouro de bolha deve servir para que as pessoas aprendam a administrar suas contas pessoais. Tá certo que o aumento do desemprego gerou uma boa parcela dessas devoluções de veículos mas eu tenho certeza que este seria um processo que mais cedo ou mais tarde o país experimentaria.
Eu já comentei sobre isso aqui, mas vou repetir.
Penso que esse fato, a retomada de veículos pelos bancos, ocorreria independentemente da crise. O carro não é um bem cujo valor da aquisição se esvai na compra ou no pagamento da última parcela, como ocorre com uma TV. Ele gera despesas constantes de combustíveis, manutenção, impostos, seguros, multas e estacionamentos.
Carro não é para quem quer, é para quem pode.
Eu conheci algumas pessoas que inventaram de comprar carro. Entendo o sonho de consumo delas, é natural que numa sociedade que cultive a idéia de sucesso pela aquisição de bens materiais queiram adquirir um veículo.
Porém, muita gente pensa no carro como se ele fosse uma TV. Daí vai na loja, analisa se a prestação cabe no orçamento e acaba comprando, sem atinar exatamente para os efeitos disto.
O orçamento doméstico de quem adquire um carro, por mais apertado que seja, aguenta alguns tempos mantendo-o, mas chega um momento em que estoura.
No início do sonho, a manutenção do carro é paga à vista. Depois, em cheque ou em débito. Quando o saldo do cheque especial não autoriza mais o pagamento das despesas da casa mais as automotivas, as despesas do carro passam a ser pagas com cartão de crédito e um dia se alcança o limite dele. Depois disso, os juros pelo não pagamento integral da fatura mês a mês vão corroendo as contas da familia, já prejudicadas pelo pagamento de juros no cheque especial ou nas faturas atrasadas.
Muita gente experimentou esse processo. As lojas de automóveis venderam o carro como se ele fosse um eletrodoméstico comum e muitas pessoas com orçamentos apertados embarcaram na canoa furada do sonho, deixando de analisar exatamente a despesa extra, que neste caso não tem um carnê para ser controlada.
A bolha estourou. 100 mil veículos é um número impressionante, mas ao contrário do que dizem os bancos, não lhes arranha a lucratividade porque muita gente que devolveu o carro perdeu tudo o que pagou e ainda ficou devendo uns quebrados.
E muitas outras receberam de volta valores bem inferiores aos que deram de entrada no negócio. Os bancos faturaram com a taxa de juros e ainda ficaram com os veículos que podem revender no mercado, mesmo esperando algum tempo.
Se o leitor quer um conselho, eu penso que, se não puder manter o veículo ou sua prestação, deve mais é devolvê-lo ao banco, negociando o ato nas melhores bases possíveis.
Se conseguir, troque o veículo por outro de menor valor, que implique uma prestação menor ou zerada. Os bancos estão com veículos em estoque e podem fazer isso por meio de agências de automóveis com que trabalham.
Se financiou o valor integral do carro, não adianta, vai perder dinheiro, mas tente diluir o eventual saldo o máximo que puder, de tal maneira à prestação disso ser inferior à que se pagava pelo veículo.
E se o número de parcelas pagas lhe autoriza receber alguma devolução de valor, faça os cálculos e busque receber o máximo possível, não caia na primeira oferta do banco, tente negociar.
De qualquer modo, esse estouro de bolha deve servir para que as pessoas aprendam a administrar suas contas pessoais. Tá certo que o aumento do desemprego gerou uma boa parcela dessas devoluções de veículos mas eu tenho certeza que este seria um processo que mais cedo ou mais tarde o país experimentaria.
25 de fev. de 2009
GALO...
Acabo de bater o telefone na cara de uma telefonista de um desses bancões brasileiros de varejo.
Ela veio com o papo clássico: Eu tenho crédito na praça, minha ficha é boa e o banco resolveu me presentear com uma oportunidade única de receber um exclusivo cartão que chegará a mim pelos correios provavelmente amanhã!
Pelo amor de Deus! 20 anos de Código de Defesa do Consumidor e essa prática nojenta ainda persiste? Os caras enviam cartão pelo correio. Por mais que você não habilite a porcaria, um dia, em futuro incerto e não sabido, eles acabam mandando uma fatura de tarifas e dá-lhe o otário recebedor fazer a via-sacra para explicar que o cartão que eles mandaram por conta não foi aceito!
Na última vez que recebi um assim, de uma companhia petrolífera, eu recebi o telefonema antes e disse em alto e bom som, para que não mandassem o cartão. Mandaram! Levei 4 horas no telefone para devolvê-lo e esclarecer, mais uma vez, que não tinha interesse e oara dexar claro que qualquer minimo problema com aquilo, iria pro Judiciário.
Sem contar o "causo" que contei aqui, em que coisa parecida já me acometeu, embora sem cartão.
A mocinha me desculpe, ela até me pediu calma, mas haja paciência! Os bancos pensam que o tempo das pessoas não vale nada. Para quem detesta telefone, como este que vos escreve, atender esses call centers jé é um saco. Mas que dizer depois, eventualmente sendo obrigado a ligar para eles explicando que não deve uma conta que lhe estão cobrando.
Péssimo modo de voltar do feriado... com galos na cabeça, de batê-la contra o batente da porta, de tanta raiva!
Ela veio com o papo clássico: Eu tenho crédito na praça, minha ficha é boa e o banco resolveu me presentear com uma oportunidade única de receber um exclusivo cartão que chegará a mim pelos correios provavelmente amanhã!
Pelo amor de Deus! 20 anos de Código de Defesa do Consumidor e essa prática nojenta ainda persiste? Os caras enviam cartão pelo correio. Por mais que você não habilite a porcaria, um dia, em futuro incerto e não sabido, eles acabam mandando uma fatura de tarifas e dá-lhe o otário recebedor fazer a via-sacra para explicar que o cartão que eles mandaram por conta não foi aceito!
Na última vez que recebi um assim, de uma companhia petrolífera, eu recebi o telefonema antes e disse em alto e bom som, para que não mandassem o cartão. Mandaram! Levei 4 horas no telefone para devolvê-lo e esclarecer, mais uma vez, que não tinha interesse e oara dexar claro que qualquer minimo problema com aquilo, iria pro Judiciário.
Sem contar o "causo" que contei aqui, em que coisa parecida já me acometeu, embora sem cartão.
A mocinha me desculpe, ela até me pediu calma, mas haja paciência! Os bancos pensam que o tempo das pessoas não vale nada. Para quem detesta telefone, como este que vos escreve, atender esses call centers jé é um saco. Mas que dizer depois, eventualmente sendo obrigado a ligar para eles explicando que não deve uma conta que lhe estão cobrando.
Péssimo modo de voltar do feriado... com galos na cabeça, de batê-la contra o batente da porta, de tanta raiva!
21 de fev. de 2009
IMAGENS DE CURITIBA - 15
Hoje vou mostrar a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski, que ficam num parque próximo de dois outros, o São Lourenço e o Tanguá, que já mostrei aqui. Como Trata-se de mais uma área doada ao município pela família Gava, que ali mantinha atividades de mineração até que a região virou cidade e inviabilizou o negócio, a partir do que, a prefeitura resolveu montar um espaço para shows e num lance de ousadia, o então prefeito Jaime Lerner resolveu transformar o lugar num dos pontos turísticos símbolos da cidade.
A Ópera de Arame, apesar de muito bonita, não é um bom teatro. Falta espaço nas coxias, a acústica é considerada péssima pelo excesso de eco e não raro, mesmo com a manutenção apurada do prédio, o espectador é surpreendido com goteiras, culpa da belíssima arquitetura em tubos de aço, chapas de acrílico e paredes de vidro.
Mesmo assim, é um local prestigiado para eventos em Curitiba, pela sua beleza e harmonia com o meio ambiente.
A primeira foto é da entrada, onde há a bilheteria. Após ela, há uma ponte sobre o lago artificial, que leva ao teatro. No lago, há peixes ornamentais e em volta dele, vivem pequenos animais, como patos, garças e cágados.
A segunda foto, a vista clássica do local, após o hall de entrada.
Nesta foto, vista do palco, da platéia e da cúpula de acrílico.
Aqui, a cachoeira e o lago. Ao lado da cachoeira, um paredão, onde são fixadas placas homenage- ando as pessoas ilustres e os eventos marcantes tanto da Ópera quanto da Pedreira. Ali há homenagens a políticos que visitaram Curitiba, palestrantes, artistas e entidades. Citando algumas há Paul McCartney (show na Pedreira), Tom Jobim, Roberto Carlos (vigília de Páscoa na Pedreira), José Carreras (que fez na Pedreira o inesquecível concerto dos 300 anos da cidade, transmitido para todo o Brasil ao vivo pela TV Bandeirantes), Chico Buarque de Holanda, os pianistas Arthur Moreira Lima e Arnaldo Cohen, a bailarina Ana Botafogo, os escritores Alvin Tofler e Mário Vargas Llosa, o montanhista Waldemar Niclewicz, o então presidente de Portugal Mário Soares, o então presidente do BIRD Enrique Iglesias, a Camerata Antíqua de Curitiba e a Orquestra Sinfônica Brasileira.
No canto inferior direito da foto, mesinhas de um ótimo café que funciona ali, em atendimento ao turista e/ou aos espectadores.
Já a pedreira é um espaço interessante para shows ao ar livre. Mas com aquela área é residencial, existem restrições de uso. O problema é que essas restrições foram levantadas depois de inúmeras ações judiciais e, um dia, chegou-se a um acordo, para o uso do local uma vez por mês, com encerramento dos trabalhos e do barulho impreterivelmente à 1 e 30 da manhã. Infelizmente, logo após isso, aconteceu um show country e as pessoas que acompanham esse tipo de evento, notoriamente sem educação e sem muito apreço a regras, fizeram arruaça até o sol raiar. O resultado é que a Justiça proibiu eventos noturnos na pedreira, em defesa do direito aop sossego, dos cidadãos que moram em volta.
De qualquer modo, ela homenageia o boêmio poeta curitibano, que foi parceiro de composições de Paulo Coelho e Raul Seixas e que tinha a cidade na alma. Tanto, que é um dos seus símbolos.
Na primeira foto, uma visão geral. Note o detalhe da imponente Araucária (araucaria angustifolia) ao fundo. Na segunda, um dos prédios de apoio com homenagem ao poeta, que é para Curitiba, o que Mário Quintana representa para Porto Alegre.
CLIQUE SOBRE AS FOTOS PARA AMPLIÁ-LAS.
O USO NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE.
Essa postagem é feita em conjunto com o blog Imagens de Curitiba, onde você pode conferir toda a série.
A Ópera de Arame, apesar de muito bonita, não é um bom teatro. Falta espaço nas coxias, a acústica é considerada péssima pelo excesso de eco e não raro, mesmo com a manutenção apurada do prédio, o espectador é surpreendido com goteiras, culpa da belíssima arquitetura em tubos de aço, chapas de acrílico e paredes de vidro.
Mesmo assim, é um local prestigiado para eventos em Curitiba, pela sua beleza e harmonia com o meio ambiente.
A primeira foto é da entrada, onde há a bilheteria. Após ela, há uma ponte sobre o lago artificial, que leva ao teatro. No lago, há peixes ornamentais e em volta dele, vivem pequenos animais, como patos, garças e cágados.
A segunda foto, a vista clássica do local, após o hall de entrada.
Nesta foto, vista do palco, da platéia e da cúpula de acrílico.
Aqui, a cachoeira e o lago. Ao lado da cachoeira, um paredão, onde são fixadas placas homenage- ando as pessoas ilustres e os eventos marcantes tanto da Ópera quanto da Pedreira. Ali há homenagens a políticos que visitaram Curitiba, palestrantes, artistas e entidades. Citando algumas há Paul McCartney (show na Pedreira), Tom Jobim, Roberto Carlos (vigília de Páscoa na Pedreira), José Carreras (que fez na Pedreira o inesquecível concerto dos 300 anos da cidade, transmitido para todo o Brasil ao vivo pela TV Bandeirantes), Chico Buarque de Holanda, os pianistas Arthur Moreira Lima e Arnaldo Cohen, a bailarina Ana Botafogo, os escritores Alvin Tofler e Mário Vargas Llosa, o montanhista Waldemar Niclewicz, o então presidente de Portugal Mário Soares, o então presidente do BIRD Enrique Iglesias, a Camerata Antíqua de Curitiba e a Orquestra Sinfônica Brasileira.
No canto inferior direito da foto, mesinhas de um ótimo café que funciona ali, em atendimento ao turista e/ou aos espectadores.
Já a pedreira é um espaço interessante para shows ao ar livre. Mas com aquela área é residencial, existem restrições de uso. O problema é que essas restrições foram levantadas depois de inúmeras ações judiciais e, um dia, chegou-se a um acordo, para o uso do local uma vez por mês, com encerramento dos trabalhos e do barulho impreterivelmente à 1 e 30 da manhã. Infelizmente, logo após isso, aconteceu um show country e as pessoas que acompanham esse tipo de evento, notoriamente sem educação e sem muito apreço a regras, fizeram arruaça até o sol raiar. O resultado é que a Justiça proibiu eventos noturnos na pedreira, em defesa do direito aop sossego, dos cidadãos que moram em volta.
De qualquer modo, ela homenageia o boêmio poeta curitibano, que foi parceiro de composições de Paulo Coelho e Raul Seixas e que tinha a cidade na alma. Tanto, que é um dos seus símbolos.
Na primeira foto, uma visão geral. Note o detalhe da imponente Araucária (araucaria angustifolia) ao fundo. Na segunda, um dos prédios de apoio com homenagem ao poeta, que é para Curitiba, o que Mário Quintana representa para Porto Alegre.
CLIQUE SOBRE AS FOTOS PARA AMPLIÁ-LAS.
O USO NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE.
Essa postagem é feita em conjunto com o blog Imagens de Curitiba, onde você pode conferir toda a série.
17 de fev. de 2009
DESENVOLVER TECNOLOGIA COMO?
Trechos de uma reportagem da revista Istoé desta semana, que você pode ler inteira aqui:
Ao saber que o Irã lançou seu primeiro foguete ao espaço, o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, teve uma reação inesperada. "Quando vi a notícia, chorei no meu quarto, sozinho", conta, inconformado com o fato de o Brasil ser ultrapassado por nações sem tradição na corrida espacial(...)
(...)Entre as dificuldades para desenvolver os principais projetos do Centro Espacial de Alcântara (CEA) estão o corte no orçamento da AEB, a demarcação de terras quilombolas em Alcântara, a ação de ONGs e processos no TCU. "Os ucranianos acham que eu administro um sanatório geral", afirma(...)
O que a revista demonstra é que o projeto espacial brasileiro está enrolado na burocracia insana do país e na irresponsabilidade política. Os governos brasileiros são pródigos em anunciar cooperações nas áreas de pesquisa e abandoná-las na primeira dificuldade orçamentária.
Quando a arrecadação federal ameaça cair, coisa que nunca aconteceu nos últimos 40 anos, a primeira coisa que os ministros de planejamento fazem é ceifar verbas de institutos de pesquisas, mas não tocam jamais nos empregos de comissionados inúteis, nas mordomias palacianas e nos mimos parlamentares.
a) A cooperação nuclear com a Alemanha foi simplesmente paralisada.Um projeto que contemplava 3 a 9 usinas nucleares simplesmente foi deixado de lado com prejuízos colossais ao país, vez que os equipamentos de Angra 2 e 3 ficaram armazenados por décadas à espera das obras civis e da conclusão de alguns projetos complementares;
b) A corveta Barroso levou 14 anos para ser lançada ao mar e já é considerada ultrapassada em termos de tecnologia militar. O que seria uma evolução do projeto das corvetas classe Inhaúma, todas também decorrentes de processos de cooperação tecnológica com a Alemanha, virou um grande vexame brasileiro: Para construir um navio pequeno, o Brasil levou duas vezes o tempo que os EUA levam para montar um porta-aviões nuclear classe Nimitz, 20 vezes maior!
c) O projeto dos submarinos classe Tupi, que contemplava até 10 embarcações, parou na 5ª unidade. Pior, o Tikuna, última unidade, ficou 12 anos aguardando o lançamento ao mar e suas inovações em relação a seus irmãos mais velhos são mínimas. O projeto que também era uma cooperação com a Alemanha, praticamente se perdeu, porque boa parte dos técnicos formados por ele se foram, em busca de melhores condições de trabalho. O resultado? O Brasil engendrou agora uma cooperação com os franceses, para construir 5 submarinos convencionais e receber ajuda para construir o submarino nuclear. Muito do que gastou no projeto anterior foi praticamente perdido, vai se começar um novo projeto praticamente do zero.
d) O projeto ítalo-brasileiro AMX consumiu recursos que levaram o avião a ser apelidado de F-32, porque, na época, cada unidade custou mais caro que um F-16. Este projeto chegou ao fim, mas o Brasil, ao invés de promovê-lo, diminuiu drasticamente o número de aeronaves adquiridas pela FAB. O AMX fracassou comercialmente e pouco mais 30, das 46 células adquiridas pela FAB ainda voam, embora uma parte do investimento tenha sido recuperado pela Embraer com o projeto ERJ.
e) O Brasil foi excluído do projeto da Estação Espacial Internacional, porque não cumpriu prazos e não investiu o que se comprometeu. Sabem qual o valor do que o país precisava investir? US$ 120 milhões! Menos que um mensalão. Menos que o que se gasta em 15 dias de bolsa-família. Menos do que o Congresso Nacional gasta por ano com gasolina para os doutos representantes do povo!
Eu poderia pesquisar e encontraria mais algumas dezenas de casos idênticos.
Os políticos brasileiros vivem dizendo que o país um dia será de primeiro mundo.
Mentira, conversa pra boi dormir! País nenhum entra no rol dos ricos e poderosos exportando matérias-primas e commodities. País nenhum consegue um crescimento econômico acima de determinado patamar sem investir em tecnologia e auferir os dividendos dela.
A China, de país rural e exportador de matérias-primas na década de 60 virou um peso-pesado da economia mundial. Hoje, produz e exporta computadores, aviões, locomotivas, navios, equipamentos nucleares, medicamentos e nanotecnologia. A Índia combate seus contrastes sociais com uma política séria de pesquisas em diversas áreas e aproveitando o fato de ser obrigada a manter forças armadas poderosas para adquirir tecnologia que terá uso civil. Hoje, é um país que detém relevante indústria aeroespacial, naval e em outras áreas, como tecnologia de informação. E nem preciso citar muita coisa sobre Japão e Coréia.
Desde a década de 80, os países citados tiveram crescimento econômico em taxas de 200a 400%. O Brasil não passou de 85%, sendo que sua indústria de informática é insipiente e sua indústria aeroespacial resume-se a apenas uma empresa, inexistindo indústria naval de ponta ou mesmo grandes projetos nas áreas de medicamentos, tecnologia da informação, nanotecnologia e espaço.
A pesquisa tecnológica brasileira sobrevive em ilhas e exceções. Na Embrapa, na Embraer, no Instituto Tecnológico Aeroespacial, no Instituto Militar de Engenharia e no Instituto de Pesquisas da Marinha, em Iperó. Se houver outros, por favor os leitores informem, mas serão poucos.
Fala-se muito que as aquisições de armamentos para atualizar as forças armadas, serão feitas apenas com transferência de tecnologia por parte dos fornecedores, o que é meia verdade. Para receber tecnologia, é preciso ter massa crítica e instituições de pesquisa que funcionem. O Brasil não tem a primeira, porque a maioria de suas instituições de ensino superior não serve para nada mais que vender diplomas baratos. E instituições de pesquisa funcional, por aqui são procuradas com lupa, vide o (mau) exemplo do que o governo faz com a Agência Espacial Brasileira.
Nosso país está se abraçando com o atraso, e o pior é que o maior interessado nos dividendos que a tecnologia pode trazer, o povo mais pobre, não se interessa por assuntos como este.
16 de fev. de 2009
NÉO-NAZISMO TUPINIQUIM?
Tenho lido vários comentários e opiniões sobre esse caso da brasileira que supostamente se auto-flagelou na Suiça, caso ainda não totalmente explicado, em que o governo brasileiro agiu com rapidez incomum e uma incompetência que não se deve aceitar, vinda de um órgão que deveria ser altamente técnico como o Itamaraty.
Não vou entrar no mérito do que efetivamente aconteceu com a brasileira na Suiça.
O fato é que qualquer ato que envolva suspeita de néo-nazismo deve ser muito bem apurado, não para proteger brasileiros, mas para proteger a humanidade.O néo-nazismo tem muitas formas de manifestação. A xenofobia é uma delas, mas não deixam de ser néo-nazistas os milicianos seguidores de Hugo Chaves na Venezuela, ou os torcedores que agridem atletas negros na Alemanha e na Itália ou, ainda, esses indivíduos que transformaram os trotes de universidades brasileiras em casos de polícia.
Isso porque o nazismo não foi um movimento estritamente racial. Ele foi um movimento que adotou a violência desmedida e indiscriminada para conseguir seus fins, sejam eles simplórios, como humilhar e massacrar colegas de faculdade, sejam eles elaborados, como tomar e manter à força o poder de países inteiros.
Portanto, as autoridades brasileiras deveriam ter requisitado informações às autoridades suiças, por meio da embaixada, seguindo os canais adequados e principalmente, o protocolo que isso envolve.
Mas não! O Brasil foi tomado de histeria porque houve um suposto ataque néo-nazista a uma brasileira e isso foi noticiado numa grande rede de TV, o que levou o próprio ministro Celso Amorin a tomar as dores de uma conterrânea nossa lá, coisa que governo estrangeiro nenhum aceitaria, muito menos o da Suiça, porque envolve um ato de desqualificar sua própria organização nacional.
Eu me pergunto:
Que moral têm as autoridades brasileiras para querer dar de dedo nas suiças? No Brasil, 95% dos homicídios simplesmente não são investigados, a corrupção policial é uma praga e o Judiciário é disfuncional. No verão passado, eu soube de pelo menos dois turistas estrangeiros barbaramente assassinados aqui no Brasil e, que eu saiba, até hoje os casos não foram totalmente esclarecidos, e nem por isso os ministros de relações exteriores dos países origem interviram diretamente nos casos, até porque, é para isso que existem corpos diplomáticos, embaixadores e cônsules.
Que moral têm os brasileiros para se acharem mais injustiçados que os outros pelo mundo afora? Milhares de brasileiros emigram ilegalmente todos os anos para os países ditos desenvolvidos. Subvertem a Lei daqueles países como, aliás, ignoram as Leis brasileiras quando aqui vivem e, uma vez agredidos, se acham mais injustiçados que os outros?
Tenho comigo que país nenhum gosta de imigrantes. Uma coisa é gostar de turistas e investidores, outra, completamente diferente, é receber de braços abertos uma horda de pessoas desqualificadas saídas do Brasil para a Suiça ou da Noruega para a Argentina, ou ainda da Argentina para o Brasil, competindo com nacionais por empregos.
No Brasil também há xenofobia. Não faz muito tempo, noticiou-se da situação degradante pela qual muitos bolivianos passam em São Paulo, trabalhando como escravos e as vezes sendo denunciado às autoridades migratórias (Polícia Federal) para que sejam deportados sem que seus patrões lhes paguem mínimos direitos trabalhistas.
Nesse caso com a Suiça, o Brasil se pautou por uma indignação hipócrita. A pessoa que muda para o exterior tem que entender que vai viver num país que não é seu, e terá necessariamente que sujeitar-se a certo grau de discriminação. Seja um profissional qualificado, seja um trabalhador braçal, toda pessoa que experimenta sair do seu país não será tratada do mesmo jeito que é em em casa.
Casos de agressão por néo-nazistas podem afetar qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade em qualquer lugar do mundo. Há "skin-heads" no Brasil também e como ficariam nossas autoridades se eles atacassem um americano e de repente, a própria Hillary Clinton, Secretária de Estado, viesse pedir explicações para nossas autoridades?
Certamente haveria um show de nacionalismo anti-yankee a defender a honra nacional!
Ainda bem que na Suiça as autoridades agem como autoridades, não como vedetes de TV. Caso contrário, estaríamos vendo um bate-boca sem sentido entre ministros de Estado que deveriam preocupar-se mais com os macro-problemas que todo país enfrenta.
Se a moça brasileira foi agredida na Suiça e as explicações dadas pelas autoridades de lá forem contraditórias ou cheias de lacunas, haverá sim, motivo para protestos diplomáticos.
Mas não, o Brasil não esperou nem as investigações preliminares para dar um show de como não agir em relações exteriores.
Não vou entrar no mérito do que efetivamente aconteceu com a brasileira na Suiça.
O fato é que qualquer ato que envolva suspeita de néo-nazismo deve ser muito bem apurado, não para proteger brasileiros, mas para proteger a humanidade.O néo-nazismo tem muitas formas de manifestação. A xenofobia é uma delas, mas não deixam de ser néo-nazistas os milicianos seguidores de Hugo Chaves na Venezuela, ou os torcedores que agridem atletas negros na Alemanha e na Itália ou, ainda, esses indivíduos que transformaram os trotes de universidades brasileiras em casos de polícia.
Isso porque o nazismo não foi um movimento estritamente racial. Ele foi um movimento que adotou a violência desmedida e indiscriminada para conseguir seus fins, sejam eles simplórios, como humilhar e massacrar colegas de faculdade, sejam eles elaborados, como tomar e manter à força o poder de países inteiros.
Portanto, as autoridades brasileiras deveriam ter requisitado informações às autoridades suiças, por meio da embaixada, seguindo os canais adequados e principalmente, o protocolo que isso envolve.
Mas não! O Brasil foi tomado de histeria porque houve um suposto ataque néo-nazista a uma brasileira e isso foi noticiado numa grande rede de TV, o que levou o próprio ministro Celso Amorin a tomar as dores de uma conterrânea nossa lá, coisa que governo estrangeiro nenhum aceitaria, muito menos o da Suiça, porque envolve um ato de desqualificar sua própria organização nacional.
Eu me pergunto:
Que moral têm as autoridades brasileiras para querer dar de dedo nas suiças? No Brasil, 95% dos homicídios simplesmente não são investigados, a corrupção policial é uma praga e o Judiciário é disfuncional. No verão passado, eu soube de pelo menos dois turistas estrangeiros barbaramente assassinados aqui no Brasil e, que eu saiba, até hoje os casos não foram totalmente esclarecidos, e nem por isso os ministros de relações exteriores dos países origem interviram diretamente nos casos, até porque, é para isso que existem corpos diplomáticos, embaixadores e cônsules.
Que moral têm os brasileiros para se acharem mais injustiçados que os outros pelo mundo afora? Milhares de brasileiros emigram ilegalmente todos os anos para os países ditos desenvolvidos. Subvertem a Lei daqueles países como, aliás, ignoram as Leis brasileiras quando aqui vivem e, uma vez agredidos, se acham mais injustiçados que os outros?
Tenho comigo que país nenhum gosta de imigrantes. Uma coisa é gostar de turistas e investidores, outra, completamente diferente, é receber de braços abertos uma horda de pessoas desqualificadas saídas do Brasil para a Suiça ou da Noruega para a Argentina, ou ainda da Argentina para o Brasil, competindo com nacionais por empregos.
No Brasil também há xenofobia. Não faz muito tempo, noticiou-se da situação degradante pela qual muitos bolivianos passam em São Paulo, trabalhando como escravos e as vezes sendo denunciado às autoridades migratórias (Polícia Federal) para que sejam deportados sem que seus patrões lhes paguem mínimos direitos trabalhistas.
Nesse caso com a Suiça, o Brasil se pautou por uma indignação hipócrita. A pessoa que muda para o exterior tem que entender que vai viver num país que não é seu, e terá necessariamente que sujeitar-se a certo grau de discriminação. Seja um profissional qualificado, seja um trabalhador braçal, toda pessoa que experimenta sair do seu país não será tratada do mesmo jeito que é em em casa.
Casos de agressão por néo-nazistas podem afetar qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade em qualquer lugar do mundo. Há "skin-heads" no Brasil também e como ficariam nossas autoridades se eles atacassem um americano e de repente, a própria Hillary Clinton, Secretária de Estado, viesse pedir explicações para nossas autoridades?
Certamente haveria um show de nacionalismo anti-yankee a defender a honra nacional!
Ainda bem que na Suiça as autoridades agem como autoridades, não como vedetes de TV. Caso contrário, estaríamos vendo um bate-boca sem sentido entre ministros de Estado que deveriam preocupar-se mais com os macro-problemas que todo país enfrenta.
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