Política, apesar dos partidos, é feita de pessoas.
Vejam o caso da aliança (informal é verdade)PT/PMDB.
Foi bem em todo o país graças ao governo e à popularidade do presidente Lula, a ponto dele ter que evitar subir em alguns palanques no segundo turno. Nada que preocupe o presidente, afinal, é visível que pelos resultados do conjunto PT/PMDB, o Planalto venceu as eleições municipais com folga.
Mas aqui, no Paraná, a coisa foi radicalmente contrária. O PT e o PMDB minguaram.
Se no plano nacional, a figura do presidente Lula aglutinou eleitores, aqui, a figura do governador Requião foi deletéria e desastrosa tanto para ele mesmo, quanto para o conjunto PT/PMDB.
Nos maiores colégios eleitorais do Paraná, aquelas grandes cidades que elegem deputados e têm influência regional, o conjunto PT/PMDB fez os prefeitos de Apucarana, Paranavaí e Pinhais. Nesta última cidade, a chapa PT/PMDB venceu, e o partido de Requião ainda pôde comemorar estar na chapa vencedora em Umuarama.
E só.
Em Curitiba, a somadas as candidaturas do PT e do PMDB, chegaram a 20,07% dos votos. Em Londrina, 14,44%. Maringá, 28,75%. Lideranças consagradas de ambos os partidos foram trituradas nas urnas e quanto mais próximas se apresentaram a Requião, pior foi o resultado.
Em Curitiba, o governador Requião não conseguiu eleger sequer o seu candidato a vereador, o senhor Doático Santos, cuja votação não chegou a 1600 pessoas, apesar do empenho velado do ocupante do Palácio Iguaçú, que chegou a declarar que faria tudo ao seu alcance para eleger o amigo, convocando o PMDB a abandonar outros candidatos para dar conta da tarefa.
Requião venceu em muitas cidades pequenas, é verdade. Mas nestas cidades o voto é pulverizado por interesses internos dos mais diversos. Mesmo somadas, não podem ser consideradas como capital político porque suas bases eleitorais são instáveis e não raro, migram para o lado melhor colocado nas pesquisas, independentemente de partidos.
Lula venceu as eleições no Brasil, Requião perdeu (e feio) as eleições no Paraná.
É a tal coisa:
Lula não é nepotista. Requião é.
Lula faz um governo que agrega progresso, apesar de todas as críticas. Requião têm atrasado o Paraná a despeito de todas as críticas.
Lula aceita as críticas. Requião vai à TV Educativa para desatar ofensas contra juízes e inimigos políticos.
Lula mostra serviço. Requião vive falando da Carta de Puebla e não apresenta nada de concreto.
O povo, de certo modo, soube avaliar isso tudo.
5 de out. de 2008
2 de out. de 2008
ACABOU, GRAÇAS A DEUS!
A campanha eleitoral acaba oficialmente amanhã.
Ótimo! Graças a Deus! Acabou a "festa" da democracia, que eu melhor classificaria de "esbórnia do sufrágio" (isso porque eu preferia usar um termo chulo, iniciado com S!) tamanha a falta de consciência da maioria dos eleitores que fingem não vender seus votos, e a cara-de-pau dos candidatos, que fingem ser honestos e preocupados com as cidades.
Não digo que seja assim nas capitais, mas no interior, campanha eleitoral é garantia de saco cheio, tamanha a quantidade de idiotas, aventureiros, analfabetos, ladrões e arruaceiros que arriscam arranjar um emprego público bem remunerado onde não precisem trabalhar e onde ainda consigam empregar a família toda.
Não aguento mais candidatos com nomes ridículos. Tô de saco cheio de ouvir falar do Zeca da Farmácia, do Jorgão Pindaíba, da Tereza da Boate, do Negão Polaco, do Linguiça do Boteco e da Jucicreide do Salão! Meus ouvidos dóem a cada vez que um carro de som passa na porta da minha casa (e isso se repete 3500 vezes ao dia) tocando melodias sertanejas, de axé ou pagode exaltando candidatos, alguns deles que não valeriam um tiro numa execução sumária. E me enojam os muros e fachadas das cidades emporcalhados de "banners", faixas e placas de indivíduos tão sorridentes quanto falsos.
Quer saber? Nas próximas eleições, o TSE deveria proibir TODO o tipo de propaganda eleitoral externa para vereadores em cidades com menos de 100 mil habitantes. O cara teria que entregar santinho de casa em casa e falar diretamente com o eleitor. Isso pouparia os meus e os seus ouvidos e ainda e forçaria o indivíduo a efetivamente conhecer os problemas de sua cidade, pisando em esgôtos, entrando com o carro em ruas esburacadas e sentindo o sufôco de andar numa rua poeirenta por falta de asfalto. Ele seria obrigado a constatar as filas nos postos de saúde, as condições das creches e a falta de equipamentos das escolas. Ele ouviria diretamente dos eleitores as reclamações e teria condições de efetivamente decidir o que pretende fazer quando eleito, longe das idéias mirabolantes de marqueteiros que colocam no papel planos inexequíveis. E quem sabe, mesmo os desonestos (que são maioria entre os candidatos) aprendessem com esse sofrimento a ter um pouco de compaixão pelas pessoas, trabalhando nem que seja um titiquinho de nada por elas.
Ótimo! Graças a Deus! Acabou a "festa" da democracia, que eu melhor classificaria de "esbórnia do sufrágio" (isso porque eu preferia usar um termo chulo, iniciado com S!) tamanha a falta de consciência da maioria dos eleitores que fingem não vender seus votos, e a cara-de-pau dos candidatos, que fingem ser honestos e preocupados com as cidades.
Não digo que seja assim nas capitais, mas no interior, campanha eleitoral é garantia de saco cheio, tamanha a quantidade de idiotas, aventureiros, analfabetos, ladrões e arruaceiros que arriscam arranjar um emprego público bem remunerado onde não precisem trabalhar e onde ainda consigam empregar a família toda.
Não aguento mais candidatos com nomes ridículos. Tô de saco cheio de ouvir falar do Zeca da Farmácia, do Jorgão Pindaíba, da Tereza da Boate, do Negão Polaco, do Linguiça do Boteco e da Jucicreide do Salão! Meus ouvidos dóem a cada vez que um carro de som passa na porta da minha casa (e isso se repete 3500 vezes ao dia) tocando melodias sertanejas, de axé ou pagode exaltando candidatos, alguns deles que não valeriam um tiro numa execução sumária. E me enojam os muros e fachadas das cidades emporcalhados de "banners", faixas e placas de indivíduos tão sorridentes quanto falsos.
Quer saber? Nas próximas eleições, o TSE deveria proibir TODO o tipo de propaganda eleitoral externa para vereadores em cidades com menos de 100 mil habitantes. O cara teria que entregar santinho de casa em casa e falar diretamente com o eleitor. Isso pouparia os meus e os seus ouvidos e ainda e forçaria o indivíduo a efetivamente conhecer os problemas de sua cidade, pisando em esgôtos, entrando com o carro em ruas esburacadas e sentindo o sufôco de andar numa rua poeirenta por falta de asfalto. Ele seria obrigado a constatar as filas nos postos de saúde, as condições das creches e a falta de equipamentos das escolas. Ele ouviria diretamente dos eleitores as reclamações e teria condições de efetivamente decidir o que pretende fazer quando eleito, longe das idéias mirabolantes de marqueteiros que colocam no papel planos inexequíveis. E quem sabe, mesmo os desonestos (que são maioria entre os candidatos) aprendessem com esse sofrimento a ter um pouco de compaixão pelas pessoas, trabalhando nem que seja um titiquinho de nada por elas.
30 de set. de 2008
CONGRESSISTAS E ESPECULADORES
E o "Plano Paulson" foi rejeitado pelo Congresso dos EUA.
É certo que dado o processo eleitoral daquele país, a discussão da matéria foi acirrada e dotada de grande carga ideológica. Muitos republicanos imaginaram que, aceitando a intervenção bilionária do Estado na economia, estariam dando fôlego aos democratas não só para levar Barack Obama para a Casa Branca, como para ele continuar nela em 2012 e ainda fazer o sucessor.
Isso porque a solução proposta pelo governo Bush vai radicalmente contra todo o ideário republicano, sempre mais liberal, menos intervencionista e distante daquele Estado mais centralizador pregado pelos democratas, embora mesmo estes não sejam adeptos do intervencionismo que constatamos aqui no Brasil e mesmo em alguns países europeus.
De qualquer modo, empenhar neste momento 750 bilhões de dólares para salvar empresas financeiras teria o efeito de deixar os republicanos sem discurso por décadas, causando-lhes sérios problemas eleitorais, vez que em boa parte do país, é o viés ideológico que define as votações, o que explica o sucesso que os democratas fazem nos centros urbanos mais desenvolvidos e o dos republicanos, nos estados de economia agrícola.
Se estivéssemos longe das eleições dos EUA, provavelmente o plano seria aprovado, mas mesmo assim, com alterações profundas, porque quando levado a votação, os líderes do Congresso americano já haviam decidido não empenhar 750 bilhões numa tacada só, contingenciando 450, 100 para uma eventual segunda parcela e 350 apenas e tão somente se as duas primeiras tivessem efeito visível nas relações econômicas.
Eu encarei a decisão como um voto de confiança do Congresso na economia do país e nos seus agentes econômicos. Ficou bem claro que entenderam que o estrago está feito, e que remendar não necessariamente soluciona a questão, que dizer entregando 750 bilhões que seriam melhor usados em desonerações tributárias que geram crescimento econômico, por afetarem a economia real.
Engana-se quem pensa que a histeria nas bolsas de valores afeta a opinião dos congressistas dos EUA. Não que eles sejam imunes ao clamor popular, mas o fato é que eles distinguem direitinho esse clamor de um movimento especulativo. Mais que isso, o fato do plano ter partido do governo Bush foi encarado apenas como uma obrigação de quem errou tanto em diversos setores da administração. Nem que tivesse maioria no Congresso, Bush conseguiria impor o seu plano, encarado como imediatista à guisa do discurso de catástrofe tão comum nos lábios de quem vive de valorizar e desvalorizar ações contando com a manchetes dos jornais.
Devemos lembrar que o mercado de ações nos EUA é uma tradição de século e meio. Aquele país está acostumado a presenciar corretores se descabelando, porque sabe que na arena das finanças, nem sempre histeria e desespero são sinais de quebradeira.
Fiquei com impressão que o Congresso dos EUA levou isso em consideração, pelo menos num primeiro momento.
Em tempo:
Há tempos atrás se reclamava muito no Brasil do dólar barato demais, que diminuía a retabilidade das exportações. Hoje, abri o jornal e li que praticamente os mesmos grupos de empresas e pessoas que falavam isso, mostram-se "preocupados" com a valorização do dólar. No Brasil, a especulação tem uma cara-de-pau que nem precisa de óleo de peroba!
É certo que dado o processo eleitoral daquele país, a discussão da matéria foi acirrada e dotada de grande carga ideológica. Muitos republicanos imaginaram que, aceitando a intervenção bilionária do Estado na economia, estariam dando fôlego aos democratas não só para levar Barack Obama para a Casa Branca, como para ele continuar nela em 2012 e ainda fazer o sucessor.
Isso porque a solução proposta pelo governo Bush vai radicalmente contra todo o ideário republicano, sempre mais liberal, menos intervencionista e distante daquele Estado mais centralizador pregado pelos democratas, embora mesmo estes não sejam adeptos do intervencionismo que constatamos aqui no Brasil e mesmo em alguns países europeus.
De qualquer modo, empenhar neste momento 750 bilhões de dólares para salvar empresas financeiras teria o efeito de deixar os republicanos sem discurso por décadas, causando-lhes sérios problemas eleitorais, vez que em boa parte do país, é o viés ideológico que define as votações, o que explica o sucesso que os democratas fazem nos centros urbanos mais desenvolvidos e o dos republicanos, nos estados de economia agrícola.
Se estivéssemos longe das eleições dos EUA, provavelmente o plano seria aprovado, mas mesmo assim, com alterações profundas, porque quando levado a votação, os líderes do Congresso americano já haviam decidido não empenhar 750 bilhões numa tacada só, contingenciando 450, 100 para uma eventual segunda parcela e 350 apenas e tão somente se as duas primeiras tivessem efeito visível nas relações econômicas.
Eu encarei a decisão como um voto de confiança do Congresso na economia do país e nos seus agentes econômicos. Ficou bem claro que entenderam que o estrago está feito, e que remendar não necessariamente soluciona a questão, que dizer entregando 750 bilhões que seriam melhor usados em desonerações tributárias que geram crescimento econômico, por afetarem a economia real.
Engana-se quem pensa que a histeria nas bolsas de valores afeta a opinião dos congressistas dos EUA. Não que eles sejam imunes ao clamor popular, mas o fato é que eles distinguem direitinho esse clamor de um movimento especulativo. Mais que isso, o fato do plano ter partido do governo Bush foi encarado apenas como uma obrigação de quem errou tanto em diversos setores da administração. Nem que tivesse maioria no Congresso, Bush conseguiria impor o seu plano, encarado como imediatista à guisa do discurso de catástrofe tão comum nos lábios de quem vive de valorizar e desvalorizar ações contando com a manchetes dos jornais.
Devemos lembrar que o mercado de ações nos EUA é uma tradição de século e meio. Aquele país está acostumado a presenciar corretores se descabelando, porque sabe que na arena das finanças, nem sempre histeria e desespero são sinais de quebradeira.
Fiquei com impressão que o Congresso dos EUA levou isso em consideração, pelo menos num primeiro momento.
Em tempo:
Há tempos atrás se reclamava muito no Brasil do dólar barato demais, que diminuía a retabilidade das exportações. Hoje, abri o jornal e li que praticamente os mesmos grupos de empresas e pessoas que falavam isso, mostram-se "preocupados" com a valorização do dólar. No Brasil, a especulação tem uma cara-de-pau que nem precisa de óleo de peroba!
28 de set. de 2008
PREOCUPANTE
Não sou economista, mas já levantei aqui neste blog, algumas questões que o ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa citou na matéria que você pode ler no DEFESANET:
"O dólar acabou"
Eu não torço por uma crise, muito menos se ela afetar o atual governo, porque o Brasil já elegeu em meio a uma crise severa, um senhor chamado Fernando Collor e deu no que deu.
Mas não custa alertar e lembrar que Carlos Lessa é um petista histórico, gente que estava na gênese do partido do presidente Lula. E ele faz alertas importantes, fugindo da "maris tranquilitatis" dos discursos oficiais.
"O dólar acabou"
Eu não torço por uma crise, muito menos se ela afetar o atual governo, porque o Brasil já elegeu em meio a uma crise severa, um senhor chamado Fernando Collor e deu no que deu.
Mas não custa alertar e lembrar que Carlos Lessa é um petista histórico, gente que estava na gênese do partido do presidente Lula. E ele faz alertas importantes, fugindo da "maris tranquilitatis" dos discursos oficiais.
27 de set. de 2008
LUTO
26 de set. de 2008
DE OLHO NA BUTIQUE DELA
O Brasil tem milhares de defeitos. Sua democracia têm problemas estruturais, sua classe política é nojenta e nem sempre o povo respeita suas leis. Há muita corrupção, pobreza e outras idiossincrasias que já levaram alguns a chamar o país de Belíndia, mistura de Bélgica com Índia, dados os enormes contrastes tão comuns nessa terra, onde carroças rodam ao lado de Ferraris reluzentes.
Mesmo assim, o Brasil é um país pujante. E isso não é apenas pela graça de suas enormes riquezas naturais, mas também pelo hercúleo esforço de seu povo em pagar uma carga tributária absurda ao mesmo tempo em que não se curva ante as adversidades, por mais que tudo à sua volta o instigue a isso, como por exemplo, a falta do mérito que alça medíocres a cargos importantes e rechaça os esforçados.
Mal ou bem, o Brasil ergueu uma economia diversificada, um mercado consumidor de potencial ainda inexplorado e empresas gigantescas, como Itaipú Binacional, Petrobrás, Vale, Embraer, Votorantin, Odebrecht e outras tantas.
Escrevo tudo isso, a propósito do que temos visto nos últimos tempos, vindo de nossos vizinhos (que alguns chamam erroneamente de "hermanos"), como a Argentina, O Paraguai, a Venezuela, a Bolívia e o Equador.
Os argentinos vivem resmungando sobre o Mercosul. Acusam o Brasil de tomar seus mercados internos, de comprar seus produtos barato demais, de destruir sua índústria. E invariavelmente, as reclamações acontecem quando algum tipo de crise econômica os aflige, o que não é incomum, convenhamos.
O Paraguai resolveu discutir o tratado de Itaipu, usina que foi construída com recursos brasileiros e que gera tanta energia, que a parte dos "hermanos" pode ser vendida para outros países. Um negócio da China, no qual o Paraguai não investiu quase nada e ganhou independência elétrica. Mesmo assim não está bom, o preço está baixo, o "imperialismo" brasileiro parece culpado pelo descalabro daquele país que de ditador em ditador, acabou descobrindo um resquício de democracia e elegendo um padre para presidente.
A Venezuela até não incomoda. Por ser um país rico os problemas que temos com ela são os resmungos de seu presidente e as ameaças indiretas que ele faz por meios militares, apesar, ainda, de sua tentativa velada de impor-nos um gasoduto faraônico (que seria pago pelo Brasil) para tratar de escravizar nossa indústria ao modelo boliviano.
A Bolívia expropriou bens brasileiros, exigiu aumento do preço do seu gás, e agora não é capaz de entregá-lo. Pela desculpa de sua democracia e justiça social, pôs a mão no bolso brasileiro sem cerimônias, arrancou uns quebrados é dá claros sinais de que não vai devolvê-los.
E por fim, o Equador. Construiu uma usina hidroelétrica que foi entregue com 9 meses de antecedência por uma empresa brasileira, que usou um projeto fornecido pelo próprio país. Acusa a empresa de incompetência e corrupção e imediatamente discute uma dívida de 200 milhões de dólares - do BNDES -, agência estatal brasileira de fomento. Dá a nítida impressão de que inventou problemas para não pagar, contando com a notória bondade brasileira.
O Brasil vive levando chapéus da Argentina, levou ferro na Bolívia, engoliu sapos do presidente Venezuelano, tá ensaiando pedir arrego pro Paraguai e agora, não duvide o leitor, é capaz de levar calote do Equador.
Todos os "hermanos" de olho na butique brasileira, aquela que foi fundada e financiada com uma das cargas tributárias mais injustas da humanidade e com as taxas de juros mais altas do planeta, cujo resultado sempre foi o de serviços públicos deficientes, miséria e problemas incomuns de uma gente que reclama pouco, mas apesar disso tem muito valor.
E o pior é que a butique tem dado descontos generosos para eles.
Mesmo assim, o Brasil é um país pujante. E isso não é apenas pela graça de suas enormes riquezas naturais, mas também pelo hercúleo esforço de seu povo em pagar uma carga tributária absurda ao mesmo tempo em que não se curva ante as adversidades, por mais que tudo à sua volta o instigue a isso, como por exemplo, a falta do mérito que alça medíocres a cargos importantes e rechaça os esforçados.
Mal ou bem, o Brasil ergueu uma economia diversificada, um mercado consumidor de potencial ainda inexplorado e empresas gigantescas, como Itaipú Binacional, Petrobrás, Vale, Embraer, Votorantin, Odebrecht e outras tantas.
Escrevo tudo isso, a propósito do que temos visto nos últimos tempos, vindo de nossos vizinhos (que alguns chamam erroneamente de "hermanos"), como a Argentina, O Paraguai, a Venezuela, a Bolívia e o Equador.
Os argentinos vivem resmungando sobre o Mercosul. Acusam o Brasil de tomar seus mercados internos, de comprar seus produtos barato demais, de destruir sua índústria. E invariavelmente, as reclamações acontecem quando algum tipo de crise econômica os aflige, o que não é incomum, convenhamos.
O Paraguai resolveu discutir o tratado de Itaipu, usina que foi construída com recursos brasileiros e que gera tanta energia, que a parte dos "hermanos" pode ser vendida para outros países. Um negócio da China, no qual o Paraguai não investiu quase nada e ganhou independência elétrica. Mesmo assim não está bom, o preço está baixo, o "imperialismo" brasileiro parece culpado pelo descalabro daquele país que de ditador em ditador, acabou descobrindo um resquício de democracia e elegendo um padre para presidente.
A Venezuela até não incomoda. Por ser um país rico os problemas que temos com ela são os resmungos de seu presidente e as ameaças indiretas que ele faz por meios militares, apesar, ainda, de sua tentativa velada de impor-nos um gasoduto faraônico (que seria pago pelo Brasil) para tratar de escravizar nossa indústria ao modelo boliviano.
A Bolívia expropriou bens brasileiros, exigiu aumento do preço do seu gás, e agora não é capaz de entregá-lo. Pela desculpa de sua democracia e justiça social, pôs a mão no bolso brasileiro sem cerimônias, arrancou uns quebrados é dá claros sinais de que não vai devolvê-los.
E por fim, o Equador. Construiu uma usina hidroelétrica que foi entregue com 9 meses de antecedência por uma empresa brasileira, que usou um projeto fornecido pelo próprio país. Acusa a empresa de incompetência e corrupção e imediatamente discute uma dívida de 200 milhões de dólares - do BNDES -, agência estatal brasileira de fomento. Dá a nítida impressão de que inventou problemas para não pagar, contando com a notória bondade brasileira.
O Brasil vive levando chapéus da Argentina, levou ferro na Bolívia, engoliu sapos do presidente Venezuelano, tá ensaiando pedir arrego pro Paraguai e agora, não duvide o leitor, é capaz de levar calote do Equador.
Todos os "hermanos" de olho na butique brasileira, aquela que foi fundada e financiada com uma das cargas tributárias mais injustas da humanidade e com as taxas de juros mais altas do planeta, cujo resultado sempre foi o de serviços públicos deficientes, miséria e problemas incomuns de uma gente que reclama pouco, mas apesar disso tem muito valor.
E o pior é que a butique tem dado descontos generosos para eles.
24 de set. de 2008
BÊBADOS, BEBERRÕES E BEBUNS - de Ivan Lessa
Eu não posso reproduzir aqui, porque citar apenas uma parte não faria sentido e reproduzir na inteireza poderia causar problemas com direitos autorais.
Mas recomendo, a engraçada crônica do Ivan Lessa, hoje, no site da BBC-Brasil:
Bêbados, beberrões e bebuns.
Mas recomendo, a engraçada crônica do Ivan Lessa, hoje, no site da BBC-Brasil:
Bêbados, beberrões e bebuns.
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