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1 de ago. de 2011

OS EUA NO OLHO DA TORMENTA

Apesar todas as críticas que recebeu, Bill Clinton entregou o governo dos EUA com déficit zero e a dívida do país sob controle, ela não crescia e tinha inclusive tendência de diminuir no curto prazo.

Mas o povo dos EUA preferiu George W.Bush a Al Gore e bastaram alguns poucos anos para o equilíbrio fiscal ser transformado em endividamento sem controle, com o recrudescimento do militarismo yankee decorrente do 11/9, que pôs os ultra-conservadores do "tea party" e sua paranóia de segurança nacionalista na linha de frente do governo do país.

E levando o país a uma crise fiscal sem precedentes após reduções de impostos (para os ricos), incentivos, desregulamentações e diversas autorizações de aumento do teto da dívida pública os republicanos amargaram a eleição de um democrata negro, cujo governo é centrado em programas sociais como tentativa de recuperar a economia combalida, embora sem a coragem de diminuir drasticamente os gastos militares que pressionam há décadas as contas públicas por excessivos, vez que, se reduzidos em 50% ainda fariam das forças armadas do país as maiores e mais bem equipadas do mundo, disparado.

Esse debate dramático que ameaçou paralisar os pagamentos da dívida do país foi aspecto do acirramento dos ânimos entre republicanos do "tea party" e as alas mais à esquerda dos democratas, das quais Barack Obama é oriundo. E quase legou o país uma moratória cujos efeitos seriam catastróficos para o mundo inteiro, com a imposição adicional de ter de controlar a dívida que já corresponde a 95% do PIB.

Será amargo o remédio para os americanos porque na história do país eles sempre saíram de crises a partir de um endividamento maior. O problema é que hoje, eles ainda estão em uma crise persistente causada por motivos vários, incluindo a frouxidão fiscal dos governos de W.Bush e também de Barack Obama, se bem que este ainda tem a justificativa de tentar recuperar a economia que recebeu em frangalhos.

É certo que a pujança da economia americana autoriza medidas de longo prazo no sentido de controlar a dívida e colocar a economia nos eixos. Os EUA são líderes mundiais em pesquisa científica e registro de patentes, são praticamente detentores do monopólio sobre a operação da internet a partir da excelência do software criado por suas empresas na área e estão na liderança disparado na indústria naval e aeroespacial. É um país com capacidade incomum de criar e alavancar novos negócios.

A questão, talvez, é que os políticos do país ainda não se acostumaram com um mundo multipolar, onde as demonstrações de força de seu país não são mais suficientes para manter com ele a hegemonia política do planeta, que sempre foi um dos pilares de sua estabilidade econômica.

5 de nov. de 2008

OBAMA VENCEU! (OS VENTOS DA MUDANÇA...)

Há quem diga a vitória de Barack Hussein Obama deu-se em razão de duas crises graves, a de política externa simbolizada pelo Iraque, e a econômica, o que levou o eleitorado a buscar a mudança sem analisar os candidatos.

Eu discordo disso. São crises graves, mas penso que os americanos resolveram dar uma guinada no pensamento extremamente conservador,liberal, isolacionista e militarista que tomou conta do país especialmente após os atentados de 11/09/2001, dada a influência grande que os "neocons" passaram a ter sobre o partido Republicano e consequentemente sobre a administração federal de George W.Bush.

Só que a história é dinâmica. Em 2006, os democratas venceram as eleições legislativas e conseguiram uma maioria apertada no Senado e folgada na Câmara. Foi um lance da eleição presidencial de 2008, indício de que havia, no país, insatisfação contra as políticas equivocadas e radicais decorrentes da catarse nacional que o terrorismo despertou em 2001 e que foram capitalizadas pelos republicanos para sua manutenção no poder, catarse da qual os americanos foram se libertando paulatinamente.

Portanto, os ventos da mudança já se faziam presentes bem antes do estouro do sub-prime e mesmo da disparada dos preços do petróleo, cujo resultado causou insatisfação popular em um país viciado em gasolina. E já se faziam notar de modo bem mais tímido anda antes de 2006, quando da discussão sobre o Iraque.

E os ventos da mudança sopraram ainda mais forte, porque nas eleições primárias, o partido Democrata polarizou a disputa entre uma mulher, Hillary Clinton, e o negro Barack Obama, demonstrando que a busca pelo câmbio de idéias e atitudes em relação ao mundo não era apenas no âmbito da economia ou mesmo no das relações exteriores da nação mais poderosa do planeta.

O povo dos EUA, a partir do partido Democrata, deu sinais de que pretendia reafirmar sua condição de nação pluralista a dar oportunidades a todos, o que vai muito além da insatisfação com os revezes militares no Iraque e com os tropicões econômicos.

Os republicanos, ao indicarem o moderado John McCain, pareciam ter percebido tais ventos até o último momento, quando na sua convenção, indicaram para vice a ultra-radical "neocon" Sarah Palin, imposta na tentativa de unir o partido, mas que acabou com efeito contrário, sendo um fator decisivo pró-Democrata, em vista até da idade do candidato, que aumentava a probabilidade dela assumir a Casa Branca. Eu mesmo escrevi em vários lugares que a atitude do partido Republicano poderia conservar-lhe a Casa Branca, desde que ele se mantivesse unido, coisa que não aconteceu.

E ontem, o que se viu foi o comparecimento em massa às urnas, pois 66% é recorde neste século e mais do que isso, uma forte indicação da vontade de mudar o país, pois sabe-se que o maior desafio dos Democratas a cada 4 anos, é efetivamente levar o seu eleitorado ao voto.

Se as crises externa e econômica bastassem para eleger um presidente democrata, o partido não teria se arriscado em polarizar a disputa com duas novidades (uma mulher ou um negro). Escolheria um candidato caucasiano de algum estado influente da federação, como John Kerry, John Edwards ou mesmo Albert Gore e iria para a disputa sem se preocupar sequer com a baixa afluência às urnas, nas últimas eleições presidenciais.

Mas não. Obama, mal ou bem, representa uma clara indicação de que o povo dos EUA quer mudanças. Se ele vai consegui-las, isso é outro assunto, mas o fato é que ele foi eleito não só por sua capacidade política, mas também pela sólida formação intelectual (Colúmbia e Harvard) aliada à sua imagem de alguém que venceu barreiras numa sociedade pluralista, mas ao mesmo tempo fortemente influenciada por idéias conservadoras e permeada com preconceitos, eternamente debatento direitos civis e buscando dar voz às minorias.

O povo dos EUA não votu contra Bush, muito menos contra os "neocons" ou contra os republicanos. Votou pela mudança, talvez a busca por atitudes equilibradas, em contraposição ao aferramento em opiniões pré-concebidas que aconteceu especialmente a partir de 11/09/2001, com consequências políticas, sociais e econômicas.

30 de set. de 2008

CONGRESSISTAS E ESPECULADORES

E o "Plano Paulson" foi rejeitado pelo Congresso dos EUA.

É certo que dado o processo eleitoral daquele país, a discussão da matéria foi acirrada e dotada de grande carga ideológica. Muitos republicanos imaginaram que, aceitando a intervenção bilionária do Estado na economia, estariam dando fôlego aos democratas não só para levar Barack Obama para a Casa Branca, como para ele continuar nela em 2012 e ainda fazer o sucessor.

Isso porque a solução proposta pelo governo Bush vai radicalmente contra todo o ideário republicano, sempre mais liberal, menos intervencionista e distante daquele Estado mais centralizador pregado pelos democratas, embora mesmo estes não sejam adeptos do intervencionismo que constatamos aqui no Brasil e mesmo em alguns países europeus.

De qualquer modo, empenhar neste momento 750 bilhões de dólares para salvar empresas financeiras teria o efeito de deixar os republicanos sem discurso por décadas, causando-lhes sérios problemas eleitorais, vez que em boa parte do país, é o viés ideológico que define as votações, o que explica o sucesso que os democratas fazem nos centros urbanos mais desenvolvidos e o dos republicanos, nos estados de economia agrícola.

Se estivéssemos longe das eleições dos EUA, provavelmente o plano seria aprovado, mas mesmo assim, com alterações profundas, porque quando levado a votação, os líderes do Congresso americano já haviam decidido não empenhar 750 bilhões numa tacada só, contingenciando 450, 100 para uma eventual segunda parcela e 350 apenas e tão somente se as duas primeiras tivessem efeito visível nas relações econômicas.

Eu encarei a decisão como um voto de confiança do Congresso na economia do país e nos seus agentes econômicos. Ficou bem claro que entenderam que o estrago está feito, e que remendar não necessariamente soluciona a questão, que dizer entregando 750 bilhões que seriam melhor usados em desonerações tributárias que geram crescimento econômico, por afetarem a economia real.

Engana-se quem pensa que a histeria nas bolsas de valores afeta a opinião dos congressistas dos EUA. Não que eles sejam imunes ao clamor popular, mas o fato é que eles distinguem direitinho esse clamor de um movimento especulativo. Mais que isso, o fato do plano ter partido do governo Bush foi encarado apenas como uma obrigação de quem errou tanto em diversos setores da administração. Nem que tivesse maioria no Congresso, Bush conseguiria impor o seu plano, encarado como imediatista à guisa do discurso de catástrofe tão comum nos lábios de quem vive de valorizar e desvalorizar ações contando com a manchetes dos jornais.

Devemos lembrar que o mercado de ações nos EUA é uma tradição de século e meio. Aquele país está acostumado a presenciar corretores se descabelando, porque sabe que na arena das finanças, nem sempre histeria e desespero são sinais de quebradeira.

Fiquei com impressão que o Congresso dos EUA levou isso em consideração, pelo menos num primeiro momento.

Em tempo:

Há tempos atrás se reclamava muito no Brasil do dólar barato demais, que diminuía a retabilidade das exportações. Hoje, abri o jornal e li que praticamente os mesmos grupos de empresas e pessoas que falavam isso, mostram-se "preocupados" com a valorização do dólar. No Brasil, a especulação tem uma cara-de-pau que nem precisa de óleo de peroba!

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...