O governador do Paraná reclama que é perseguido pelo Ministério Público e pela Justiça, que o impediram de fazer uso político da TV Educativa do estado, especialmente na sessão que acostumou-se chamar de "escolinha de governo", uma reunião semanal do primeiro escalão da administração estadual, mais parlamentares, prefeitos e vereadores que se disponham a comparecer para tecer loas ao chefe, o senhor Requião, enquanto ele desata reclamações e acusações maliciosas contra seus inimigos políticos, distribui "cala-bocas" aos assessores que por alguma razão o incomodam e trata de ignorar solenemente as ordens judiciais que buscam conter sua verborragia política, se dizendo censurado.
Nesta reunião, acontecem fatos folclóricos, como o anunciado sorteio de um ônibus que seria entregue a um político que nela comparecesse, sendo que o sorteado, entre um número enorme de deputados, prefeitos e vereadores presentes, foi um integrante da Assembléia Legislativa que recebeu seu prêmio ali mesmo, um ônibus de brinquedo.
Outro fato interessante, foi um troféu que o governador passou a distribuir aos órgãos de imprensa que não lhe dizem amém, uma estátua de um rato, com o rosto de um ex-presidente da Câmara de Deputados.
Na semana passada, chegou a dizer que o MP e a Justiça o perseguem, porque não atacam com o mesmo critério o governo do presidente Lula, a quem acusou com todas as letras, de usar a TV Brasil do mesmo jeito com que ele usa a TVE, isso porque soube que foi mutado em 200 mil reais por insistir em fazer ataques personalistas no ar, ao invés de tratar apenas de questões administrativas.
Com essa linha de conduta desde o início do seu terceiro mandato, Requião acabou cercado de pessoas que não lhe inspiram a mínima auto-crítica, a tal ponto que dois ex-procuradores gerais do estado pedirem demissão em caráter irrevogável, alegando ofensas que ele praticou contra eles, insatisfeito com o seu trabalho mas sem coragem de praticar o ato de pedir-lhes o cargo.
Seus principais aliados na próxima eleição municipal de Curitiba, são os senhores Doático Santos e Carlos Moreira. Aquele, um indivíduo alçado ao cargo de Secretário Estadual Especial para Assuntos de Curitiba, basicamente por comandar uma ala do PMDB municipal cegamente fiel ao senhor Requião (note bem o leitor, ao senhor Requião, não ao governador, porque essa fidelidade vêm de muito antes de ele ser eleito para o cargo), que foi acusada, entre outros atos, de promover invasões em imóveis municipais e privados com motivos eleitorais, além de pixações pela cidade, especialmente as que contém a expressão "Requião tem razão". O segundo, ex-reitor da UFPR, que dispôs-se a concorrer à prefeitura como candidato do governador mesmo sem a mínima chance de vencer o pleito, mas com a função precípua de evitar que o PMDB promova novas lideranças, visto que eram pré-candidatos os deputados Marcelo Almeida, Reinhold Stephanes Jr. e Rodrigo Rocha Loures, além do ex-prefeito Raphael Greca de Macedo.
Em vários outros municípios, como o em que vivo, Requião interveio nas convenções e impôs candidatos. Aqui, ele mandou ordem expressa para que o candidato do PMDB se candidatasse como vice, de uma chapa formada por um apadrinhado político de um ex-prefeito, já falecido, que foi cassado por compra de votos e abuso do poder econômico, que havia recebido o apoio expresso do governador em 2004, também em detrimento do PMDB municipal, que teve candidato próprio na ocasião.
Na Assembléia Legislativa, Requião aliou-se a inúmeros deputados de baixo clero, conhecidos por mudarem de partido por conveniências políticas das mais rasteiras, quase todos ex-fiéis ao governo Jaime Lerner, figura, aliás, demonizada pelo atual governador e tratado como inimigo pessoal, muito além das lides políticas. Já o líder da sua bancada na casa é o deputado Luiz Claudio Romanelli que, para demonstrar plena submissão e lealdade, incitou a população a furar as praças de pedágio, ensinando como fazer isso por meio de um vídeo que chegou ao You Tube, além de ter declarado, com a desfaçatez típica dos puxa-sacos, que o fato de Roberto e Maurício Requião serem irmãos é uma mera coincidência, que não impediria de modo algum que o último fosse eleito para assumir uma vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas, um cargo vitalício, que defere enormes poderes políticos e com remuneração de ministro do STF.
E aí chegamos no nepotismo.
A Assembléia Legislativa alterou a Lei que determinava o modo de eleger os conselheiros do TC, passando a obrigar ao voto aberto na sessão, o que garantiu a eleição do irmão do governador para o cargo, pela política do medo e da represália. O irmão do governador, Secretário Estadual de Educação Maurício Requião, é acusado num caso da compra super-faturada de um lote enorme das chamadas "TVs laranjas", feita junto a uma empresa cuja atividade é vender móveis escolares e que foi a maior doadora de recursos para a candidatura Requião ao governo. Além disso, em momento algum houve pela "base aliada", algum tipo de questionamento no sentido de comprovar em Maurício, alguma experiência e conhecimentos em administração, contabilidade e direito públicos, sem contar que, por ser irmão de Roberto Requião, o novo conselheiro não poderá atuar no julgamento de contas dos órgãos estaduais e ou municipais, onde o familiar de primeiro grau tenha tido mais de 3% dos votos, ou seja, não poderá fazer absolutamente nada, pelo menos até que o governador se aposente da vida pública, o que não é plausível, até porque já se sabe que ele é candidato ao Senado ou à Presidência da República em 2010.
Mesmo assim, foi eleito, desta vez com a unanimidade da dita "base aliada" e a omissão da oposição, que preferiu não comparecer à sessão ou abster-se. E o fato interessante nisso tudo - aventa-se que o senhor Carlos Moreira o substituirá na Secretaria de Educação, o que demonstra que a candidatura deste nada mais é que uma forma de manter o PMDB em rédea curta.
Enfim, o Paraná atingiu um novo patamar na prática imoral do nepotismo. Agora, o Poder Legislativo curva-se à personalidade instável do Chefe do Executivo para lhe fazer agrados familiares, e este se justifica dizendo que não há lei que impeça seu irmão de concorrer ao cargo. É o típico caso de ato legal, mas imoral, a diferença é que foi praticado pela influência de um político acostumado a um discurso histriônico de uma honestidade e ética que, agora, parece relativa, e não mais absoluta como a que defendia nos palanques há tempos atrás. Mesma relatividade aplicada aos interesses políticos de adonar-se de um partido sabe Deus por quais razões.
16 de jul. de 2008
14 de jul. de 2008
JUDICIÁRIAS
1.
Falou-se que o STF foi desrespeitado quando um juiz no RJ emitiu outra ordem de prisão contra Daniel Dantas, após o habeas-corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes.
Não houve nada disso, porque a primeira ordem foi expedida com base em fundamentos jurídicos diferentes dos da segunda e em vista de serem de livre apreciação pelos magistrados.
Se o ministro disse que não havia fundamentos, opinião pessoal dele, cujos efeitos ocorrem porque conta de sua situação judicial hierárquica.
O que aconteceu, foi que o ministro sentiu-se ofendido, sem, no entanto, atentar para a bagunça que é o sistema judiciário nacional, onde é possível expedir-se uma ordem federal de prisão no Amapá, para ser cumprida no Rio Grande do Sul, não se sabendo ao certo quem julgará o ato do juiz, porque dependendo da situação, o advogado fica em dúvida de apela ao Tribunal Regional Federal da sua região, ao STJ ou ao STF.
Portanto, a questão não foi institucional.
2.
Não vou entrar no mérito do juiz carioca estar certo ou não, o fato é que, no Brasil, só ladrão de galinha fica preso durante investigação criminal e os tribunais são rápidos para dar liberdade para os "bacanas" mas lerdos, muito lerdos, quando o preso é um "zé ninguém", mesmo inocente.
Quanto a isso, o ministro não disse nada, aliás, nunca ninguém trata desse assunto com a falsa indignação que se viu neste episódio.
Dias atrás, uma garota esfomeada roubou uma lata de margarina de um supermercado e ficou presa por 60 dias até que os doutos magistrados tratassem do seu caso. Os senhores Dantas, Nahas e Pitta, todos acusados de casos escabrosos de corrupção, todos políticos ou financiadores de políticos, foram soltos em horas.
Falou-se que o STF foi desrespeitado quando um juiz no RJ emitiu outra ordem de prisão contra Daniel Dantas, após o habeas-corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes.
Não houve nada disso, porque a primeira ordem foi expedida com base em fundamentos jurídicos diferentes dos da segunda e em vista de serem de livre apreciação pelos magistrados.
Se o ministro disse que não havia fundamentos, opinião pessoal dele, cujos efeitos ocorrem porque conta de sua situação judicial hierárquica.
O que aconteceu, foi que o ministro sentiu-se ofendido, sem, no entanto, atentar para a bagunça que é o sistema judiciário nacional, onde é possível expedir-se uma ordem federal de prisão no Amapá, para ser cumprida no Rio Grande do Sul, não se sabendo ao certo quem julgará o ato do juiz, porque dependendo da situação, o advogado fica em dúvida de apela ao Tribunal Regional Federal da sua região, ao STJ ou ao STF.
Portanto, a questão não foi institucional.
2.
Não vou entrar no mérito do juiz carioca estar certo ou não, o fato é que, no Brasil, só ladrão de galinha fica preso durante investigação criminal e os tribunais são rápidos para dar liberdade para os "bacanas" mas lerdos, muito lerdos, quando o preso é um "zé ninguém", mesmo inocente.
Quanto a isso, o ministro não disse nada, aliás, nunca ninguém trata desse assunto com a falsa indignação que se viu neste episódio.
Dias atrás, uma garota esfomeada roubou uma lata de margarina de um supermercado e ficou presa por 60 dias até que os doutos magistrados tratassem do seu caso. Os senhores Dantas, Nahas e Pitta, todos acusados de casos escabrosos de corrupção, todos políticos ou financiadores de políticos, foram soltos em horas.
10 de jul. de 2008
O TRÂNSITO VAI PARAR? (PARTE 2)
Interessantes os comentários sobre a matéria do trânsito, todos eles demonstram que os motoristas de modo geral não aguentam mais a carga que representam os constantes engarrafamentos e o stress que eles causam.
Alguns, porém, merecem uma reflexão melhor.
O João Bosco pergunta se as pessoas efetivamente têm disposição em atacar o problema e quanto cada um de nós daria de sacrifício por isso.
É uma questão relevante, se pensarmos que os motoristas mal-educados geralmente demonstram egoísmo extremo ao parar o carro onde bem entendem, passar o sinal vermelho, abusar da velocidade, costurar, etc... Eu vou mais longe à pergunta do Bosco: Será que estes motoristas se sacrificariam?
Não custa verificar o que está ocorrendo com a Lei Seca. Tem bebum que não se conforma em perder o direito de colocar a vida de terceiros em risco, de tal modo que participa de redes de mensagens para identificar locais de blitzes, como está ocorrendo em São Paulo.
Esse tipo de gente não se saccrifica por nada e por ninguém. O cara que é egoísta no trânsito, é em todos os aspectos da vida. É aquele indivíduo que afirma com todas as letras que pode beber quanto quiser, que continua perfeito ao volante, é o cara que estaciona na saída de ambulâncias e se criticado ainda acha ruim, etc...
Daí teriamos a situação clássica de terra brasilis, os conscientes dando sua parcela de esforço para os egoístas "se darem bem" ganhando um trânsito melhor e tratando de levá-lo a outro gargalo.
O problema cultural do Brasil aflora nesses momentos.
Já o Zé Povo, afirma que uma boa alternativa seria o uso de táxis, que, por sua vez, precisaria ser uma atividade menos cartorial do que é entre nós.
Acho que é uma boa alternativa, mas ao mesmo tempo, implica sérias consequências. O problema dos perueiros em São Paulo ultrapassou o limite da infração administrativa para virar crime organizado, de tal forma que há um exército de pessoas carregando outras a preços que nem chegam a ser convidativos, mas de regra sem qualquer tipo de segurança. O táxi é uma atividade regulamentada em qualquer lugar sério do mundo, justamente pela necessidade de transportar as pessoas com segurança.
Mas o Zé também bate em um ponto importante da questão, o fato de as frotas de táxi não aumentarem, e estarem concentradas em mãos de poucas pessoas, o que ocorre no Brasil todo (São Paulo e Curitiba, por exemplo) e até no exterior (Em Nova York, licenças de táxi são um patrimônio valiosíssimo). O número de táxis em Curitiba não aumenta há pelo menos duas décadas, e duvido que nas demais grandes cidades isso não seja parecido, basicamente porque há interesses políticos envolvidos na questão.
E a Magui faz menção à bicicleta, na qual não acredita que possa ser usada, até pelas grandes distâncias que o transporte de massas envolve.
A bicicleta para mim, é um mito. Vivemos numa sociedade sem tempo e de grandes distâncias, ainda não chegamos àquela cidade idealizada pelos "nerds" que dizem que no futuro a maioria das pessoas trabalhará em casa, em frente de um computador.
Não podemos prescindir do transporte motorizado até por questões econômicas. A bicicleta é uma alternativa para quem tem tempo ou para percorrer distâncias curtas, e só. Ela não substitui nada e não pode ser aventada como solução para o problema do trânsito.
A opção que um proprietário de veículo faz pelo transporte coletivo envolve alguns requisitos, entre eles o do transporte público ser bom.
E quando digo "bom" não estou me referindo a confortos como viajar sentado e com ar condicionado, mas a coisas básicas como o cobrador ter troco, o coletivo chegar e sair no horário e ter condições de higiene.
Volta e meia eu me pergunto se não devo sair de ônibus do escritório para tratar de algum assunto. Acabo sempre não indo, porque a viação que me atende não observa horário nenhum. As vezes passa um ônibus a cada 20 minutos, as vezes a espera é de mais de uma hora. Depois, em intervalos de 5 minutos, é possível passar um ônibus super-lotado e outro vazio, fruto da falta de planejamento e respeito pelo usuário, sem contar que as condições de higiene são pior que precárias.
Uma das razões pelas quais o metrô de São Paulo é bem afamado, é a pontualidade. A mesma pontualidade que faz os europeus viajarem de trem (na Alemanha, há linhas de trem com saídas em horários como 17h26 ou 2:01 e chegadas igualmente "quebradas").
O indivíduo proprietário de um veículo não vai arriscar chegar atrasado em um compromisso e deixar sua agenda nas mãos de companhias de transporte. Ele só opta por elas quando sabe que o contrato de transporte será honrado, salvo, claro, caso fortuito ou força maior. O fato é que até sujeita-se às filas e à lotação, mas não aceita o atraso que lhe causa problemas econômicos.
Enfim, o problema do trânsito é complexo.
Para dar sobrevida a nossos sistemas viários será necessário investir muito em capacitação dos transportadores coletivos e motoristas de táxis, tornando os serviços profissionais e confiáveis, considerando ainda que, para que se tornem confiáveis, é preciso que as pessoas à volta também tenham educação.
Aqui onde eu vivo, um indivíduo comprou uma sirene e um jogo de luzes daqueles que a polícia usa nos veículos. Sabem para quê? Ele trafega nas vias exclusivas de ônibus em Curitiba, na contra-mão e em velocidades absurdas por todo o lugar se apresentando como policial em serviço. Até hoje ninguém o pegou, é um caso extremo, mas demonstra que a absoluta falta de educação de um motorista tem potencial de causar atrasos até mesmo em sistemas de transportes coletivos confiáveis.
Enfim, o Brasil precisa reaprender o trânsito como um todo, e o problema é sério, porque envolve perdas econômicas.
Alguns, porém, merecem uma reflexão melhor.
O João Bosco pergunta se as pessoas efetivamente têm disposição em atacar o problema e quanto cada um de nós daria de sacrifício por isso.
É uma questão relevante, se pensarmos que os motoristas mal-educados geralmente demonstram egoísmo extremo ao parar o carro onde bem entendem, passar o sinal vermelho, abusar da velocidade, costurar, etc... Eu vou mais longe à pergunta do Bosco: Será que estes motoristas se sacrificariam?
Não custa verificar o que está ocorrendo com a Lei Seca. Tem bebum que não se conforma em perder o direito de colocar a vida de terceiros em risco, de tal modo que participa de redes de mensagens para identificar locais de blitzes, como está ocorrendo em São Paulo.
Esse tipo de gente não se saccrifica por nada e por ninguém. O cara que é egoísta no trânsito, é em todos os aspectos da vida. É aquele indivíduo que afirma com todas as letras que pode beber quanto quiser, que continua perfeito ao volante, é o cara que estaciona na saída de ambulâncias e se criticado ainda acha ruim, etc...
Daí teriamos a situação clássica de terra brasilis, os conscientes dando sua parcela de esforço para os egoístas "se darem bem" ganhando um trânsito melhor e tratando de levá-lo a outro gargalo.
O problema cultural do Brasil aflora nesses momentos.
Já o Zé Povo, afirma que uma boa alternativa seria o uso de táxis, que, por sua vez, precisaria ser uma atividade menos cartorial do que é entre nós.
Acho que é uma boa alternativa, mas ao mesmo tempo, implica sérias consequências. O problema dos perueiros em São Paulo ultrapassou o limite da infração administrativa para virar crime organizado, de tal forma que há um exército de pessoas carregando outras a preços que nem chegam a ser convidativos, mas de regra sem qualquer tipo de segurança. O táxi é uma atividade regulamentada em qualquer lugar sério do mundo, justamente pela necessidade de transportar as pessoas com segurança.
Mas o Zé também bate em um ponto importante da questão, o fato de as frotas de táxi não aumentarem, e estarem concentradas em mãos de poucas pessoas, o que ocorre no Brasil todo (São Paulo e Curitiba, por exemplo) e até no exterior (Em Nova York, licenças de táxi são um patrimônio valiosíssimo). O número de táxis em Curitiba não aumenta há pelo menos duas décadas, e duvido que nas demais grandes cidades isso não seja parecido, basicamente porque há interesses políticos envolvidos na questão.
E a Magui faz menção à bicicleta, na qual não acredita que possa ser usada, até pelas grandes distâncias que o transporte de massas envolve.
A bicicleta para mim, é um mito. Vivemos numa sociedade sem tempo e de grandes distâncias, ainda não chegamos àquela cidade idealizada pelos "nerds" que dizem que no futuro a maioria das pessoas trabalhará em casa, em frente de um computador.
Não podemos prescindir do transporte motorizado até por questões econômicas. A bicicleta é uma alternativa para quem tem tempo ou para percorrer distâncias curtas, e só. Ela não substitui nada e não pode ser aventada como solução para o problema do trânsito.
A opção que um proprietário de veículo faz pelo transporte coletivo envolve alguns requisitos, entre eles o do transporte público ser bom.
E quando digo "bom" não estou me referindo a confortos como viajar sentado e com ar condicionado, mas a coisas básicas como o cobrador ter troco, o coletivo chegar e sair no horário e ter condições de higiene.
Volta e meia eu me pergunto se não devo sair de ônibus do escritório para tratar de algum assunto. Acabo sempre não indo, porque a viação que me atende não observa horário nenhum. As vezes passa um ônibus a cada 20 minutos, as vezes a espera é de mais de uma hora. Depois, em intervalos de 5 minutos, é possível passar um ônibus super-lotado e outro vazio, fruto da falta de planejamento e respeito pelo usuário, sem contar que as condições de higiene são pior que precárias.
Uma das razões pelas quais o metrô de São Paulo é bem afamado, é a pontualidade. A mesma pontualidade que faz os europeus viajarem de trem (na Alemanha, há linhas de trem com saídas em horários como 17h26 ou 2:01 e chegadas igualmente "quebradas").
O indivíduo proprietário de um veículo não vai arriscar chegar atrasado em um compromisso e deixar sua agenda nas mãos de companhias de transporte. Ele só opta por elas quando sabe que o contrato de transporte será honrado, salvo, claro, caso fortuito ou força maior. O fato é que até sujeita-se às filas e à lotação, mas não aceita o atraso que lhe causa problemas econômicos.
Enfim, o problema do trânsito é complexo.
Para dar sobrevida a nossos sistemas viários será necessário investir muito em capacitação dos transportadores coletivos e motoristas de táxis, tornando os serviços profissionais e confiáveis, considerando ainda que, para que se tornem confiáveis, é preciso que as pessoas à volta também tenham educação.
Aqui onde eu vivo, um indivíduo comprou uma sirene e um jogo de luzes daqueles que a polícia usa nos veículos. Sabem para quê? Ele trafega nas vias exclusivas de ônibus em Curitiba, na contra-mão e em velocidades absurdas por todo o lugar se apresentando como policial em serviço. Até hoje ninguém o pegou, é um caso extremo, mas demonstra que a absoluta falta de educação de um motorista tem potencial de causar atrasos até mesmo em sistemas de transportes coletivos confiáveis.
Enfim, o Brasil precisa reaprender o trânsito como um todo, e o problema é sério, porque envolve perdas econômicas.
7 de jul. de 2008
O TRÂNSITO VAI PARAR?
A bonança econômica experimentada pelo Brasil nos ultimos 6 anos fez com que a venda de automóveis disparasse, o que teve efeito imediato em nossas cidades.
Cresceu o tamanho dos engarrafamentos, o número de acidentes e a perda de tempo no trânsito, o que é agravado pela absoluta falta de educação do motorista daqui, acostumado a, entre outros atos, travar o trânsito para encaixar o carro numa vaga de avenida movimentada, ou fazer fila tripla para pegar os filhos na escola ou, ainda, negligenciar a manutenção do veículo, que pára no meio da rua com consequências para todos os demais motoristas.
Não se pode reclamar do adicional de veículos porque ele é reflexo do modelo econômico e social que escolhemos. Todas as pessoas que têm carro ou moto, sejam ricas ou pobres, de direita ou de esquerda, são responsáveis pela situação, porque o carro é uma espécie de locomotiva do desenvolvimento. É sabido que a indústria automobilística é uma das que puxa para cima os índices de crescimento do PIB, por muitas razões que não vêm ao caso comentar aqui.
Enfim, ao deparar com um engarrafamento, não adianta reclamar que hoje em dia todo mundo têm carro, porque isso é o ônus de uma sociedade consumista, que dizer de uma em que não se planeja absolutamente nada por inépcia dos agentes políticos.
Mas o fato objetivo é que engarrafamentos aumentam o custo dos produtos transportados, potencializam a poluição, impõem investimentos públicos relevantes e causam stress, além de vários outros problemas de saúde, tudo absolutamente insolúvel no curto prazo e provavelmente sem solução até no longo prazo.
São Paulo, onde o problema é gravíssimo e antigo, já apelou para a construção de vias expressas, viadutos, pontes, áreas de trânsito exclusivo de ônibus, rodízio de veículos e finalmente, a restrição ao tráfego de caminhões em certas áreas e horários. Ao custo de bilhões de reais, a capital paulista acabou com bairros inteiros que foram desapropriados, degradou áreas nobres da cidade, agravou a impermeabilização do solo e nem assim conseguiu evitar que o trânsito entrasse em colapso.
Com efeito, as novas vias compostas de avenidas, pontes e viadutos em pouco tempo ficaram lotadas e as restrições de rodagem geraram um mercado paralelo, pessoas que têm dois carros na garagem para fugir do rodízio, mesma coisa que acontecerá com o tráfego de caminhões, que serão substituídos por veículos menores e em maior número, para dar conta das mesmas entregas que ocorrem hoje.
Já Curitiba, é uma cidade que discute há pelo menos duas décadas a implantação de um metrô, que teria aqui um preço absolutamente razoável em virtude da cidade já possuir eixos norte-sul, leste-oeste e alguns longitudinais, que a cortam com grandes avenidas, onde já transitam os chamados "ligeirões", e que evitariam boa parte da febre de desapropriações em que implica uma obra subterrânea.
No entanto, uma das boas coisas dela é concentrar todos os estudos e decisões urbanísticas em um único órgão, o IPPUC, criado pelo então prefeito Jaime Lerner na década de 70 e até hoje formado por técnicos com uma visão muito próxima à dele, Lerner, nos assuntos que envolvem a mobilidade urbana.
E uma das coisas a que historicamente o IPPUC faz graves restrições que eu chamaria de ideológicas, é justamente à implantação do metrô, porque é sabido que é um meio de transporte que privilegia o automóvel, ao ceder-lhe mais espaço na superfície, colocando o pedestre sob a terra.
Com efeito, em Curitiba nota-se uma preferência em atrapalhar o fluxo de veículos individuais em favor dos coletivos. De certa forma, isso tem mudado lentamente nos últimos anos, mas a opção da cidade ainda é em desenvolver o sistema de ônibus, ao invés de embarcar numa arriscada e caríssima aventura pelo metrô, que levaria pelo menos uma década para se tornar operacional.
Ainda assim, é, hoje, uma cidade onde o trânsito está caminhando para o esgotamento idêntico ao de São Paulo, porque, nos dois casos, nenhuma das metrópoles suporta a quantidade de veículos que é diariamente adicionada à sua frota, o que é algo visível em todas as grandes cidades do país.
Penso que a tendência não só no Brasil, mas no mundo todo, é que a aquisição de um automóvel será cada dia mais barata, mas sua manutenção cada vez mais cara.
Em Curitiba, a cada ano, diminuem as vagas públicas de estacionamento para dar lugar à pistas de rolamento e não raro, exclusivas para o transporte coletivo.
O motorista do futuro poderá adquirir um veículo a preço convidativo, mas terá que calcular o quanto gastará de estacionamento, manutenção mecânica, impostos (que certamente vão aumentar), seguro total obrigatório e outras coisas, como um laudo anual para conferir suas emissões de poluentes. E também não vai demorar que os rodízios de veículos se espalhem por todas as grandes cidades, até o ponto em que forem instituídos pedágios urbanos, o que é apenas questão de tempo.
E as multas por infrações de trânsito terão seus valores aumentados junto com a rigidez das normas. Acredite o leitor, não é apenas por questão de saúde pública que o Brasil proibiu a direção após o consumo de álcool, isso é apenas o início de uma batalha em que os derrotados serão os motoristas que se acham proprietários das ruas. As normas vão ficar mais rígidas em todos os sentidos, multas por filas triplas serão absurdamente altas, atrapalhar o trânsito poderá implicar perda da habilitação, etc...
Talvez a solução para o problema seja justamente a de transformar o carro num objeto que todos possuam, mas que poucos tenham coragem de tirar da garagem todos os dias.
O fato é que a sociedade que privilegia o transporte individual, parece, está com os dias contados. Quando o trânsito parar nas grandes metrópoles, e isso já estamos presenciando, o carro será reconhecido como um vilão a mando se outro, o seu proprietário.
5 de jul. de 2008
CADERNOS DE VIAGEM - 8 (Serra Gaúcha - VI)
A própria cidade de Gramado é uma atração, com sua arquitetura em motivos alemães e suiços, lojas simplesmente espetaculares de móveis, bons restaurantes, bares e passeios bem cuidados, o que eu vou mostrar no próximo, e último, capítulo desta série.
Mas para reforçar a vocação turística, Gramado ainda conta com atrações temáticas.
O Mini Mundo foi criado como atração de um hotel próximo a ele (aliás, um lindo hotel). É um conjunto de maquetes extremamente fiéis de prédios históricos do mundo inteiro. Quem curte arquitetura (como eu) certamente fica impressionado com a riqueza e perfeição dos detalhes. É como viajar pelo mundo em alguns passos.
Castelo de Neuchwan- stein, Baviera, Alemanha.
Esta foto foi tirada próximo ao solo, da maquete que representa uma pequena cidade alemã. À primeira vista, se você não notar a pessoa ao fundo, pode pensar que a foto é de um lugar de verdade.
Igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto.
Usina do Gasômetro, Porto Alegre.
O Mini Mundo ainda conta com uma linda loja de souvenires, café e parque infantil. É uma atração imperdível, que está sempre em desenvolvimento, já era possível notar que preparavam novos espaços.
O Museu do Piano, em verdade, é uma loja da empresa Person Pianos, dedicada à restauração, compra e venda destes belíssimos instrumentos musicais. Na loja, há pequeno espaço para recitais corretamente denominado "Sala Mozart", alguns pianos à venda e outros que estão lá pelo prazer que seus proprietários sentem em mostrá-los às pessoas. A família Person conserva esta loja em Gramado, mas suas atividades econômicas estão principalmente em Porto Alegre.
A fachada.
Estas fotos são de uma pianola marca Kohler & Campbell, fabricada em Nova York em 1917, que funciona com pedal tal qual uma antiga máquina de costura. Seu rolo de composição, certamente é um dos primeiros "softwares" produzidos pelo homem.
Lindo, e raríssimo piano de cauda branco marca Plattner, que o senhor Person não deixa ninguém tocar.
A Aldeia do Papai Noel em verdade, é uma chácara de propriedade da família Knorr (a mesma que criou os caldos culinários com o mesmo nome). Consta que o casal de patriarcas viveu a maior parte de sua vida ali e, em determinado momento, a senhora Knorr já não podia mais se locomover, senão com cadeira de rodas. Então, seu marido resolveu dotar o lugar com passeios que facilitavam ao máximo o uso da cadeira. Não sou muito bom para escrever sobre fatos assim, mas nada mais é que uma linda história de amor e dedicação à companheira.
Quando os Knorr faleceram, o Grupo Varig adquiriu a área e a transformou num parque temático de Natal, onde, inclusive, há visitas periódicas de crianças carentes convidadas no Brasil inteiro pra conhecer a casa do bom velhinho no Brasil.
Esta é a entrada.
Esta é a Pirâmide de Natal. Trata-se de uma tradição alemã. Ela é feita para ser giratória e, ao girar, irradia bons sentimentos e espanta as calamidades. Dizem que foi essa tradição que deu origem às árvores de Natal.
Casa de Papai Noel, que em verdade, foi a residência dos Knorr. Todo o mobiliário dela é o que foi deixado pela tradicional família gramadense, com a decoração adequada à representação do Natal. É emocionante entrar ali, porque a decoração nos faz voltar à infância e em acreditar no bom velhinho. No interior dela é difícil fotografar, porque o flash é proibido, por isso, vou deixar apenas uma imagem do escritório do Papai Noel. Notem a antiga máquina de escrever e as cartas no chão.
A Aldeia ainda conta com um espaço para a exibição do vídeo que conta a sua história, renas de verdade, um quiosque dos desejos, mirantes para as vistas estonteantes da região à volta, passeios de charrete e até um espaço onde se pode experimentar a sensação da neve.
CLIQUE SOBRE AS FOTOS PARA AMPLIAR.
USO LIVRE NA INTERNET, CITADA A FONTE.
Na próxima semana eu encerro esta série com imagens urbanas de Gramado e alguma coisa sobre o Museu do Automóvel.
PS: As séries CADERNOS DE VIAGEM e IMAGENS DE CURITIBA vão compor uma nova página na internet, para que os leitores tenham as visitas facilitadas para revê-las. Imagens de Curitiba voltará após o fim desta série da SERRA GAÚCHA.
Mas para reforçar a vocação turística, Gramado ainda conta com atrações temáticas.
O Mini Mundo foi criado como atração de um hotel próximo a ele (aliás, um lindo hotel). É um conjunto de maquetes extremamente fiéis de prédios históricos do mundo inteiro. Quem curte arquitetura (como eu) certamente fica impressionado com a riqueza e perfeição dos detalhes. É como viajar pelo mundo em alguns passos.
Castelo de Neuchwan- stein, Baviera, Alemanha.
Esta foto foi tirada próximo ao solo, da maquete que representa uma pequena cidade alemã. À primeira vista, se você não notar a pessoa ao fundo, pode pensar que a foto é de um lugar de verdade.
Igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto.
Usina do Gasômetro, Porto Alegre.
O Mini Mundo ainda conta com uma linda loja de souvenires, café e parque infantil. É uma atração imperdível, que está sempre em desenvolvimento, já era possível notar que preparavam novos espaços.
O Museu do Piano, em verdade, é uma loja da empresa Person Pianos, dedicada à restauração, compra e venda destes belíssimos instrumentos musicais. Na loja, há pequeno espaço para recitais corretamente denominado "Sala Mozart", alguns pianos à venda e outros que estão lá pelo prazer que seus proprietários sentem em mostrá-los às pessoas. A família Person conserva esta loja em Gramado, mas suas atividades econômicas estão principalmente em Porto Alegre.
A fachada.
Estas fotos são de uma pianola marca Kohler & Campbell, fabricada em Nova York em 1917, que funciona com pedal tal qual uma antiga máquina de costura. Seu rolo de composição, certamente é um dos primeiros "softwares" produzidos pelo homem.
Lindo, e raríssimo piano de cauda branco marca Plattner, que o senhor Person não deixa ninguém tocar.
A Aldeia do Papai Noel em verdade, é uma chácara de propriedade da família Knorr (a mesma que criou os caldos culinários com o mesmo nome). Consta que o casal de patriarcas viveu a maior parte de sua vida ali e, em determinado momento, a senhora Knorr já não podia mais se locomover, senão com cadeira de rodas. Então, seu marido resolveu dotar o lugar com passeios que facilitavam ao máximo o uso da cadeira. Não sou muito bom para escrever sobre fatos assim, mas nada mais é que uma linda história de amor e dedicação à companheira.
Quando os Knorr faleceram, o Grupo Varig adquiriu a área e a transformou num parque temático de Natal, onde, inclusive, há visitas periódicas de crianças carentes convidadas no Brasil inteiro pra conhecer a casa do bom velhinho no Brasil.
Esta é a entrada.
Esta é a Pirâmide de Natal. Trata-se de uma tradição alemã. Ela é feita para ser giratória e, ao girar, irradia bons sentimentos e espanta as calamidades. Dizem que foi essa tradição que deu origem às árvores de Natal.
Casa de Papai Noel, que em verdade, foi a residência dos Knorr. Todo o mobiliário dela é o que foi deixado pela tradicional família gramadense, com a decoração adequada à representação do Natal. É emocionante entrar ali, porque a decoração nos faz voltar à infância e em acreditar no bom velhinho. No interior dela é difícil fotografar, porque o flash é proibido, por isso, vou deixar apenas uma imagem do escritório do Papai Noel. Notem a antiga máquina de escrever e as cartas no chão.
A Aldeia ainda conta com um espaço para a exibição do vídeo que conta a sua história, renas de verdade, um quiosque dos desejos, mirantes para as vistas estonteantes da região à volta, passeios de charrete e até um espaço onde se pode experimentar a sensação da neve.
CLIQUE SOBRE AS FOTOS PARA AMPLIAR.
USO LIVRE NA INTERNET, CITADA A FONTE.
Na próxima semana eu encerro esta série com imagens urbanas de Gramado e alguma coisa sobre o Museu do Automóvel.
PS: As séries CADERNOS DE VIAGEM e IMAGENS DE CURITIBA vão compor uma nova página na internet, para que os leitores tenham as visitas facilitadas para revê-las. Imagens de Curitiba voltará após o fim desta série da SERRA GAÚCHA.
4 de jul. de 2008
NADA É TÃO RUIM QUE NÃO POSSA FICAR PIOR
Tá no uol:
Severino Cavalcanti (PP) volta à cena política em Pernambuco com apoio de PT e PSB
Eu não faço oposição radical a ninguém, muito menos ao PT ou ao atual governo.
Mas notícias como esta, provam que o PT não é mais ético ou melhor que o PSDB ou o DEM, é tudo farinha do mesmo saco.
Aos partidos políticos brasileiro só importa o poder a qualquer custo, por mais que ele implique em beneficiar gente do quilate deste senhor, envolvido na névoa de casos escabrosos até hoje não totalmente esclarecidos, mas que não o impediram de renunciar ao seu cargo em Brasília, com medo confesso dos processos a que estaria sujeito.
Se vivêssemos num país onde a política fosse levada a sério, este senhor até conseguiria se candidatar. Mas não teria o apoio de partidos que se dizem éticos e historicamente comprometidos com tudo o que ele representa na história recente do país, ficaria restrito a um partido de oligarcas como é o PP.
O PT foi rigoroso ao tratar da aliança Frankenstein que o diretório de Belo Horizonte queria fazer com o PSDB, na qual o candidato do partido seria apoiado. Mas é leniente e incoerente ao apoiar este senhor que envergonhou o país inteiro ao ser o primeiro presidente da Câmara dos Deputados a renunciar ao cargo no seu exercício, para não enfrentar um processo de cassação.
E estendo todas essas críticas também ao PSB.
Severino Cavalcanti (PP) volta à cena política em Pernambuco com apoio de PT e PSB
Eu não faço oposição radical a ninguém, muito menos ao PT ou ao atual governo.
Mas notícias como esta, provam que o PT não é mais ético ou melhor que o PSDB ou o DEM, é tudo farinha do mesmo saco.
Aos partidos políticos brasileiro só importa o poder a qualquer custo, por mais que ele implique em beneficiar gente do quilate deste senhor, envolvido na névoa de casos escabrosos até hoje não totalmente esclarecidos, mas que não o impediram de renunciar ao seu cargo em Brasília, com medo confesso dos processos a que estaria sujeito.
Se vivêssemos num país onde a política fosse levada a sério, este senhor até conseguiria se candidatar. Mas não teria o apoio de partidos que se dizem éticos e historicamente comprometidos com tudo o que ele representa na história recente do país, ficaria restrito a um partido de oligarcas como é o PP.
O PT foi rigoroso ao tratar da aliança Frankenstein que o diretório de Belo Horizonte queria fazer com o PSDB, na qual o candidato do partido seria apoiado. Mas é leniente e incoerente ao apoiar este senhor que envergonhou o país inteiro ao ser o primeiro presidente da Câmara dos Deputados a renunciar ao cargo no seu exercício, para não enfrentar um processo de cassação.
E estendo todas essas críticas também ao PSB.
1 de jul. de 2008
SE BEBEU, PROIBIDO DIRIGIR
Tem muita gente dizendo que essa nova lei sobre o álcool ao volante é arbitrária.
Alguns alegam que é discriminatório porque, supostamente, um usuário de maconha, cocaína ou LSD não seria punido se pego dirigindo fora de condições, mas alguém que tivesse consumido um bombom de licor, sim.
Mas isso não procede. Usuários de droga são a minoria da minoria da população, o que significa que, em número, causam problemas infinitamente menores no trânsito, conquanto não menos graves. Mas se alguém é flagrado pego em condições assim, é encaminhado às autoridades do mesmo jeito e ao invés de responder pelo crime de que trata a nova Lei, responde pelo de tráfico ou uso de entorpecentes. Basta que o policial faça o encaminhamento, e o resultado será idêntico, talvez até pior para o drogado, de modo que não se sustenta essa comparação entre bombom de licor e maconha, usada para justificar o consumo de álcool seguido de direção.
O álcool é uma epidemia de proporções assustadoras, potencializada pela publicidade irresponsável que o associa à beleza, à inteligência e ao sucesso com o sexo oposto. Está comprovado que a idade em que os jovens iniciam o consumo é cada vez menor ao mesmo tempo em que a quantidade de viciados aumenta exponencialmente, viciados estes que certamente representam uma parcela relevante dos motoristas, o que não acontece com os usuários de droga que, repita-se, existem, representam um problema gravíssimo mas em números muito inferiores.
Associe esse consumo desenfreado de álcool, com e juventude e seus traços de personalidade naturalmente contestadores, exibicionistas e aversos à autoridade a um automóvel cuja publicidade é centrada no desempenho e o que temos? Milhões de vítimas anuais entre mortos, mutilados e feridos, prejuízos de ordem material, processos judiciais infindáveis e até a perda de capacidade de trabalho do país a um custo de BILHÕES de reais que não remediam absolutamente nada. O país perde, todos perdem, especialmente aqueles que têm seus entes queridos mortos por assassinos alcoolizados aos volantes, cujas estatísticas já comprovaram são,na imensa maioria, da faixa dos 18 a 25 anos.
A arbitrariedade não está nas letras da Lei, ela está dentro das pessoas. É óbvio que a Lei dá margem à corrupção policial, como, aliás, toda e qualquer Lei dá margem à corrupção de agentes administrativos. Achar que uma Lei não pode ser aplicada porque um ou outro agente administrativo vai corromper-se é desculpa esfarrapada de quem se acha mais importante que um todo social.
Esta Lei vai direto ao ponto, se não é possível proibir uma pessoa de beber, muito menos avaliar a quantidade de bebida que a torna perigosa no trânsito, assim, a proíbe de dirigir, multa e cassa-lhe a carteira se constata que bebeu e, se bebeu além de qualquer conta razoável, transforma em crime.
É justo, simples e direto. Quer beber, vá de táxi, de ônibus, de metrô, mas não dirija, não ponha em risco a vida de terceiros. O direito de ir e vir não é afetado, o de beber também não.
O ideal seria que esta Lei fosse complementada com a proibição da publicidade de álcool e com medidas acessórias, como a proibição de álcool em estádios de futebol, como já existe em outros países. O processo é idêntico ao existente contra o cigarro, e não menos relevante.
Mas o sintomático é que muita gente reclama que o governo não faz nada para resolver o caos da saúde. Mas quando faz, como é o caso desta Lei, desatam a dizer que ela é arbitrária, que vai prejudicar os donos de bar, que atenta contra a liberdade dos cidadãos.
É querer dizer que o problema é só com os outros.
Alguns alegam que é discriminatório porque, supostamente, um usuário de maconha, cocaína ou LSD não seria punido se pego dirigindo fora de condições, mas alguém que tivesse consumido um bombom de licor, sim.
Mas isso não procede. Usuários de droga são a minoria da minoria da população, o que significa que, em número, causam problemas infinitamente menores no trânsito, conquanto não menos graves. Mas se alguém é flagrado pego em condições assim, é encaminhado às autoridades do mesmo jeito e ao invés de responder pelo crime de que trata a nova Lei, responde pelo de tráfico ou uso de entorpecentes. Basta que o policial faça o encaminhamento, e o resultado será idêntico, talvez até pior para o drogado, de modo que não se sustenta essa comparação entre bombom de licor e maconha, usada para justificar o consumo de álcool seguido de direção.
O álcool é uma epidemia de proporções assustadoras, potencializada pela publicidade irresponsável que o associa à beleza, à inteligência e ao sucesso com o sexo oposto. Está comprovado que a idade em que os jovens iniciam o consumo é cada vez menor ao mesmo tempo em que a quantidade de viciados aumenta exponencialmente, viciados estes que certamente representam uma parcela relevante dos motoristas, o que não acontece com os usuários de droga que, repita-se, existem, representam um problema gravíssimo mas em números muito inferiores.
Associe esse consumo desenfreado de álcool, com e juventude e seus traços de personalidade naturalmente contestadores, exibicionistas e aversos à autoridade a um automóvel cuja publicidade é centrada no desempenho e o que temos? Milhões de vítimas anuais entre mortos, mutilados e feridos, prejuízos de ordem material, processos judiciais infindáveis e até a perda de capacidade de trabalho do país a um custo de BILHÕES de reais que não remediam absolutamente nada. O país perde, todos perdem, especialmente aqueles que têm seus entes queridos mortos por assassinos alcoolizados aos volantes, cujas estatísticas já comprovaram são,na imensa maioria, da faixa dos 18 a 25 anos.
A arbitrariedade não está nas letras da Lei, ela está dentro das pessoas. É óbvio que a Lei dá margem à corrupção policial, como, aliás, toda e qualquer Lei dá margem à corrupção de agentes administrativos. Achar que uma Lei não pode ser aplicada porque um ou outro agente administrativo vai corromper-se é desculpa esfarrapada de quem se acha mais importante que um todo social.
Esta Lei vai direto ao ponto, se não é possível proibir uma pessoa de beber, muito menos avaliar a quantidade de bebida que a torna perigosa no trânsito, assim, a proíbe de dirigir, multa e cassa-lhe a carteira se constata que bebeu e, se bebeu além de qualquer conta razoável, transforma em crime.
É justo, simples e direto. Quer beber, vá de táxi, de ônibus, de metrô, mas não dirija, não ponha em risco a vida de terceiros. O direito de ir e vir não é afetado, o de beber também não.
O ideal seria que esta Lei fosse complementada com a proibição da publicidade de álcool e com medidas acessórias, como a proibição de álcool em estádios de futebol, como já existe em outros países. O processo é idêntico ao existente contra o cigarro, e não menos relevante.
Mas o sintomático é que muita gente reclama que o governo não faz nada para resolver o caos da saúde. Mas quando faz, como é o caso desta Lei, desatam a dizer que ela é arbitrária, que vai prejudicar os donos de bar, que atenta contra a liberdade dos cidadãos.
É querer dizer que o problema é só com os outros.
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