26 de mar. de 2010

A HIPOCRISIA NA DESINCOMPATIBILIZAÇÃO


O Brasil experimenta uma série de pequenas hipocrisias, uma delas é a de acreditar que elege governadores, prefeitos, deputados e vereadores para mandatos de 4 anos e senadores para 8.

Se no próximo dia 31 o governador do Paraná, Roberto Requião, se desincompatibilizar, terá encerrado o seu terceiro mandato no Palácio Iguaçú completando apenas 10 anos e 6 meses de exercício, quando foi eleito para cumprir 12. Saiu mais cedo em 1998 e deve sair mais cedo agora em 2010 para concorrer ao Senado.

O prefeito de Curitiba, Beto Richa, também deve renunciar para concorrer ao governo estadual. Foi reeleito em 2008 e cumpriu 1 ano e 3 meses do seu segundo mandato, repetindo feito de José Serra e sendo seguido pelo prefeito de Porto Alegre, José Fogaça e por dezenas de prefeitos e governadores pelo Brasil afora, de todos os partidos.

E quantos deputados e vereadores se elegem e tão logo assumem o cargo pedem licença para assumirem ministérios, secretarias ou cargos de comissão? Não vivemos um regime parlamentarista que justifique isto, pelo contrário, essa prática é um acinte, uma desvalia à vontade expressada nas urnas.

Ainda bem que esse fato lamentável não tem ocorrido na prática com o cargo de presidente da república, embora seja possivel pela lei em vigor.

Sinceramente, detesto esse carreirismo.

Tive a sorte de votar em Jaime Lerner por duas vezes ao governo do estado, e a satisfação de vê-lo encerrar seus mandatos na íntegra, exatamente a mesma coisa que ele fez quando eleito prefeito de Curitiba. Pode ser pouco, mas foi um bom exemplo, e ele saiu da vida pública quando entendeu que seu dever estava cumprido.

Esse desapego ao cargo público em prol da carreira pública é, acredite leitor, uma das razões das péssimas praticas administrativas brasileiras, na exata medida em que impõe provisoriedade a algo que deve ser certo e bem determinado.

4 comentários:

  1. Se não estiver enganado, o ex-prefeito do Rio César Maia também foi até o fim de todos os seus não sei quantos mandatos na prefeitura carioca! Não será isso que o eleitor realmente quer ?

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  2. Olha Fábio, o Brasil dará um passo e tanto para a frente se o carreirismo na política acabar mas, como é impossível...

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  3. Pessoas apegadas a ideologias de partido e com ambição política, a meu ver, NUNCA deveriam assumir um cargo como uma autoridade pública.

    A experiência mostra que isso não funciona. Eles nunca fazem uma boa administração, nem sequer fazem uma administração que se possa chamar de... 'regular'.

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  4. Nem sei o que dizer sobre. Porque no Brasil as coisas funcionam ao contrario. Eu poderia sugerir que eles continuassem no poder e se candidatassem a qualquer coisa, mas ai eles usariam o dinheiro publico. Nao falar de Brasil, sinto muito, nao tenho essa capacidade

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