20 de jun. de 2007

PARTE III - CONCLUSÃO

CONCLUSÃO

O contexto social gera condições de uso e interpretação dessas expressões, que não fariam sentido em uma sociedade totalmente livre do racismo.
Essas expressões penetram em nossa cultura e pensamentos, muitas vezes de forma inconsciente. A presença da figura do branco como opressor se faz forte na língua, e o negro não consegue escapar das armadilhas da linguagem.

Essas expressões provavelmente continuarão a serem usadas por um bom tempo , pois são fruto da tradição oral brasileira e herança de um passado colonialista que não pode ser mudado. Cabe às futuras gerações conscientizarem-se do racismo embutido nesses ditados e pararem de usá-los.

O negro está começando a rejeitar o conceito da “alma branca”, unindo-se contra as injustiças e reivindicando tratamento justo, que é seu de direito previsto na constituição. Estão ascendendo socialmente, na vida política e cultural brasileira, no papel de ministros, deputados, governadores e protagonistas de novelas, filmes e seriados.

Espera-se que no futuro os provérbios, e ditados populares enalteçam as qualidades e a importância na sociedade da cultura dos negros e o orgulho da raça, seguindo o exemplo dessa música de Gilberto Gil composta em 1984, “A mão da limpeza”.

“O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê

Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro penava, ê

Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza

Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza”

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