7 de ago. de 2010

EU ACREDITO NAS PESQUISAS

À cada divulgação de pesquisa eleitoral, qualquer que seja o resultado acontece o fenômeno da sua desclassificação.

Alguns dizem que a amostragem é insuficiente, outros dizem que a metodologia não é clara, outros, ainda, afirmam que se trata de resultado encomendado e não raro ouvimos alguém perguntar se conhece alguém que já tenha respondido pesquisas. E isso, óbvio, sempre parte de quem está atrás nos números.

Eu já respondi várias pesquisas eleitorais, não menos que 10 vezes para o IBOPE, o Gallup, o DataFolha e entidades de pesquisas regionais. E moro em Rio Branco do Sul na região metropolitana de Curitiba, lugar que há quase 20 anos não consegue eleger um prefeito que complete 1461 dias de mandato, ou seja, 4 anos completos.

E penso que as pesquisas patrocinadas pelos grandes institutos nacionais são sérias, embora toda pesquisa deva ser analisada em conformidade com o momento em que tenha sido feita e a margem de erro, sempre lembrando que a única pesquisa efetivamente relevante é a das urnas.

Como toda sexta-feira é dia de pesquisa daqui até outubro, vamos cansar de ouvir acusações de compra de institutos, favorecimentos e direcionamentos de resultados. Mas as pessoas esquecem que se considerarmos a colocação dos candidatos nos pleitos das últimas eleições majoritárias, as pesquisas quase sempre acertaram, embora o percentual possa ter sido diferente por uma simples razão: o eleitor tem o direito de mudar o voto até aquele momento de apertar o botão verde da urna eletrônica!

É certo, porém, que com uma população desinteressada de política e afeita a transformar quase tudo em partida de futebol. As pesquisas acabam fortalecendo (mas pouco) a parte que aparece na sua dianteira. Existe uma parcela relevante do eleitorado que vota para ganhar a eleição, aquele bando de retardados que acha que perde o voto se seu candidato for derrotado, aquela gente que, sim, é responsável pelo atraso do Brasil na exata medida em que não sabe votar e escolhe sempre os piores, os mais incapazes e os mais desonestos.

Mas isso é outro assunto, guarda relação com a péssima situação da educação e da cultura no Brasil.

6 de ago. de 2010

“O Lula quase me derrotou e agora derruba o Osmar”.
Declaração do senhor Roberto Requião do Mello e Silva, que apóia Dilma Roussef para a presidência e está em todos os palanques do presidente Lula no Paraná. Veja mais sobre isso aqui.

DEBATE MORNO

Assisti 4 blocos do debate de ontem e sinceramente, não vi absolutamente nada que pudesse influenciar meu voto ou qualquer coisa que pudesse alterar os rumos da eleição presidencial.

Se Dilma gaguejava, Serra parecia desligado(em alguns momentos chegou a pedir por três vezes o nome do programa Luz para Todos para comentá-lo). Gaguejar e ter lapsos de memória não tira votos de ninguém, não adianta forçar a barra, até porque, quando deram respostas sobre os assuntos, ambos apresentaram dados e opiniões e o mais engraçado de tudo é que quase sempre concordaram nas questões de fundo, que são uma verdadeira praga em debates, porque tratando delas, não se fazem propostas específicas para absolutamente nada.


EDUCAÇÃO:


Dilma Roussef defendeu acabar com a progressão automática do ensino, ou seja, a aprovação de crianças de uma série para a outra sem provas e avaliações. Marina Silva afirmou que o Brasil está 30 anos atrás do Chile em processos educacionais e defendeu investimento mínimo de 7% do PIB na pasta como sendo "política social de terceira geração", embora não tenha explicado o termo. José Serra afirmou que o governo federal retirou verba das APAES, relativas ao ensino de deficientes, por serem elas entidades privadas. Plínio Sampaio limitou-se a afirmar que educação é problema relativo à distribuição de renda.

SAÚDE:

José Serra defendeu a união de oposição e situação em questões relacionadas à saúde e soube capitalizar o fato de ter conseguido avanços legislativos na área quando era senador. Também criticou a extinção de "mutirões de saúde" pelo atual governo. Dilma Roussef defendeu uma nova organização para o SUS com o aumento exponencial de unidades de saúde emergencial e outras de tratamento e diagnóstico clínico. Marina Silva afirmou que saúde também guarda relação com educação. Plínio Sampaio não teve destaque nesse assunto.

SEGURANÇA PÚBLICA:

Plínio Sampaio afirmou que o problema da segurança decorre da distribuição desigual de renda, mas não apresentou propostas. Marina Silva, disse que decorre do "adoecimento da juventude", mas não teceu maiores considerações. José Serra pouco comentou sobre o assunto e Dilma Roussef trabalhou com 3 questões a) agir com autoridade; b) reforçar o controle de fronteiras; c) expandir o programa de polícia pacificadora do Rio de Janeiro.

INFRA-ESTRUTURA E EMPREGOS:

José Serra foi enfático ao dizer que o programa de investimentos federais é insuficiente e que boa parte dos empregos criados nos últimos 8 anos deve-se a investimentos estaduais, como os de SP e MG. Dilma Roussef afirmou que políticas de crédito, de distribuição de renda e de promoção de investimentos foram fortes nos anos Lula. Marina Silva pouco disse sobre o assunto. Plínio Sampaio afirmou que os demais usam de um discurso gerencial de "bom mocismo" que não muda nada no país, deixando claro que defende a reduçao linear da carga horária de trabalho para gerar mais renda e empregos.

REFORMA AGRÁRIA:

Plínio Sampaio afirmou que o governo Lula promoveu menos reforma agrária que o de Fernando Henrique Cardoso e defendeu a invasão de terras como forma de pressionar o INCRA.

IMPOSTOS, JUROS:

Ninguém defendeu reforma tributária. José Serra declarou-se preocupado com o aumento da despesa pública e a pressão que isso faz sobre os juros que, no Brasil, ainda são os mais altos do mundo. Dilma Roussef afirmou que a relação dívida pública X PIB caiu de quase 50% para 30% em 8 anos e que isso garante que no médio prazo seja possivel atacar o problema dos juros. Plínio reclamou que gasta-se 40 vezes mais para o pagamento de juros do que para o Bolsa-Familia.


Foi um debate fraco. Eu gostaria de ao menos uma vez ver um candidato à presidência ousando em propostas, como, por exemplo, reconhecer que boa parte do problema de segurança pública se dá pela facilidade da entrada de jovens no mundo das drogas em face da leniência que existe no Brasil em favor da publicidade e do consumo de álcool pela juventude. Mas não, todo mundo diz que a saúde é prioridade, que a educação é prioridade e que a segurança pública é prioridade, mas ninguém fala de medidas específicas.

Os militantes do Serra dirão que ele venceu o debate. Os de Dilma dirão que a vencedora foi ela. Quem milita por Marina saiu com a impressão de que ninguém queria ouvi-la e os adeptos de Plínio Sampaio descobriram que seu candidato seria forte... na eleição presidencial de 1960!

3 de ago. de 2010

PUBLICIDADE INFANTIL: NÃO!

MANIFESTO pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica dirigida ao público infantil

Em defesa dos diretos da infância, da Justiça e da construção de um futuro mais solidário e sustentável para a sociedade brasileira, pessoas, organizações e entidades abaixo assinadas reafirmam a importância da proteção da criança frente aos apelos mercadológicos e pedem o fim das mensagens publicitárias dirigidas ao público infantil.

A criança é hipervulnerável. Ainda está em processo de desenvolvimento bio-físico e psíquico. Por isso, não possui a totalidade das habilidades necessárias para o desempenho de uma adequada interpretação crítica dos inúmeros apelos mercadológicos que lhe são especialmente dirigidos.

Consideramos que a publicidade de produtos e serviços dirigidos à criança deveria ser voltada aos seus pais ou responsáveis, estes sim, com condições muito mais favoráveis de análise e discernimento. Acreditamos que a utilização da criança como meio para a venda de qualquer produto ou serviço constitui prática antiética e abusiva, principalmente quando se sabe que 27 milhões de crianças brasileiras vivem em condição de miséria e dificilmente têm atendidos os desejos despertados pelo marketing.

A publicidade voltada à criança contribui para a disseminação de valores materialistas e para o aumento de problemas sociais como a obesidade infantil, erotização precoce, estresse familiar, violência pela apropriação indevida de produtos caros e alcoolismo precoce.

Acreditamos que o fim da publicidade dirigida ao público infantil será um marco importante na história de um país que quer honrar suas crianças.

Por tudo isso, pedimos, respeitosamente, àqueles que representam os Poderes da Nação que se comprometam com a infância brasileira e efetivamente promovam o fim da publicidade e da comunicação mercadológica voltada ao público menor de 12 anos de idade.

Para assinar o manifesto, acesse este site AQUI.

PS.: Este blogueiro também defende a proibição total da publicidade de TV, rádio e internet (salvo em canais para adultos, acessados mediante senha) para bebidas alcoólicas, especialmente quando associadas à alegria, ao sucesso com o sexo oposto, à inteligência ou ao alto desempenho esportivo. A pior das drogas que atinge o jovem brasileiro é o álcool e mais especificamente, a cerveja, cujo consumo tolerado por menores de idade os encoraja a experimentar drogas mais fortes. Trata-se de outro aspecto do mesmo problema, a publicidade que busca atingir o público jovem, com intelecto ainda em formação.

2 de ago. de 2010

JOSÉ SERRA É FRANCO-ATIRADOR

José Serra esteve no segundo turno em 2002, foi quotado como o favorito entre os tucanos para as eleições em 2006 e agora, em 2010, encontra-se em segundo lugar, com algo entre 30 e 39% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas.

É hoje, o que Lula foi na década de 90, um candidato forte nas pesquisas mas não necessariamente vencedor nas eleições. A diferença é que Lula jamais abdicou da candidatura à presidência (até porque o PT não tinha outro candidato para isso) e Serra preferiu garantir-se como governador de São Paulo em 2006.

Em 2010 Serra é franco-atirador.

Em vista dos índices de popularidade do presidente, já se sabia que o quadro das pesquisas antes do lançamento da candidatura da situação era irreal, e que qualquer pessoa apoiada por Lula facilmente seria favorita na disputa, o que está acontecendo.

Mesmo assim, José Serra resolveu enfrentar o lulismo e abdicar de uma reeleição tranquila em São Paulo.

Ele padece da péssima lembrança que os brasileiros têm do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, onde as altas taxas de juros, a paralisia econômica e as privatizações feitas na marra e ao custo de aumentos constantes de tarifas deixaram impressões amargas no eleitorado.

Mesmo assim conseguiu manter aspectos favoráveis em vista de sua boa atuação como ministro, especialmente da saúde.

E depois foi bom governador de São Paulo, estado que naturalmente garante a maior parte do seu eleitorado cativo.

É inegável que é mais preparado política e administrativamente para o cargo do que sua principal adversária, embora ela também tenha sido boa ministra e não seja o monstro radical pintado por alguns.

A questão é que sua preparação deu-se a ferro e fogo, dentro de um governo impopular e depois abdicando da prefeitura de São Paulo para disputar o governo do estado, em um contexto em que faltavam candidatos a tanto para o PSDB.

É bom candidato. Mas não se surpreenda o leitor se não estiver novamente na urna eletrônica em 2014, tentando novamente. Em 2010 esta díficil, embora só com a campanha de TV o quadro vá se estabilizar.

30 de jul. de 2010

QUEM CORTOU RELAÇÕES COM A COLÔMBIA: AS FARC OU A VENEZUELA?

Fico admirado com a demagogia em torno desse caso criado por Hugo Chaves com a Colômbia.

A Venezuela teve seu território violado por forças armadas irregulares e seu presidente nada fez sobre isso, não mandou um pelotão de soldados sequer para fazer reconhecimento da situação, embora admita que os inimigos estão lá...

Daí, numa visita oficial do Maradona(?), Chaves corta relações com a Colômbia.

E ao invés das discussões da UNASUL se darem em termos de reatar as relações, preferem discutir o que a Colômbia deve fazer em relação às FARC?

Oras, a Colômbia gasta bilhões de dólares por ano para combater as FARC, que matam, sequestram e traficam por suposta ideologia, mas na prática, apenas para tomar o poder e instalar uma ditadura a beneficiar apenas seus líderes e a Colômbia deve transigir para agradar ideólogos como Chaves, Corrêa e Lula, que não sabem como é viver em cativeiro?

Porque não perguntam para Ingrid Betancourt como era agradável viver com as FARC?

Álvaro Uribe coberto de razão ao criticar a postura do presidente Lula, que tratou da questão em tom de bravata, com se as FARC fossem um partido político banido de seu país e não um grupo cujos atentados já mataram milhares de pessoas inocentes, e cuja atuação renegou outros milhões à pobreza extrema que apenas o combate franco e sem tréguas à elas amenizou nos últimos 8 anos.

Essa questão deveria ser tratada de modo pontual:

A Venezuela certamente não quer as FARC em seu território. A Colômbia às quer presas. Logo, a Venezuela força as FARC para voltarem à Colômbia e na Colômbia, continua o combate à elas. Simples! E as relações entre os dois países voltam à normalidade sem necessidade de reforçar polícia de aduanas, porque o inimigo comum está embrenhado na floresta.

27 de jul. de 2010

URIBE ESTÁ CERTO

Antes leia AQUI.
De repente a Venezuela corta relações com a Colômbia e um monte de gente acorre à UNASUL para tratar de um "acordo de paz".

Mas ao invés de tratar de termos para o reatamento de relações entre os dois países, sugere-se para a Colômbia afrouxar suas relações com os terroristas das FARC.

Isso porque a Venezuela cortou relações unilateralmente negando abrigar os terroristas em seu território, mesmo admitindo que eles estão lá e nada fazendo garantir sua soberania, afinal, as FARC são forças armadas irregulares! Pois bem. Chaves foi rápido ao fechar fronteiras e colocar de prontidão suas tropas por entender que a Colômbia quer violar sua soberania. Mas as FARC violaram a soberania da Venezuela e ele não foi capaz de mandar um pelotão de soldados para tratar disso.

A Colômbia jamais atacaria a Venezuela, salvo nos delírios de Hugo Chaves.

Mas as FARC são uma ameaça à Colômbia e agora, se preparam para ameaçar também a Venezuela.

Uribe está certo. Nada de afrouxar a corda para terroristas, eles tem mais é que serem combatidos, presos e julgados. E se assim não quiserem, que sejam mortos!

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...