2 de mar. de 2010

A HIPOCRISIA QUE MATA


O prefeito aqui de Rio Branco do Sul foi assassinado ontem, praticamente à luz do dia, na principal rua da cidade.

Aqui, o telefone de emergência da PM, o 190, simplesmente não funciona. Quando existe algum problema é preciso ligar para o batalhão da polícia em São José dos Pinhais, que informa um terceiro número, da corporação em Almirante Tamandaré, para que deste, seja a ligação conectada ao 190.

E de duas semanas para cá, não é mais possivel fazer isso, porque simplesmente ninguém atende em Almirante Tamandaré, e não adianta fazer reclamações para a ouvidoria, porque não se tomam providências.

Se no desespero de alguma emergência alguém ligar para a Delegacia de Polícia Civil, ouvirá em alto e bom som da pessoa que atender que o policiamento ostensivo é função da PM e que não é possivel à Civil fazer contato com ela. Foi assim que me atenderam em um caso de desordem aqui em frente de casa, um dia desses.

Nos últimos 7 anos, 3 prefeitos foram assassinados no estado do Paraná, todos em condições muito parecidas com a morte do mandatário de Rio Branco do Sul.

E os índices de homicídios, latrocínios, roubos, furtos e demais crimes cresceram exponencialmente, sendo que o efetivo da Polícia Militar diminuiu. Hoje, a PM do Paraná conta com o mesmo número de policiais ativos que tinha na década de 80.

No entanto, as autoridades municipais daqui discursaram hoje, dizendo que o povo de Rio Branco do Sul não aguenta mais a insegurança e a violência.

Mas esquecem estas autoridades que elas mesmas apóiam incondicionalmente, sem a mínima coragem em criticar o governo do Sr. Roberto Requião de Mello e Silva, que é o responsável direto pela falta de policiamento ostensivo e pelo caos instalado na segurança pública do estado. Mais do que isso, apóiam deputados ruins, que estão sempre na situação qualquer que seja o governo, e que jamais ousam contrariar o governador do estado, seja ele quem for, mas especialmente o irascível Requião.

Nunca vi nenhum destes indivíduos (prefeito falecido, prefeito empossado hoje, vereadores, secretários, etc...) reclamar com Requião da absoluta falta de policiamento em Rio Branco do Sul. Pelo contrário, quando o governador aparece na cidade, é recebido com tapete vermelho e mesuras, e à ele fazem acreditar que graças ao governo estadual, a cidade é um paraíso.

É a hipocrisia que rouba o sono das pessoas honestas, porque os arruaceiros gostam de tocar música alta na rua a qualquer hora do dia ou da noite. A mesma hipocrisia que possibilita assaltos à bancos e estabelecimentos comerciais, que possibilita o vandalismo contra bens públicos e privados, pixados e quebrados na calada da noite.

Agora essa hipocrisia matou um prefeito. E ainda assim, o discurso continua igual.

7 comentários:

  1. Triste a situação de quem precisa de uma emergência policial nesta cidade. Fica evidente que, certos governantes, só darão o devido valor a um caso quando a tragédia ocorrer com um membro familiar deles. Triste, mas é uma realidade.

    Ainda penso no assunto da Copa do Mundo nos Estados, com uma segurança tão atrasada e precária quanto essa.

    Aqui em PE, o gov. Eduardo Campos criou o Pacto pela Vida", um programa de segurança que incentiva e remunera policiais em serviço. E ele vive comemoramdo cada um décimo do índice de violência que diminui a cada ano.

    Está longe ainda de acabar, mas...

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  2. Neto,

    No PR parece que o governador se orgulha dos péssimos índices de criminalidade.

    Ele vive dizendo que o PR tem a melhor segurança pública do país, a polícia mais bem equipada e o secretário mais eficiente... mas os números e o noticiário dizem o contrário.

    Se em PE as coisas estão melhorando, mesmo em décimos de percentual, devemos mais é aplaudir, pelo menos existe algum trabalho que aceita que o problema existe.

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  3. Fábio, com muita tristeza li seu post e ouvi ontem, na Record, uma reportagem mostrando que Curitiba, nos dois primeiros meses de 2010, apresentou um índice de homícidios bem superior aos do Rio de Janeiro e São Paulo, cidades bem maiores e notóriamente mais violentas.

    Enfim... fico triste ao constatar que a violência se espalha que nem um câncer pelo Brasil afora e ninguém, mas ninguém mesmo, sabe como lidar com isso ou sequer tem interesse e capacidade para dar um basta nessa situação.

    Não existe nenhuma política de segurança a nível federal (o grande calcanhar de Aquiles do governo Lula) e os estados tomam medidas pontuais, nem sempre com bons resultados.

    Agora, dinheiro para comprar viaturas policiais todo ano existe. Bem como os palanques armados pelos prefeitos para receber tais mimos...

    Vamos de mal a pior, meu caro e, continuando nesse desgoverno geral, a bandidagem vai começar a eliminar políticos de nível estadual e federal.

    Aí pode ser que essa gente tome alguma providência!

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  4. Eu fiquei a madrugada de sexta-feira última tentando ligar para o 190. O zero oitocentos da Coelba atendeu e agendou mais rápido, e deu número de protocolo e horário de antendimento, e o 190 não atendeu nenhuma das ligações no mesmo período. Eu no telefone celular para Coelba, e minha esposa no fixo para o 190...

    Não é só ai não! Mas, não consola, nem resolve saber que vivemos em pontos geográficos distantes e experiementamos a mesma realidade.

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  5. No começo do ano fiquei uns dias em Leopoldina. Uma cidade antes calma. Com a invasão dos morros cariocas muitos então se refugiam em cidades pequenas. Foi triste ver as casas cheias de grade e o medo da população.
    Adão Braga relatou a violência onde mora... http://www.holistica.com.br/artigo1/?p=431
    Costumo dizer que SEGURANÇA nem devia constar em nosso dicionário!
    Forte abraço!

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  6. Alguma vez o Requião esteve dentro da casinha? Não quero defendê-lo, mas violência é um grande problema crônico neste país continental. Aqui se morre, aqui se mata, aqui criminoso não vai para a cadeia. E quando vai a justiça com jota pequeno manda soltar. Aqui em Porto Alegre o ex vice prefeito e ex secretário da saúde da cidade, Eliseu Santos foi morto na sexta feira por assaltantes de carro. Mas uma coisa é certa, ele morreu porque reagiu. Um conselho para quem tiver o azar (que muitas vezes pode sim ser evitado) de ser assaltado, não reaja.

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  7. Carlos,

    A questão é que esse prefeito (péssimo,aliás) que morreu, bem como seus secretários e os vereadores NUNCA requisitaram para Requião o reforço policial no município.

    E quando Requião passa por aqui, eles limpam a cidade, pintam os meio-fios e não se atrevem a dizer para o senhor governador, que a coisa aqui tá preta em matéria se segurança, pelo contrário, tentam demonstrar que isso aqui é um paraíso.

    A crítica é esta. Escondem do governador algo que ele mesmo não quer admitir.

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