Assim como era cedo, há 1 ano, comemorar o primeiro lugar folgado do governador de São Paulo na corrida presidencial, ainda é cedo para comemorar o empate técnico dele com a ministra nas pesquisas da semana passada.
Também não compartilho do entusiasmo de alguns blogueiros com o resultado da eleição chilena, onde a presidente Michele Bachelet, extremamente popular, não conseguiu eleger seu sucessor por não conseguir transformar essa popularidade em votos.
Nem Serra, nem Dilma têm o que comemorar nesse momento, pelo contrário, devem se preocupar é em organizar suas candidaturas.
Nestas eleições de 2010 todos os candidatos viáveis que se apresentam são de esquerda (Serra, Dilma, Marina Silva e Ciro Gomes). Seus discursos são parecidos a ponto de ninguém defender a reforma radical do Estado excessivamente paternalista e ineficiente. Logo, os programas e problemas eleitorais são semelhantes. Também está claro que quem quer que seja eleito, precisará do PMDB para governar, salvo se o resultado da eleição para o Congresso Nacional seja surpreendente, minguando o "coringa parlamentar" que ele é, o que duvido.
José Serra mantém os índices altos porque já foi candidato à presidência, é conhecido do público e faz um bom governo em São Paulo, onde vence todas as pesquisas. Mas não podemos esquecer que o presidente Lula entrou em duas eleições (l994 e 1998) como favorito por ser conhecido do público, e não venceu. É sabido também que enquanto o governador de Minas Gerais, Aécio Neves não decidir seu papel nestas eleições, o quadro não ficará estável.
Já a ministra Dilma Roussef emplacou nas pesquisas porque está em campanha aberta ao lado do presidente Lula, num contexto em que a oposição não tem meios de demonstrar suas idiossincrasias. Hoje, se a oposição usar a munição que tem contra a ministra, ficará a nítida impressão de atacar o presidente Lula e o seu governo. Ficaria a impressão de brigar com Lula, que é popular, e não com Dilma. Quando o horário eleitoral gratuito de TV e rádio começar, a situação pode mudar, será candidato X candidato, e os ataques terão alvo determinado. Dilma também terá o problema do vice, que certamente virá do PMDB. Qual o efeito em campanha de Dilma numa chapa com alguém ligado intimamente a, por exemplo, José Sarney?
As pesquisas dão uma imagem do momento, mas elas não são capazes de prever o que poder acontecer no calor de uma campanha, ou os efeitos das variáveis do processo.
Em 1989, o clima emocional levou a verdadeiras gangorras entre Collor, Brizola e Lula, com espasmos em favor de Afif Domingues e uma virada de mesa em favor de Silvio Santos. Se o segundo turno tivesse ocorrido duas semanas depois, é provável que Collor sequer seria eleito. E penso que, dada a tentativa de mitificação e endeusamento do presidente Lula, por meio de cinema, literatura e publicidade, uma campanha emocional não está descartada para 2010.
Fábio,concordo que ainda é cedo. E ainda mais nas pesquisas Vox Populi e SEnsus que sempre erraram a favor do governo. Prefiro esperar o Ibope e Data Folha. Veja no blog do Coronel, a denúncia sobre a os dois Institutos, questionando a forma e a o padrão de amostragem da ultima pesquisa.É de coçar a cabeça...
ResponderExcluirObrigado pelas palavras de apoio. Os cães, sempre foram os verdadeiros amigos do homem. Já tive também 7 cães na minha vida.Ainda tenho um comigo e sexta-feira vou ter um filhotinho para preencher o vazio que o Ralf deixou. É que com a idade a gente vai ficando mis sensível, não é?Esse cão era minha sombra.Morreu praticamente nos meus braços e isto dói.
...Ficaria a impressão de brigar com Lula, que é popular, e não com Dilma.
ResponderExcluirComo frisou, eu creio que este é o motivo porque Serra não se apresenta antecipadamente como candidato. Ele não quer confrontar-se com Lula. Quer com Dilma. Ele crê nessas possibilidades, se seu histórico e experiência for comparado ao dela, e está certo. Nesse contexto, ele terá chances. E ainda mais se Aécio aceitar e definir-se como vice dele (que eu acho que é o que ocorrerá!).
Se a campanha de 2010 for decidida em bases emocionais, Lula e sua candidata ganham. Se for mais racional, eles terão mais possibilidades. Ciro Gomes se decidiu a ser candidato mas, na verdade, apenas para atrasar o Serra.
Eu, particularmente, não sou afeito a nenhum deles.
Neto,
ResponderExcluirEu já penso que uma eleição em bases emocionais é uma incógnita, mesmo com o fenômeno Lula.
Seja como for, sigo meus preconceitos: PT, PSOL, PSTU, "Esquerdas", comunistas, terroristas, não quero nem saber... nunca votei, e se só existir comunistas para serem votados, NÃO VOTO.
ResponderExcluirE não penso que é cedo para as pesquisas. As pesquisas de agora são encomendadas com certo propósito, e para estes propósitos não é cedo.
Voce consegue listar algum item existente no Brasil que foi planejato e implantado pelo PT e pelo governo Lula?
Sem dúvida alguma, é cedo ainda para comemorações. Eu, sinceramente não morro de amores por partido ditos de esquerda socialista. São na medida que agem na distribuição de migalhas aos menos favorecidos mas, por outro lado, se esbaldam nas beneses que o capitalismo propicia. Gostei da gestão do Serra quando ministro da saúde e sigo com ele, por enquanto.
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