19 de jan. de 2010

INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA ROUBADAS



Esse texto linkado demonstra que as políticas públicas para evitar a gravidez precoce são insuficientes, especialmente nas camadas mais pobres da população.

Aqui na frente da minha casa existe uma praça. Nela, praticamente todos os dias há meninas e 12 a 16 anos se esfregando em garotos e homens de 12 a 30 anos. Estes, os mais velhos, sempre munidos de muita cerveja, carros de som que ficam atormentando as pessoas as vezes até de madrugada com funk, axé e sertanejo em volume altíssimo e, claro, drogas.

Já denunciei formalmente por ofício para a Policia Militar, o Ministério Público, a Câmara de Vereadores e o Conselho Tutelar. Mas até hoje, ninguém foi preso, e as mesmas meninas (e outros garotos menores também) continuam ali, incomodando vizinhança com berreiro, exibicionismo, som alto e cacos de garrafas que eles mesmos quebram e jogam por todos os lados. Menores de idade nas ruas de madrugada, e não há um pai que se preocupe com isso, até porque esses pais preferem os rebentos longe de casa, onde incomodam menos e não dão o trabalho de educar.

Polícia Militar faz o que pode e dela não reclamo, porque sempre que consigo contactá-la ela comparece acaba com a baderna, mas não prende ninguém porque para fazer isso precisaria de caminhões inteiros para acondicionar os marginais e menores que se concentram ali.

Câmara de Vereadores, já me convenci, é um órgão inútil, não serve para nada e tanto é assim, que dia desses tinha até vereador na farra com menininhas.

E Conselho Tutelar? Este órgão INÚTIL criado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, virou um cabide de emprego para a maioria dos "conselheiros" que nada fazem, nada decidem e não praticam uma única ação efetiva de proteção dos menores. São meros despachantes a devolver pequenos marginais para suas famílias omissas.

Sobraria o Ministério Público, mas aqui onde vivo não moram promotores. Ao final do expediente eles partem para algum bairro chique de Curitiba onde a realidade que deveriam conhecer (e buscar consertar) não lhes atinge. Vivem num mundo de fadas de altos salários, ignorando completamente o que se passa do lado de fora do fórum nos lugares mais afastados das regiões de classe média alta em que vivem.

Uma combinação perversa, de pais omissos (e criminosos), filhos mal-educados e sem freios morais, autoridades incompetentes e demagógicas e um meio que incentiva ao sexo, basta ouvir qualquer letra de funk, axé ou sertanejo universitario para constatar isso, ou será que "beber, cair e levantar" é um bom exemplo para quem quer que seja?

Estas meninas não engravidam apenas por falta de informação, nem por falta de camisinhas. Elas engravidam porque as vezes estão bêbadas ou drogadas e são estupradas. Elas engravidam porque no meio da "farra" institucionalizada não há tempo de pensar em prevenção, que dizer com homens que promovem de caso pensado uma situação em que podem se aproveitar.

O problema da gravidez precoce é de saúde pública, mas também é de segurança. E se as autoridades não agirem de modo efetivo, coisa que não fazem, não há distribuição de camisinha que vá diminuir os índices vergonhosos que o Brasil ostenta nesse quesito.

2 comentários:

  1. Concordo integralmente com tudo que disse.

    Eu sou totalmente contra pais relapsos e omissos que não assumem a responsabilidade na educação de seus filhos e os 'largam' para professores, vizinhos, 'amigos' e o mundo os criar (sim, existem pessoas assim e eu conheço!). Pais permissivos e sem firmeza, que à título de 'seguir a moda' deixam seus filhos fazerem o que querem e usarem e abusarem das coisas.

    Pode quem quiser me chamar de pai antiquado, quadrado ou severo, eu não me importo. No entanto, meus filhos me conhecem muito bem. Em casa, ou fora dela, eu construo e acredito sempre no diálogo com eles e na verdade. Minha forma de educar não deixa margens para erros, para suspeitas ou dúvidas. Sou bem claro com eles, e digo-lhes a verdade sempre, mesmo que eles não as gostem de ouvir.

    Aqui em casa, somos todos felizes. Apesar de serem novos (um tem 11 e a outra tem 9), eu nunca digo para eles nada que eles não tenham ainda despertado a curiosidade para saber, mas quando perguntam nunca os deixo sem resposta. Graças a meu modo de educá-los, eles são inteligentes o suficiente para entender que eu não sou um pai autoritário. Sou um pai que tem autoridade. E isso é tudo que importa para que els não 'se percam'.

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  2. Sua explanação a respeito do assunto é um reflexo dos indices da educação brasileira divulgada ontem. Ninguém está aí prá nada, a não ser uma pequena minoria conciente.

    Abraços

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