6 de jul. de 2010

A CORVETA BARROSO E A MARINHA DO BRASIL



A corveta Barroso é uma evolução das corvetas classe Inhaúma que equipam a Marinha do Brasil.

Era para constituir uma única classe de navios, com um número mínimo de 8 e até 15, mas apenas 5 (4 Inhaúmas e 1 Barroso) foram construídas, sendo que a última levou nada mais, nada menos, que 14 anos para ser entregue e por esta razão, recebeu tantas modificações que acabou constituindo uma nova classe.

O governo brasileiro anunciou ontem que está em tratativas para vender uma corveta nova, baseada no projeto da Barroso, para a Guiné Ocidental, por meio da empresa EMGEMPROM.

Fato relevante que merece elogios, mas que guarda em suas entrelinhas o fracasso de nossa indústria militar, porque ao mesmo tempo que que a anuncia, o Brasil protela a decisão sobre o projeto a ser adotado para uma nova classe de navios de patrulha oceânica (NaPaOcs) e outra, de fragatas no estado a arte, absolutamente vitais para renovar urgentemente a capacidade de sua Marinha em defender nossos mares coninentais, responsáveis pela maior parte do petróleo que produzimos, pelo Pré-Sal e por riquezas animais e vegetais.

A Marinha do Brasil tem hoje, 60% dos meios navais que tinha há 20 anos. Ela diminuiu, se apequenou entre falatório constante de projetos de reequipamento que nunca saem do papel ou que se perdem em discussões estéreis como as de transferência de tecnologia por nações ricas.

Está venda é elogiável, mas só seria mesmo festejável se incluísse uma aquisição adicional destes navios brasileiros para a própria Marinha do Brasil e em prazo curto, sem esse papo protelatório de transferência de tecnologia, apostando na capacidade de nossos engenheiros e técnicos e buscando analisar as necessidades de nossas forças armadas.

O Brasil não será efetivamente relevante no mundo enquanto não entender que projetos militares próprios são mais efetivos que a suposta transferência de tecnologia que se pretende adquirindo material estrangeiro. Ninguém vende o pulo do gato, é preciso aprendê-lo, e muitas vezes, sozinho!

Se podia começar isso encomendando mais Barrosos e mostrando ao mundo que é capaz, sim, de construir e exportar navios militares sem depender de terceiros.

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5 comentários:

  1. O que falta não são ideias e projetos. Falta empenho e recursos, investimentos.

    Já esstou seguindo o @fabiommmayer

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  2. Rendeu-se ao Twitter,viva!!!!!!Vou te seguir,eu também tenho um(voltei).
    Sobre seu post você me fez lembrar da época em que estagiava no AMRJ(Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro).Lá dentro tem o EMGEPROM.
    Pena que na época em que estava lá estava tudo praticamente terceirizado e trabalhie mais pelo dinheiro...Abraços,paz e bem e vou te seguir,beijos.

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  3. Um grande pecado brasileiro, um erro enorme para uma nação continental como o Brasil.
    Nossas forças armadas não correspondem de maneira alguma ao nosso território, riquezas e população. Dizer que não temos inimigos e "somos da paz" é uma asneira que foi sempre incentivada por gente mal intencionada.
    Modernizar nossas FA é uma despesa enorme, de longo prazo e vital para nossas pretenções, mas não é uma prioridade popular...
    Muitos países fazem da defesa um motor para a economia. Nos EUA as FA e a indústria bélica são vitais para gerar empregos e lucros. Aqui no Brasil o EB está dispensando recrutas e criando o serviço militar 1/2 período porque não pode fornecer o almoço!
    Todas nossas iniciativas para criar uma industria bélica foram boicotadas até internamente, e mesmo assim muito produto militar brasileiro ainda está espalhado pelo mundo, como carros de combate e sistemas lançadores foguetes.
    Eu acho que uma maneira inteligente para recuperar o atraso seria o desenvolvimento de mísseis modernos com tecnologia brasileira; De todos os tipos para equipar o exército, aeronáutica e marinha. Misseis servem até para o combate contra drogas, e vc pode ter veículos, aviões e navios até velhos, mas quando equipados com modernos sistemas de mísseis tornam-se eficientes.
    Sera que o VivaRIO e o SoudaPaz aprovariam???

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  4. Zé,

    O Brasil já têm tecnologia para produzir mísseis. Mesmo que sejam de menor alcance e menos eficientes que os dos demais países, ainda assim, são nossos.

    O Irã é um bom exemplo de que se pode, sim, pesquisar e produzir armamentos internamente, buscando independência tecnológica.

    E quanto aos arautos da paz? Eles vivem reclamando mas não notam a guerra que existe à sua volta. No Brasil, mata-se mais que no Iraque e no Afeganstão, isso sem uma guerra declarada. ENquanto eles pedem desarmamento os bandidos estão até os dentes com munição...

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  5. Não acredito nesse negócio de transferência de tecnologia para desenvolvimento de armas bélicas de última geração de um país para outro. Não creio que nenhum país vá fazer isso para o Brasil de maneira completa.

    A nossa indústria naval está mesmo defasada, e até hoje, eu não entendo porque nenhum governante de fato quis mexer nesse celeiro. Sabemos que os gastos são altos é verdade, e que as tragédias por aqui só ocorrem por forças da natureza, mas não se pode relegar e nem desprezar essa indústria.

    Com o pré-sal e tantas outras riquezas naturais é preciso verdadeiramente investir nisso. Sair do papel e fazer acontecer.

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