19 de ago. de 2008

O TRÂNSITO VAI PARAR? (PARTE 3)

Está na Folha de S. Paulo de hoje:

Propostas para o trânsito de SP ignoram explosão da frota

Um dia alguém disse que campanha eleitoral serve para debater os grandes temas da coisa pública. Bobagem! Campanha eleitoral tem servido para divulgar asneiras, como as que Marta Suplicy, Geraldo Alckmin e demais concorrentes deixaram claro para esta reportagem da Folha.

Mas o fato é que os candidatos demonstram ou má assessoria ou preocupação excessiva com os humores do eleitorado, mormente aqueles ditados pela sensibilidade do seu bolso.

Falar que o metrô será aumentado é partir do pressuposto que a cidade terá BILHÕES de reais para aplicar em obras, coisa que sabemos que não tem, e estamos falando de São Paulo, cidade mais rica do país. Sem contar que a obra do metrô é estadual, o que faz dessa promessa uma tentativa clara de usar o bolso alheio para receber o próprio troco.

Dizer que haverá mais corredores de ônibus é como ignorar que eles existem hoje em dia e pouco representam em termos de solução.

Pior de tudo, apostar em obras viárias, viadutos, pontes, minhocões, etc... é continuar no velho modelo, aquele que incentiva o transporte individual ao custo de bilhões em licitações que sempre acabam objeto de suspeitas, com outro agravante, a deterioração de áreas da cidade.

E não pense o leitor que em Curitiba ou Porto Alegre a coisa está diferente, eu preferi usar São Paulo porque nela o problema é real, presente, imediato. Aqui em Curitiba, é um problema, mas cuja gravidade ainda não chegou no nível da calamidade como na Paulicéia onde, se houvesse algum planejamento há 30 anos atrás, talvez a situação atual seria melhor, e isso sem o excesso de viadutos e obras viárias que impermeabilizam o solo, aumentam a poluição e não resolvem a questão da mobilidade urbana.

O trânsito vai deteriorando a olhos vistos em todo o lugar, e nenhuma medida concreta é discutida de modo franco, livre dos clichês eleitorais. Hoje, se algum candidato falar em pedágio urbano, o marketing da campanha dos adversários (qualquer um deles) dirá que ele pretende cobrar pelo uso das ruas, levantará o preço das rodovias pedagiadas e as suspeitas de corrupção em suas concessões, etc... mas certamente não lembrará que todos os partidos políticos um dia resolveram aplicar essa solução em seus governos e que mal ou bem, as rodovias pedagiadas são as melhores do país.

Mas eu já cheguei à conclusão que este será um dos caminhos, por mais que eu mesmo não goste dele. Em São Paulo, haverá cobrança para uso das marginais e de vias públicas onde concentra-se o movimento, e uma vez aplicado em São Paulo, será questão de dias ou meses para que chegue no Rio, em Belo Horizonte, Curitiba, etc...

Não gosto da solução, mas ela tem o mérito de desestimular o uso do transporte individual.

E você, leitor? Que sugestão daria para melhorar o trânsito?

Eu encerro com uma sugestão: diminuir as vagas de estacionamento à margem das ruas, transformando-as em pistas de rolamento. Isso traria mais um custo para o dono de automóvel, o de pagar estacionamento privado. Mas funciona, embora apenas em parte, para dar melhor fluidez ao trânsito.

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