9 de mai. de 2011

ATÉ HÁ UM TEMPO ATRÁS, SE FALAVA EM REFORMA POLÍTICA

Alguém já parou para imaginar o prejuízo que o Brasil teria com um mandato de 5 anos para o presidente da república?

O Brasil pára durante o processo eleitoral. E quando pára, é em todas as esferas de governo, porque é uma época em que a coisa pública não pode contratar, não pode admitir, não pode realizar convênios e tem limitações nos repasses, isso quando obras não são paralisadas com prejuízos ao erário, sob pena de se caracterizar improbidade administrativa e/ou crime eleitoral.

Atualmente, isso acontece de dois em dois anos de abril a novembro, mas imaginem isso acontecendo 3 vezes a cada 4 anos, como há quem defenda com essa proposta absurda?

A mania brasileira de criar dificuldades para vender facilidades está se manifestando poderosamente nessa questão da reforma política que nenhum político efetivamente quer, salvo para criar perfumarias, como aumentar o número de vereadores inúteis (porque quase todo vereador é um inútil, um borra-botas, um lixo institucional que só existe para cuidar dos próprios interesses, jamais os do povo).

Falou-se em voto distrital, que já foi abortado, político brasileiro nenhum é suficientemente quer sujeitar-se ao crivo de uma fiscalização mais intensa de seus eleitores distritais.

Também falou-se em "distritão", no sentido de que os eleitos para o Legislativo dentro de um estado ou município seriam os mais votados, e não mais pelo sistema proporcional, que leva um Tiririca a arrastar para o Congresso mais 3 ou 4 desconhecidos sem votos para serem eleitos síndicos de prédio, que dizer parlamentares.

Nada. Ninguém quer mudar o sistema proporcional que alimenta siglas de aluguel e apoios excusos, quando não mordomias dentro do Congresso Nacional, como o "status" de lider de uma bancada de dois "palermentares", com direito a alguns comissionados a mais no gabinete.

A nova legislatura inaugurou-se em fevereiro pregando mudanças e mesmo o discurso da presidente foi de que pretendia discutir de modo franco a reforma política. Mas nada aconteceu ou acontecerá, este Congresso Nacional é incapaz de fazer mudanças políticas para melhor, vai limitar-se a inventar mais cargos para apadrinhados e tentar vender a falsa imagem de uma falsa reforma que um ou outro otário vai aplaudir e chamar de avanço.

A reforma política do pós-Lula virou o mesmo mico da estúpida reforma constitucional de 1993. Com a idéia de moralizar práticas políticas pátrias, acabou piorando a situação.


No fim das contas, ainda bem que a inflação e o descontrole das contas públicas levaram o assunto para o limbo, ele deixou de ser comentado... melhor assim, diminui a possibilidade de sairmos com uma estrutura política ainda pior e mais venal que a a atual.

2 comentários:

  1. E com qual propósito você acha que eles puseram os principais 'corruptos' do Senado para discutir essa reforma política?

    O Brasil vive hoje à mercê dos interesses próprios dos parlamentares e eles só fazem chorar, chorar e dizer que ganham pouco demais para tanta responsabilidade...

    Esse argumento deles é eterno e assim continuará enquanto o 'povo' for essa besta quadrada que é (desculpe os termos, mas estou aproveitando que o conheço e desabafando!).

    Porque ninguem quer fazer uma reforma na Educação? Porque ninguem quer melhorar a qualidade do ensino desse "povão"? Porque ninguem investe em professores qualificados (os poucos que há no país são exceções raras)?... Enquanto esse povo continuar analfabeto e leigo eles fazem a festa desses políticos que dizem querer essa reforma política.

    Concordo com você quando diz que o país vive parado demais - temos até mais feriados que outros países - e termina um ano de eleição e já se pensa e se maquina para o próximo que virá. É verdade. Obras boas ficam paradas porque ninguem quer deixar "um aval" para o atual gestor. E dana-se o TCU a cobrar e a imprensa (incentivada pela oposição) a cobrar do TCU, e por aí vai...

    Essa reforma política, se houver, é um arremedo. Algo que não vai dar em nada, porque sendo distritão ou não, todos irão dá um jeitinho de continuar na mamata. Aqui em PE, já há vereadores querendo que essa reforma deixe um espaço para 'uma janelinha de infidelidade' no troca troca dos partidos - a ser questionada na justiça. E não será muito diferente pelo Brasil afora.

    Falar em reforma política me envergonha porque eu sempre lembro dos políticos que temos. São todos mafiosos. E aqueles que, de fato, querem fazer alguma coisa tem suas administrações travadas para que nada, obra nenhuma interessante ou estruturante, se realize. Tudo por uma questão pessoal, e eleitoral.

    ResponderExcluir
  2. É Neto,

    Reforma política arrisca piorar o que já é ruim, porque estamos canminhando a passos largos para o financiamento MISTO de campanha, ou seja, parte público (dinheiro dos impostos), parte privado (doações) e parte na ilegalidade do caixa 2.

    ResponderExcluir

Não serão publicados comentários ofensivos, fora dos limites da crítica educada.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...