22 de set. de 2008

MUSIQUINHAS DE CAMPANHA

Você leitor, votaria em alguém que tivesse visto minutos antes em um supermercado, escondendo produtos dentro de um casacão para não pagá-los?

Pois é, a cada 5 minutos passa na frente da minha casa um carro de som de algum candidato diferente, tocando uma música com motivos eleitorais, tais como "candidato honesto, trabalhador, amigo do povo, competente, capaz, etc...", todas elas usando dos acordes de algum sucesso sertanejo, pagode, axé e até mesmo do Calypso, cujo ritmo paraense em não lembro e não sei indicar.

Não bastante o barulho infernal, não pagam um centavo de direitos autorais!

Basicamente, roubam o artista como se roubassem um chocolate no supermercado. E roubando o artista, roubam as gravadoras e seus funcionários. E os músicos e técnicos que acompanham o artista. E o pessoal que trabalha na distribuição legal das músicas pela internet ou mesmo por meio de CD. E as famílias e todas as pessoas envolvidas no mercado fonográfico.

E o pior de tudo: roubando toda essa gente na cara dura, querem ser representantes do povo!!!

Posso não gostar de duplas sertanejas, de conjuntos de axé ou de funk, de grupos de pagode ou mesmo da Joelma e do Chimbinha do Calypso. Mas o trabalho e a composição são deles e dos músicos e letristas envolvidos. É patrimônio deles, protegido pela Lei, que só caem em domínio público décadas depois da sua morte.

Mas no Brasil, onde políticos fraudam licitações, contratam parentes e pagam bordéis com o dinheiro público, roubar músicas também é parte do processo político, e o TSE assiste impávido milhares de candidatos roubando pessoas honestas e ainda alegando ser a "festa" da democracia. Assiste impávido uma violação acintosa de direitos de terceiros.

Podem dizer: burocracia demais para registrar as musiquinhas nos TRE(s) e verificar a autoria e pagar os direitos. Mas antes burocracia para proteger a Lei e o patrimônio de pessoas, que a falta dela para acostumar os políticos s roubar.

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